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segunda-feira, 28 de junho de 2010

A internacionalização das PME Portuguesas e os mercados de Angola (SADC) e do Brasil (MERCOSUL).

A internacionalização das PME portuguesas, pode passar por uma estratégia triangular entre três países: Angola, como plataforma de investimentos no mercado da SADC (200 milhões de consumidores), Brasil no mercado da Mercosul (mais de 200 milhões de consumidores) e Portugal, fazendo parcerias com empresas da União Europeia, que reconhecem a vantagem da língua e a cultura portuguesa, como elo de ligação nos investimentos nesses dois países.

Investir em Angola e no Brasil, á partir de Portugal, é concretizar uma estratégia triangular inovadora, ambiciosa, lucrativa e uma aposta em dois mercados geográficos, a SADC e o MERCOSUL, com crescimentos económicos e da população superiores a média mundial.

A estratégia, é utilizar Angola como plataforma de outros investimentos no mercado da SADC, que é composto pelos seguintes países: R D do Congo, Malawi, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe, Lesotho, Swazilândia, Namíbia, África do Sul, Botswana e Maurícias.

A posição geográfica de Angola e o seu potencial económico, transforma este país num dos principais membros de influência na SADC.

A SADC tem incentivado os fluxos transfronteiriços dos investimentos e projecta estabelecer uma Zona de Comércio Livre (FTA/ZCL) até 2012. Os planos ao estabelecimento de uma União Aduaneira beneficiarão Angola, que pode aumentar a sua quota de exportações na Região. A União Aduaneira perspectiva iniciativas de integração regional, ao ponto da SADC promover uma integração mais ambiciosa tendo como meta o Mercado comum até 2015 e a união monetária até 2018.

Os benefícios de um mercado comum, com a liberalização total do comércio em bens e serviços, e a livre circulação de factores de produção, como resultado da redução dos custos das transacções, vem na sequência da harmonização dos procedimentos jurídicos, que irão cativar os investidores.

A SADC tem o Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP), que é um projecto de desenvolvimento na área das infra-estruturas, com as seguintes prioridades:

I. A construção de infra-estruturas.
II. A diminuição dos custos com os serviços básicos de saneamento, água, energia, telecomunicações e tecnologia de informação, transporte para alcançar um desenvolvimento sustentável da região.
III. O desenvolvimento e a melhoria da qualidade do turismo, no sentido de aumentar a sua competitividade.
IV. A harmonização da legislação e a desburocratização para facilitar o investimento.

O sector do turismo terá a participação de pequenas e médias empresas, sobretudo na promoção do Turismo Comunitário que apresenta oportunidades importantes para as comunidades locais.

O programa de Turismo da SADC é administrado a nível operacional pela Organização Regional do Turismo da África Austral (RETOSA), uma subsidiária da SADC, à qual foi concedida autonomia operacional em 2008.

O plano estratégico regional da SADC engloba a Promoção de Investimentos em Infra-estruturas e Produtos Turísticos e é também um objectivo estratégico no Plano de Acção do Turismo do NEPAD, aprovado pela União Africana em 2004.

Os Estados-membros da SADC pretendem introduzir o visto universal, concebido nos moldes do Visto Schengen.
O sistema de Visto Único da SADC facilitaria a circulação intra-regional ao remover as restrições de visto.

A harmonização de políticas, legislação e normas no sector do turismo está em curso.
O mercado MERCOSUL, constituído pelo Tratado de Assunção em 26 de Março de 1991, pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, tem uma população de mais de 200 milhões de habitantes, dos quais 80% encontra-se no Brasil e onde as pequenas e médias portuguesas podem expandir os seus negócios e contactos.

O MERCOSUL é actualmente o quarto mercado emergente do mundo e prevê um Programa de Comércio Livre com reduções tarifárias progressivas, de forma a se chegar à tarifa zero, a coordenação gradual das políticas macroeconómicas e uma tarifa externa comum, para incentivar a competitividade externa dos países membros. A admissão de incentivos ao investimento, a exportação e a produção, a existência de zonas Francas são objectivos que os Estados membros querem implementar.

A visão geral aqui exposta, de uma estratégia triangular para o investimento e a exportação, de Portugal para Angola e para o Brasil, merecerá um estudo detalhado dos mercados e avaliação dos potenciais parceiros locais, que compartilhem o mesmo interesse de entrarem nos mercados da SADC e MERCOSUL.

Não é por acaso, que o Presidente de Angola Eng. José Eduardo dos Santos, visitou recentemente o Brasil, consolidando as relações entre os dois países, com a assinatura de vários protocolos bilaterais, desde a área da educação e formação profissional até ao investimento industrial não petrolífero, bem como, a garantia de uma linha de crédito brasileiro de cerca de mil milhões de dólares americanos.

Os empresários portugueses, angolanos e brasileiros devem estar atentos aos incentivos ao investimento dos seus países e procurarem nas parcerias um alavancar de oportunidades de negócios, que estão a espera de empreendedores lusófonos.