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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Injecção de divisas na banca angolana aumenta mais de 30% numa semana



“”(…)  O Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou na última semana o volume da venda de divisas à banca comercial angolana em mais de 30 por cento, para 400 milhões de dólares (366 milhões de euros).
A medida está em linha com o anúncio feito na quinta-feira pelo governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, sobre o aumento do número de leilões semanais de divisas à banca comercial, uma das medidas previstas, por instrução do Governo, para "descomprimir" a actual crise cambial no país.
A decisão resultou da última reunião conjunta das comissões Económica e para a Economia Real, do Conselho de Ministros angolano, e foi transmitida pelo governador do banco central, reconhecendo que os bancos comerciais não têm tido capacidade para satisfazer a procura de divisas.

De acordo com o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve acesso esta segunda-feira, as vendas de divisas entre 25 a 29 de maio foram concretizadas a uma taxa média de referência do mercado cambial interbancário de 110,868 kwanzas (92 cêntimos de euro) por cada dólar, renovando máximos de vários meses.
Nas três semanas anteriores, estas vendas cifraram-se sempre em 300 milhões de dólares (275 milhões de euros), de acordo com dados do BNA compilados pela Lusa.
O Governador do banco central reconheceu que a redução de 30% por cento na injecção de divisas por parte do BNA na banca comercial, que se regista desde o início do ano, por comparação com 2014, devido à quebra nas receitas com a exportação de petróleo, está a reflectir-se na actividade empresarial do país.
"O BNA recebeu mandato [do Governo] para tomar as medidas necessárias para descomprimir, na medida do possível, esta pressão ao nível do mercado cambial, para evitarmos situações de roturas de 'stock', para resolvermos alguns problemas que se começam a colocar com grande acuidade a nível dos operadores económicos", apontou José Pedro de Morais Júnior.

Com a redução das receitas do petróleo, situação que se vem a agravar desde Outubro, também a entrada de divisas (dólares) no país está em queda, complicando as necessidades de moeda estrangeira que Angola tem para garantir as importações, de alimentos a matéria-prima e máquinas.
Alguns empresários admitiram nas últimas semanas a possibilidade de pararem a produção devido à falta de matéria-prima, tendo em conta os atrasos nos pagamentos de facturas internacionais, dependentes da disponibilização de divisas.
Depois das restrições à injecção de divisas, devido à projecção inicial macroeconómica devido à quebra na cotação do barril de crude no mercado inicial, o governador diz que o BNA tem hoje "elementos para flexibilizar esta gestão", passando pelo aumento de dois para três leilões semanais, para regularizar o fluxo de divisas à banca comercial.
"Com as medidas que vamos tomar, cremos que a situação se vai começar a resolver paulatinamente", disse o governador.
A actual crise cambial já levou o dólar a valorizar-se mais de 12% nos últimos sete meses, face ao kwanza, com José Pedro de Morais Júnior a reconhecer um "impacto significativo ao nível dos preços", dada a "excessiva dependência" de importações por parte da economia angolana, mas ainda dentro dos limites (9%) da inflação prevista pelo Governo para este ano.

Dívida pública aumenta 160% em Maio 

Angola colocou em Maio 1,4 mil milhões de euros em dívida pública, no mercado primário, um aumento superior a 160 por cento no espaço de um mês, segundo dados do banco central angolano compilados pela Lusa.
Em quatro semanas contabilizadas em Maio, de acordo com os relatórios semanais sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do Banco Nacional de Angola (BNA), o país colocou 169 mil milhões de kwanzas (1,4 mil milhões de euros) em bilhetes e obrigações do Tesouro, mas também directamente ao público.
Este total compara com os 64,8 mil milhões de kwanzas (538 milhões de euros) colocados durante cinco semanas de Abril.
Na última semana (25 a 29 de maio), para a gestão corrente do Tesouro Nacional, e enquanto operador do Estado, o banco central colocou no mercado primário 61,5 mil milhões de kwanzas (511,4 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro (BT) e 12,6 mil milhões de kwanzas (104,7 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro (OT). “” – FONTE : PÚBLICO

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