Namibe: Oposição acusa governo de ignorar fome
“”(…) A Unita e a Casa-CE insurgem-se
contra o governador de Namibe Rui Falcão, a quem acusam de ocultar a fome na província.
Aqueles duas forças dizem que numa recente reunião com os ministros da
Reinserção Social, João Baptista Kussumua, e da Saúde, José Van-Dunem, o
governador limitou-se a apresentar um relatório, sem falar dos graves problemas
que afectam Namibe.
A fome aperta cada vez mais e durante o encontro realizado com os
governantes não foi dada oportunidade a ninguém para falar da situação social
das comunidades do interior e que requer uma intervenção urgente em
assistência alimentar.
A revelação é dos dirigentes daqueles partidos na oposição que também
participaram na reunião.
O secretário da Casa-CE, Sampaio Mucanda disse que o povo não pode
continuamente ser governado com relatórios falsos, “é preciso ir ao encontro
das comunidades perceber das suas dificuldades”.
Para Mucanda, “é isto que parece ter faltado ao governador Rui Falcão no
informe prestado aos dois ministros".
Aquele opositor convida o governador Rui Falcão a visitar as zonas
cinzentas, no interior da província, para constatar in loco as comunidades
assoladas pela fome e carência de agua.
A escassez de chuvas há mais de quatro anos, aliada ao fraco apoio do
Governo, confinou as comunidades ao sofrimento.
“No interior da nossa província há casos de penúria alimentar no seio das
comunidades que necessitam de apoio urgente do Governo central”, denunciou
Sampaio Mucanda.
Por seu lado, o secretário da Unita Ricardo Ekupa de Noé “Tuyula” pergunta a
Rui Falcão onde foram investidos os mais de 10 milhões de dólares americanos
atribuídos à província do Namibe aquando da reunião da comissão económica.
O dirigente da Unita volta a destapar o véu da queima de redes de pescas das
comunidades de Cabo Negro e Rocha Magalhães, no Municipio do Tombwa.
Tuyula desafia o governador Rui Falcão, igualmente secretário do MPLA, a
responder se já devolveu as redes de pesca do povo que ele mesmo mandou
queimar.
Na opinião do dirigente da Unita, o mérito que se pretende atribuir à
província do Namibe como sendo “terra da felicidade” é uma falsidade.
“Onde o povo morre por falta água, onde passa dias e dias à fome não há
felicidade. Felicidade, sim para os detentores do poder, mas a maioria vive no
inferno da miséria”, acusou.”” – FONTE : VOA
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