Translate

Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Provedor de Justiça de Angola impedido pelas Forças Armadas Angolanas de visitar algumas zonas habitacionais do Zango 3



O Provedor de Justiça de Angola foi hoje impedido pelas Forças Armadas Angolanas de visitar algumas zonas habitacionais do Zango 3, onde foram demolidas cerca de 600 casas, em que milhares de famílias ficaram sem os seus bens e vivem ao relento, velhos, mulheres e crianças, uma delas com apenas 14 anos assassinada com um tiro na cabeça supostamente por um militar no Zango 2. A família do jovem assassinado não tem meios financeiros para fazer o enterro do seu ente querido, em que caberia a instituição militar a qual pertence o presumível assassino, assumir os custos inerentes ao enterro, indemnização pela morte da criança a ser entregue aos pais e outras responsabilidades criminais a serem apuradas em inquérito e consequente julgamento do militar suspeito deste assassínio. 

Não se tem conhecimento, que exista um Estado de Emergência ou de Sítio decretado em Angola, nem uma zona militarizada no meio de habitações de civis no Zango 2 e 3, ao ponto do Provedor de Justiça ser impedido de exercer as suas funções de auscultação da situação da demolição compulsiva e abusiva efectuada a revelia da Lei.

Sabe-se sim, que é da competência dos Tribunais procederem ao despejo ou ordens de demolição de habitações, num Estado de Direito que se pretende em Angola. Mas não foi isso que aconteceu. Os responsáveis pela definição e o estabelecimento de Reservas de Terrenos a favor do Estado, as forças militarizadas que executaram as referidas demolições e a expulsão das famílias residentes naquele local e em última análise o Executivo Angolano e o Partido que governa Angola, o MPLA, têm que assumir politicamente e socialmente os atos praticados e atentatório aos Direitos consagrados na Constituição Angolana.

É uma hipocrisia que o Presidente do MPLA no seu discurso, na V Sessão Extraordinária do Comité Central para os trabalhos preparatórios do VII Congresso Ordinário, ao referir que o MPLA atribui uma grande importância a integração dos jovens e mulheres nas sua fileiras, (…. podem ir ao ZANGO 2 e 3 tentarem essa integração), e afirmou que têm de continuar a trabalhar bem para manter a confiança do Povo Angolano. Pois…, costuma-se dizer que de boas intenções está o inferno cheio.

Infelizmente e mais uma vez, o Titular do Poder Executivo Angolano está de costas voltadas para a satisfação das necessidades básicas da população e pior ainda, constata esta violação ao Direito a habitação e a uma vida digna dos angolanos, sem nada fazer.

Sem comentários: