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segunda-feira, 9 de março de 2015

Nem OPA nem fusão: o BPI está em cisão



“”(…)  Depois de semanas de contactos informais e de dois dias de reuniões do Conselho de Administração (CA), a equipa de gestão do BPI formalizou esta sexta-feira uma resposta à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank. Pressionados pela proposta de fusão com o BCP avançada por Isabel dos Santos, a mensagem de Fernando Ulrich e Artur Santos Silva foi clara: o preço tem de subir. Mas nem isso seria suficiente, pela posição da empresária, que está frontalmente contra a oferta. Os accionistas angolanos e espanhóis estão agora numa disputa em que qualquer parte pode vetar as aspirações da outra.
Num relatório obrigatório enviado à CMVM, o Conselho de Administração do BPI sustentou que o preço de 1,329 euros por acção oferecido pelo CaixaBank através da OPA “não reflecte o valor actual do BPI, pelo que não recomenda aos seus accionistas que aceitem aquela oferta”. Os gestores querem uma subida do preço em 70%, para um total de 2,26 euros por acção.
O CaixaBank foi pronto a reagir. Em comunicado, reafirma que o preço oferecido é adequado  e “tem a vontade e a obrigação de continuar com a Oferta até à sua finalização”.

Mas, com Isabel dos Santos contra, tem a um obstáculo de peso pela frente, já que precisa do apoio da empresária para concluir a operação. Sem ela, não reúne votos suficientes em AG para desblindar os estatutos do banco, uma das condições para o sucesso da OPA. A empresária demonstrou uma forte oposição à OPA. Todos os administradores disseram na reunião do CA que não aceitariam o preço oferecido. Mas Mário Silva, o representante de Isabel dos Santos na reunião, foi mais longe: votou vencido na apreciação final do relatório da administração, que pede uma valorização de 70%.  E fez uma declaração de voto. O gestor justifica a decisão com “um conjunto de vícios” nos documentos apresentados pelos espanhóis, que “prejudicam” a análise da proposta. E sublinha que, face às oportunidades de consolidação no mercado português, a oferta deveria ser considerada “inoportuna e não alinhada com os melhores interesses da Instituição”.
Sem o referir explicitamente, Mário Silva aludiu à proposta de fusão do BPI com o BCP, feita por Isabel dos Santos - um tema que ficou de fora do relatório. No início da semana, a empresária angolana enviou uma carta aos presidentes do BPI e do BCP com uma proposta de fusão entre os dois bancos portugueses. A iniciativa surgiu como uma resposta à lançada pelos espanhóis. Foi assinada por Mário Silva, o representante da empresária em Portugal, e foi também endereçada a Gonzalo Gortázar (CaixaBank), além de Fernando Ulrich (BPI) e Nuno Amado (BCP).

O CaixaBank tem reticências face a essa fusão. Numa nova instituição comum, passaria a ter de lidar com um bloco de accionistas angolanos dominante (Isabel dos Santos no BPI e Sonangol no BCP. No comunicado enviado à CMVM,  manifesta que no “actual contexto não pode avaliar uma eventual fusão entre o BPI e o BCP cujos termos não foram ainda propostos”. E, tal como Isabel dos Santos na OPA, o CaixaBank tem poder de veto numa fusão, já que os seus votos numa AG seria também necessários. “” – FONTE : SOL

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