Rádio Angola Unida (RAU): 216º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 13-5-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- O embaixador de França em Angola, Daniel Vosgien, deixou a província de Benguela, nesta quarta-feira, 12, sem conseguir avistar-se com o governador Luís Nunes, facto que causou algum mal-estar na delegação francesa. Uma fonte da delegação do embaixador gaulês disse que não fazia sentido ter a delegação aguardado tanto, para ficar sem efeito uma audiência devidamente programada. Era intenção, disse a mesma fonte, analisar com Luís Nunes as perspectivas de investimentos, mormente em relação às concessões no Porto do Lobito e no Caminho-de-ferro de Benguela (CFB).
- A associação Rede Terra apresentou publicamente um protesto junto da
Assembleia Nacional, da Presidência da República, da Provedoria de Justiça e de
igrejas do país onde pede que a administração do Estado passe a tratar com mais
dignidade milhares de pessoas em comunidades rurais espalhadas pelo território
nacional. A associação diz que essas comunidades têm sofrido de exclusão social
e todo tipo de prejuízo em favor de uma minoria. Num documento com cinco pontos
entre os quais “queremos títulos de terras”, “o país não tem leis que regulem o
poder das autoridades tradicionais e ainda a exigência de se titular os
territórios. A Rede Terra pede ainda a realização de um debate nacional sério e
responsável sobre os territórios tradicionais. Bernardo Castro, o responsável
pela Rede Terra, diz que há “famílias inteiras entregues à sua sorte, com
empobrecimento crónico, permanente insegurança de posse”. Castro disse
tratarem-se de “territórios completamente esquecidos, ninguém fala delas, o
sistema jurídico estadual contra um sistema jurídico tradicional, questões de
fundo a serem silenciadas, isto é perigoso para o desenvolvimento
sustentável". Para Bernardo Castro, "actualmente o inimigo número 1
da população é o próprio Estado, pela violência das suas políticas que geram
incertezas e muita vulnerabilidade”. “Desenvolveram-se paradigmas entre o
urbano e o rural onde o rural é tido como o subdesenvolvido, não civilizado”,
disse acrescentando que são gerritórios que “desde a colonização estão
entregues à sua sorte sem qualquer proteção". A SOS Habitat que trabalha
com as comunidades diz comungar com a pressão da Rede Terra André Augusto dessa
organização disse que "de um tempo a esta parte esta franja da sociedade
tem estado a ser prejudicada por interesses de indivíduos com maiores posses”.
“Temos por exemplo a comunidade de Ijila Ngola em Kitexe no Uíge, onde um
empresário juntamente com a administração local está a fazer tudo para despejar
aquela comunidade”, contou. “São cerca de 150 famílias em risco de perderem as
suas habitações e terras de cultivo e o mesmo acontece no Huambo onde 5.000
famílias perderam as suas terras para dar lugar a centralidades e auto
construções dirigidas", relatou.
- O Sindicato dos Médicos de Angola dá o grito de socorro ante uma média de 50 pessoas que morrem diariamente nos hospitais de Luanda, na maioria por falta de medicamentos. A crise já custou o cargo a um responsável do hospital Américo Boavida. As enchentes de pessoas à procura de atendimento médico e a falta de medicamentos levam os médicos a ver pacientes a morrer sem poderem fazer nada. Os hospitais municipais em Luanda encontram-se abarrotados e sem espaço para novos internamentos. O presidente do Sindicato dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, diz que os relatórios recebidos dos seus filiados indicam para cinco mortes diárias para cada médico e “sem medo de errar”, de 40 a 50 mortes são registaadas diariamente em Luanda. Interrogado pela razão da falta de medicamento, o médico disse ser uma questão que “deve ser feita à senhora ministra da saúde e não a mim". Questionado sobre o que fazem os profissionais quando não há medicamentos, Adriano Manuel respondeu que “os médicos mandam comprar, se não houver os médicos têm que ver os pacientes a morrer. Um vídeo publicado nas redes sociais com pacientes deitados no chão numa das enfermarias do Hospital Américo Boavida custou a exoneração do director clínico, Agostinho José Matamba. Fontes daquela instituição disseram à VOA que após o vídeo foram levadas novas camas para aquele hospital, maspermanece a questão da falta de espaço.
- O Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia, que representa mais de 1.600 empresas desta indústria, quer assinar um acordo com o governo angolano para a compra direta de diamantes, disse hoje o presidente da organização, Chaim Pluczenik. "Antuérpia é o maior centro mundial de diamantes e Angola é um dos maiores produtores mundiais, queremos ter um fornecimento direto para a indústria belga", disse Chaim Pluczenik em declarações à Lusa, à margem de um encontro de empresários belgas com o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo. O responsável destacou que 86% da produção mundial de diamantes passa por Antuérpia "Estamos preparados para assinar um acordo de longo prazo com o governo, com algumas companhias, tal como fizemos com a Alrosa (empresa diamantífera russa) e a DeBeers", acrescentou. Chaim Pluczenik adiantou que a sua própria empresa, a Pluzcenik, uma das principais casas diamantíferas mundiais, criada há 65 anos, é uma das interessadas. "Gostamos de trabalhar no longo prazo, não somos oportunistas. Gostamos de trabalhar numa base regular nos tempos bons e nos tempos maus", afirmou, apontando para um possível acordo de três a cinco anos. A Antwerp World Diamond Centre (AWDC) é uma organização público-privada que representa, mas de 1.600 empresas de todo o mundo e está localizada na Bélgica.
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