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sexta-feira, 26 de março de 2021

OUCA JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 209ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 25-3-2021.‏

 

Rádio Angola Unida (RAU): 209º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 25-3-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

-  O MPLA e a UNITA voltaram aos habituais discursos inflamados e acusações mútuas nesta quarta-feira, 24, o que nos círculos políticos de Luanda é entendido como o regresso ao clima de crispação política, entre os principais partidos angolanos, em período pré-eleitoral. Depois de, em recentes declarações públicas, o deputado NelitoEkuikui ter acusado o Governo provincial de supostamente estar a distribuir armas à população de Luanda para “criar instabilidade social”, a resposta do MPLA não se fez esperar. O seu porta-voz , Albino Carlos, disse que as declarações do dirigente da UNITA são reveladoras da derrota da organização nas próximas eleições e acusou o principal partido da oposição de, alegadamente, estar por trás do que chamou de “manifestações desordeiras”. Carlos afirmou que dentro da UNITA “há uma forte contestação à sua nova liderança, há deserções de vários militantes, vários responsáveis da UNITA descontentes com esta liderança e nós achamos que isto é uma tentativa de ludibriar a opinião pública dos problemas internos”. O porta-voz do MPLA acusou a UNITA de criar a instabilidade “no sentido até de preparar os seus militantes para uma mais evidente derrota nas próximas eleições”. Antes, na sua denúncia, o deputado Nelito Ekuikui e representante da UNITA em Luanda apontou elementos da chamada “turma do apito”, formada por jovens mobilizados pelo Governo para, segundo os seus mentores, ajudarem a polícia a combater a criminalidade, de estarem por trás de tais actos. “Estão a distribuir armas aqui em Luanda e não sabemos o que é eles querem”, acusou o dirigente da UNITA. Por outro lado, numa outra declaração, a UNITA acusou o MPLA de continuar “a manifestar a mesma natureza divisionista, antipatriótica, corporativa, corrupta e corruptora”. A nota do partido do "galo negro" acusa o MPLA de ter dado instruções aos órgãos de comunicação social do Estado, “pagos com dinheiros de todos nós”, para atacarem o seu presidente, Adalberto Costa Júnior fazendo dele um “alvo a abater". Para a segunda força política angolana, promover a difamação e o assassínio de carácter dos promotores da mudança são "actos de claro desespero, que não dignificam a democracia", e que "não vão impedir a alternância democrática em 2022".

-  O processo do empresário angolano Carlos São Vicente, detido desde Setembro em Luanda, sob acusação de crimes de peculato, participação económica, tráfico de influência e lavagem de capitais, já se encontra no Tribunal de Comarca de Luanda. Após a apreensão dos bens de São Vicente e passados cerca de seis meses de prisão preventiva na Comarca de Viana e mais tarde na cadeia de São Paulo em Luanda, espera-se agora pelo inicio do julgamento. A confirmação é do procurador Álvaro João, porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR), que numa curta conversa com a VOA, acrescentou, no entanto, não poder falar mais sobre o processo. “Nós não queremos mais nos pronunciar sobre o assunto quando já o remetemos em tribunal”, reiterou. Carlos São Vicente é acusado dos crimes de peculato, participação económica, tráfico de influência e lavagem de capitais. De recordar que o empresário obteve nesta semana uma importante vitória judicial na Suíça, onde o Tribunal Supremo anulou uma decisão do Tribunal de Genebra que tinha ordenado o congelamento dos seus bens.

 -  O alerta é de uma associação católica, enquanto Administrador diz desconhecer situação. Centenas de famílias afectadas pela seca na província angolana de Benguela utilizam o farelo para aliviar a penúria alimentar, chegando a dividir com animais as sobras do produto que resulta da transformação de cereais, alerta uma organização adstrita à Igreja Católica. Os Irmãos São Francisco de Assis (ISFA) sugerem que se decrete estado de emergência humanitária, ao passo que a CASA-CE acusa o Governo provincial de ter ignorado alertas para a situação vigente, lançados há vários meses. Situado a 156 quilómetros da cidade de Benguela, Chongoroi, um dos dois municípios eleitos há mais de um ano para o arranque do ‘’Kwenda’’, programa de transferências monetárias, nesta parcela do país, vive uma situação dramática, segundo Marcelino Muhepe, membro do ISFA. ‘’Sinto muito, bastante mesmo. Realmente muitas famílias sobrevivem dos farelos, por isso acho que o Estado deve decretar estado de emergência humanitária. Isso eu vi, ninguém me contou’’, desabafa o membro da Igreja Católica.  Com apoio da União Europeia, os Irmãos São Francisco de Assis procuram inserir algumas famílias num projecto produtivo.

 - A Câmara de Comércio de Taizhou em Angola contratou um escritório chinês de advogados para "melhor proteger os direitos e interesses dos seus membros" devido às "mudanças na política e economia locais". Segundo o Departamento de Justiça da Província de Jiangsu, adjacente a Xangai, a Jiangsu Guanqian Law Firm vai ajudar a "proteger melhor os direitos legais e interesses" dos membros da Câmara de Comércio. A associação tem um papel "fulcral" na economia angolana e tem servido de "ponte de amizade" entre a China e Angola, mas enfrenta atualmente "uma situação mais complexa", sublinhou um comunicado. Zhu Xingya, diretor executivo da Jiangsu Guanqian, prometeu ultrapassar as dificuldades culturais e linguísticas para ajudar a associação a lidar com "disputas legais no estrangeiro". O escritório de advogados quer usar Angola como trampolim para mais tarde alargar a cobertura legal a outros países, acrescentou Zhu Xingya. Em dezembro, o embaixador da China em Angola, Gong Tao, tinha aconselhado os empresários chineses a reforçar o investimento em segurança devido à "recente deterioração do ambiente de segurança pública". A Câmara de Comércio de Taizhou em Angola reúne empresários com ligações à cidade de Taizhou, na província de Jiangsu. A empresa Jiangsu Jiangzhou Agricultural Science and Technology Development Co., Ltd investiu 12 milhões de dólares (10,15 milhões de euros) no projeto agrícola Jiangzhou Agriculture, na província do Huambo. O projeto gerou 180 postos de trabalho no cultivo de vegetais, fruta e cereais e na criação de gado bovino numa área de 2.544 hectares no município da Chicala-Cholohanga. Uma delegação das autoridades de Taizhou visitou o Huambo em dezembro de 2019, tendo ficado marcada para maio de 2020 a visita de um grupo de empresários da província angolana à China. A iniciativa foi cancelada devido à pandemia de covid-19.

 -  O diretor para África da agência de `rating` Fitch disse hoje que o impacto da nova alocação de Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI) será muito limitado em Angola devido ao peso da dívida. "É certamente uma coisa que ajuda, mas Angola está num nível de rating CCC e isso indica uma situação económica e orçamental bastante difícil, em que estamos preocupados principalmente com o grande nível de dívida, que no final deste ano deverá chegar aos 126,4% do PIB, e mesmo que desça tendo em conta a evolução do preço do petróleo, a dívida continua num nível extremamente elevado", disse Jan Friederich. Em entrevista à Lusa por videoconferência a partir de Hong Kong, o diretor da Fitch Ratings para o Médio Oriente e África vincou que "uma alocação de 1% do PIB não é assim tão significativa, mas certamente ajuda a lidar com as pressões de financiamento imediato, mas a longo prazo não é uma panaceia", acrescentou. A Fitch Ratings publicou um relatório onde aponta que, numa lista dos 20 países mais beneficiados pela nova alocação de Direitos Especiais de Saque (DES), e onde figuram Angola e Moçambique, o país mais beneficiado em função do PIB é a Zâmbia, mas ainda assim influenciando o modelo de atribuição de ratings em apenas 0,1 pontos, sendo que é preciso um ponto inteiro para influenciar o rating. "Não antevemos um impacto significativo nos `ratings` devido à alocação", lê-se no relatório enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, e no qual se aponta que Angola deverá receber 777,7 milhões de dólares (655 milhões de euros) tendo em conta a quota de 0,16% que tem no Fundo Monetário Internacional (FMI). O FMI deverá aprovar nos Encontros da Primavera, em abril, uma nova alocação de 500 mil milhões de dólares (420 mil milhões de euros) que permitirá aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa receber quase 1.300 milhões de dólares (1.095 milhões de euros) em função da sua quota, podendo ser aumentado se os países mais desenvolvidos aceitarem a proposta de emprestarem parte da verba que vão receber aos países com mais necessidades orçamentais. Questionado sobre a evolução económica de Angola, Jan Friederich disse que é possível ver uma melhoria no crescimento económico face às previsões, mas alertou que o cenário do FMI para a recuperação é demasiado otimista.

 RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR:https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2021/03/26/angola-kwenda--um-paliativo-no-combate-contra-a-fome-1?fbclid=IwAR0RqCrK8myVSVpOAHpPDKeN4RA9zSl5619N2o3dHlmXnCD9_yKVfPnVULo


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