O 44º aniversário da fundação UNITA está a ser comemorado em ambiente de incerteza política.
Longe vai a época, em que esta data era um momento de confraternização entre dirigentes e militantes, onde se reflectia sobre o presente e o futuro do partido.
Hoje, são uma minoria de dirigentes com responsabilidades na Direcção do Partido que aproveitam este acto solene, para confundir os militantes em relação a situação interna da UNITA.
Antes, durante e depois da comemoração deste aniversário, o assunto é sempre o mesmo:… quem apoia quem e para onde é que vai a UNITA!
A intervenção infeliz de um dirigente, que corre na net, em que dá como certo a prorrogação automática do mandato do actual Presidente do Partido, a revelia dos Estatutos que estão depositados no Tribunal Constitucional, mancharam este aniversário.
Mas há males que vêm por bem.
Este é o momento para a maioria dos dirigentes e militantes da UNITA se posicionarem frontalmente contra uma minoria, que sobrevive economicamente na « corte » do Presidente do Partido, e que contrariando o clausulado estatutário, pretendem perpetuar este Presidente no poder, sem uma reunião da Comissão Política com o propósito da Convocação de um Congresso, para a eleição democrática do novo Presidente do Partido.
Há um jurista que veio do MPLA, passou pelo FPD e assentou arraiais no «executivo» do Dr. Samakuva, que busca um artificio jurídico para defender a causa da renovação automática da presidência do partido. Esqueceu-se é que existem dirigentes e militantes devidamente esclarecidos, que não se deixam “ enrolar” por artimanhas político-jurídicas, com finalidades duvidosas e que podem por em causa os processos democráticos eleitorais instituídos e enraizados na UNITA.
É impensável manter a frente da UNITA, um Presidente, uma Direcção, uns poucos dirigentes, que tem conduzido o partido para derrotas sucessivas.
Temos que encontrar um processo inclusivo de reorganização interna e uma nova estratégia política que leve a UNITA a ser uma alternativa de poder, nas próximas eleições eleitorais. E isto, só se consegue, com os “mais velhos”, com a dinâmica da juventude, com a participação de todos os militantes que queiram dar o seu contributo, para uma UNITA unida na diversidade de opiniões e na dignificação dos angolanos.
Que imagem da UNITA é que os angolanos hoje têm?!
- Uma UNITA enfraquecida pela derrota eleitoral e com uma direcção partidária, sem estratégia política, sem rumo, não convencendo ninguém que é alternativa ao poder enquanto maior partido da oposição.
Chega!!!
Não vamos aceitar que o Presidente do partido e seus correligionários pratiquem internamente actos políticos contrários aos estatutos e que levem o partido para outra derrota eleitoral.
Este é o tempo da mudança, da união daqueles que querem o melhor para o partido e que não vão permitir a manipulação dos militantes menos esclarecidos.
Unidos venceremos!