“”(…) O aumento dos preços dos combustíveis
em Angola anunciados pelo Governo na passada sexta-feira, 26, vai provocar o
aumento do custo de vida no país num ano que, como admitiu hoje o Presidente da
República na sua mensagem de Ano Novo, será difícil.
As consequências colaterais já são anunciadas. Os taxistas, por exemplo, dizem que vão aumentar os preços das viagens.
Por sua vez, o economista Carlos Rosado prevê ainda mais a subida dos preços dos combustíveis que vai encarecer ainda mais o cabaz das famílias angolanas.
“Eu admito que o preço pode subir ainda mais, mas que não suba até a 150 kzs, porque isso vai alterar o cabaz das famílias vai”, disse.
Aquele economista afirmou, no entanto, que a medida será bem-vinda se o valor dos os subsídios retirados dos combustíveis for usado em infra-estruturas que beneficiem as populações.
“Não vale a pena ficar a dizer que estes aumentos não têm custo para a população porque têm custo sim, mas seria bom que os subsídios que são retirados aos combustíveis sejam aplicados nas infra-estruturas, como escolas hospitais e muito mais”, defendeu o analista.
De realçar que a Sonangol Distribuidora foi autorizada pelo Ministério das Finanças a actualizar os preços dos produtos derivados de petróleo em 20 por cento, passando o litro de gasolina a custar 90 kwanzas e o de gasóleo 60 kwanzas, no âmbito da estratégia do Executivo de redução da carga de subsídios para a melhoria da qualidade da despesa pública.
Nos termos do Decreto Executivo, passam a ser excluídos do regime de preços fixados o fuel leve, o fuel pesado e o asfalto, passando os seus preços a ser formados no âmbito do regime de preços livres, cessando assim o ónus do Estado com o custo de subvenções.
De acordo com a nota justificativa do Governo, o ajustamento vai permitir ao Executivo criar espaço fiscal, para assegurar a sustentabilidade da política fiscal e garantir o financiamento do Plano Nacional de Desenvolvimento até ao fim da legislatura.
O novo reajuste dos preços dos combustíveis ocorre numa altura em que o défice fiscal do país se aprofunda face à queda constante do preço do barril do petróleo, negociado abaixo dos 60 dólares. “” – FONTE : VOA