Rádio Angola Unida (RAU): 210º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 01-4-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- Activistas planeiam manifestar-se no Namibe no sábado afavor da libertação
do seu colega Edson Anastácio Kamalanga detido no passado dia 22 de Outubro .
Sobre o activista Edson Kamalanga pesam acusações de ter comprado no mercado
informal material de construção civil furtado. Todos que se encontravam detidos
no mesmo caso foram soltos e só Edson Kamalanga continua detido, e um dos
activistas Pedro de Sousa disse que isso indicahaver mão política dos
governantes locais na detenção. Susa disse que foram mobilizados para a
manifestação activistas do Tombwa Benguela e Luanda. "A todos os jovens do
Namibe, os amigos de Luanda, os meus amigos do movimento Revolucionário que
tomem as ruas no dia 3 de Abril”, disse. “Nós apenas queremos fazer uma
manifestação pacífica, ordeira e manteremos todo aparato de segurança e vamos
ficar a 100 metros da Instituição", acrescentou. Para o activista Nelo da
Cruz " o Edson Kamalanga é filho da terra que nunca foi a favor da
ideologia ditatorial do estado angolano, logo convidamos todos os jovens do
Namibe a participar activamente na marcha do dia 3 de Abril”. Por outro lado o
activista Raul Moises de Benguela disse que está no Namibe para se “solidarizar
com a causa do nosso irmão Edson Kamalanga nesta corrente de solidariedade
interprovincial". "Os governantes do Namibe que roubaram o erario
público é que deviam estar nas cadeias e não o Edson Kamalanga que em situações
normais devia estar em liberdade respondendo o referido processo", disse o
activista Amandio Balança. No dia 10 de Fevereiro do ano em curso, o Deputado
Carlos da Rocha Cruz Caito, acusou o activista Kamalanga de gatuno durante o
encontro sobre a segurança pública, promovido pela Delegação do MININT. .
Segundo osjuristas da praça local Francisco Kandjamba, o Deputado Carlos da
Rocha Cruz "Caito" quebrou o princípio da presunção de inocência.
- O Departamento de Estado Americano considera que direitos humanos continuam a ser violados em Angola mas sublinha que o governo adoptou “medidas significativas” para punir os responsáveis por esses abusos. No relatório sobre direitos humanos em 2020 emitido em Washington o Departamento de Estado diz que as forças de segurança de Angola foram “na generalidade eficazes, mas algumas vezes brutais, em manter a estabilidade”. O documento diz que “membros das forças de segurança cometeram alguns abusos” detalhando depois “questões significantes” desses abusos. O relatório cita “assassinatos ilegais ou arbitrários”, incluindo assassinatos extra judiciais por forças de segurança do governo; casos de tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante por parte de forças de segurança; condições prisionais duras ou de ameaça à vida; detenção arbitrária; presos ou detidos políticos; sérias restrições à liberdade de expressão e imprensa, incluindo violência, ameaças de violência ou prisões injustificadas contra jornalistas e leis de difamação criminosa; graves actos de corrupção; falta de investigação e de responsabilização de violência contra mulheres e crimes envolvendo violência ou ameaças de violência contra pessoas lésbicas, gay, bissexuais, transgénero e intersexo”. O documento nota no entanto que o governo “adoptou medidas significativas para levar a tribunal ou punir entidades que cometeram abusos”, acrescentando que o governo “também demitiu ou levou a tribunal ministros, governadores provinciais, destacados dirigentes militares e outras entidades por corrupção e crimes financeiros”. “Contudo a responsabilização pelos abusos de direitos humanos foi limitada devido à falta de controlo e verificação (checks and balances), falta de capacidade institucional e uma cultura de impunidade e corrupção governamental”, diz o relatório que acrescenta ainda que “as forças de segurança algumas vezes usaram força excessiva para aplicar as restrições para combater a pandemia da Covid-19”. “Em vários casos o governo responsabilizou as forças de segurança por esses abusos”, acrescenta o documento que está depois dividido em vários aspectos de direitos humanos detalhando incidentes e a resposta ou falta dela por parte das autoridades. Ao abrigo da lei americana o Departamento de Estado tem que tem que ser publicado anualmente e é usado pelos congressistas quando debatem as ajuda externa.
- Agentes de educação e ensino
pedem ao executivo que esclareça as razões na base da não conclusão da única
cidade universitária do país mais de vinte anos depois do arranque das obras. A
cidade universitaria começou a ser construida em 1998, até hoje a mesma não
termina. O professor e coordenador do Sindicato dos Professores do Ensino
Superior região Luanda Bengo, Carlinhos Zassala diz ser uma vergonha um país
com 45 anos de independência, não possuir uma cidade universitária que se
preze. "Desde 1998 que começou a ser construida até hoje a cidade
universitária não termina, o espaço reservado está a ser aproveitada para
outros fins”,disse. “Iimagine um país com 45 anos de independência, Angola, não
possui uma verdadeira cidade universitária, eu até sinto vergonha de me
apresentar la fora como professor universitário do país”, acrescctou Zassala
que deixou “ um desafio às entidades de educação e do ensino superior para um
debate do actual estado do nosso ensino que neste momento está na cauda em
termos de desenvolvimento". Francisco Teixeira presidente do Movimento de
Estudantes de Angola MEA entende que existe uma falta de interesse das autoridades
que controlam o sector. "Aquilo quando foi projectado tinha dormitórios,
refeitórios etc que nunca funcionaram, não há interesse nem do ministério do
ensino superior, nem da universidade Agostinho Neto em melhorar a situação”,
disse, acrescentando que “isso ocorre porque os filhos destas entidades estudam
na Europa então é indiferente se a cidade universitária exista ou não”. “Nem a
reitoria da UAN, nem o ministério do ensino superior conseguem esclarecer onde
foi parar tanto dinheiro investido para construção da cidade
universitária", acrescentou.
- Dois mortos e dois feridos é o resultado dos confrontos entre polícia e
cidadãos no município de Cacuaco, província de Luanda, que iniciaram quando
populares pretendiam entregar numa esquadra um alegado ladrão. Pedro Neto, que
foi ferido a tiro disse que a população se dirigia à esquadra para entregar um
marginal retido pelos populares, e quando este escapou da mão da população o
agente da policia na porta da esquadra efectuou um disparo que atingiu mortalmente
um jovem inocente. Os populares indignados decidiram levar o jovem atingido
para dentro da esquadra o que levou a polícia a fazer vários disparos, tendo
causado mais um morto e dois feridos. O porta-voz do comando provincial da
polícia em Luanda, Nestor Goubel, apenas um jovem foi atingido a tiro, o
segundo terá sido atropelado no meio da fuga do local. “É melhor ficar claro:
no local apenas aconteceu uma morte que foi acidental”, disse. Mas Luamba
António, tio de Pedro Manuel de 26 anos de idade, o segundo a ser morto diz que
o seu sobrinho foi antigo a tiro na cabeça e exige que se faça justiça. “O meu
sobrinho foi atingido com bala real no crânio e eu tenho prova” disse.
- A empresária apresentou num
tribunal de Londres aquilo que diz serem provas de que o regime angolano
orquestrou uma “campanha política” contra si. Incluindo os Luanda Leaks,
divulgados pelo “hacker” português Rui Pinto. Isabel dos Santos acusa João
Lourenço de estar a seguir uma "agenda política e vingança pessoal"
para destruir a sua carreira empresarial, dizendo ter gravações secretas que
provam ser este o objetivo do homem que sucedeu a José Eduardo dos Santos na
presidência de Angola. Na semana passada, a Caixa Geral de Depósitos avançou
para tribunal com uma ação de execução a uma empresa de Isabel dos Santos. O
objeto da execução é Isabel dos Santos e a Kento Holding, através da qual tem
uma posição indireta na Nos, através da Zopt, sociedade detida pela empresária
angolana em conjunto com a Sonae. Num outro processo, a Sonangol pediu a um
tribunal holandês que proceda ao confisco da posição indireta da empresária no
capital da Galp Energia. A petrolífera angolana pediu a devolução, alegando que
a posição da Exem foi adquirida através de fraude e lavagem de dinheiro.
RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.
Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.
Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
Prof.kiluangenyc@yahoo.com.
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