Rádio Angola Unida (RAU): 237º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 20-10-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- O MPLA, partido no poder em Angola,
considerou hoje o discurso do Presidente da República, João Lourenço, sobre o
Estado da Nação, "extremamente positivo", realçando que, apesar da
pandemia de covid-19, "o Governo trabalhou". O deputado Mário Pinto
de Andrade, igualmente secretário para os Assuntos Políticos do Movimento Popular
de Libertação de Angola (MPLA), disse, em declarações à imprensa, que o
discurso esteve ligado à realidade social do país. "Temos que entender que
a pandemia veio prejudicar, não só Angola, até os grandes países do mundo
ficaram prejudicados e o Presidente teve esta coragem de mostrar o balanço real
da sua atividade e o seu pensamento, acho que isso é muito importante",
disse. Segundo Mário Pinto de Andrade, o Presidente angolano fez o balanço do
seu mandato de 2020-2021, salientando que a questão das próximas eleições
gerais previstas para 2022, não focadas na sua intervenção, é um outro
processo, que decorre normalmente. "Os cidadãos angolanos estão a ir aos
BUAP [Balcão Único de Atendimento ao Público] e a atualizar as suas
residências, os outros estão a tirar o Bilhete de Identidade. Sabemos que há
uma geração que vai votar agora pela primeira vez e estamos a incentivar é que
se as pessoas querem ser cidadãos e querem ter a soberania, todo o mundo tem
que se preparar para poder votar no próximo ano, com serenidade", referiu.
De acordo com o deputado pelo círculo eleitoral de Luanda, há responsabilidade
do executivo, do MPLA, enquanto partido maioritário, de todos os partidos com
assento no parlamento e da sociedade civil. "A primeira fase é levar as pessoas
a terem os seus documentos atualizados a poderem votar no próximo ano, a
segunda é incentivar todos os cidadãos a irem votar, para se evitar que haja
abstenção, que não beneficia ninguém e temos que fazer todo um trabalho, mas no
momento certo, não é agora", salientou. Mário Pinto de Andrade sublinhou
que o chefe de Estado angolano tem sempre falado de "serenidade e bom
senso de todos os atores políticos e sociais".
- Ministro Marcy Lopes revela objetivo de
registo massivo em evento no consulado de Angola em Portugal. Ministério da
Justiça quer "universalizar bilhete de identidade" no exterior, mas
entidades temem exclusão. Para votar nas eleições gerais de 2022, os angolanos
fora e dentro do país têm que estar cadastrados como eleitores, devendo para
isso exercer o seu direito de voto próximo da sua residência e usando o cartão
de munícipe. A informação é avançada pelo ministro da Administração do
Território, Marcy Cláudio Lopes, esta segunda-feira (18/10), num evento para a
comunidade angolana, no Consulado Geral de Angola, em Lisboa. "Com a
criação do Balcão Único de Atendimento ao Público, onde esse registo é feito,
as pessoas recebem um cartão de munícipe, que é uma certificação de que o
cidadão reside naquele município", explicou Lopes. O ministro adianta que,
em Angola, o Executivo vai apenas emitir o cartão de eleitor nas zonas de
difícil acesso, onde não existem serviços de emissão de bilhete de identidade.
De acordo com Marcy Lopes, o processo de registo eleitoral iniciado em Angola
em setembro deverá realizar-se no exterior entre janeiro e março de 2022.
"O Ministério da Justiça está a criar condições para a universalização no
exterior do bilhete de identidade. Deram-nos nota de que existem 12 postos
fixos, que serão aumentados para 18", disse. Brigadas móveis já estão a
fazer a recolha de dados dos cidadãos angolanos para tratamento e emissão de
bilhete de identidade, com vista ao registo eleitoral. Para tornar o processo o
mais abrangente possível, o Ministério da Justiça de Angola está a criar
condições para que todos os angolanos possam obter esse documento. "No
exterior, quem tiver o bilhete de identidade vem à Embaixada ou ao Consulado
onde tiver o posto e vai por via do seu bilhete dizer ao Estado onde é que ele
está. Se está em Lisboa, no Porto, na Holanda ou na Inglaterra. E a referência
é que ele vota no lugar em que reside", informou Lopes. Em resposta às
várias críticas sobre falhas e morosidade do processo de registo, Lopes deu
conta que o Governo está empenhado a reduzir as burocracias, simplificando os
procedimentos da Administração Pública. Segundo o ministro, o objetivo é
"afinar os procedimentos para reduzir a margem de erros, de modo a evitar
embaraços que impeçam o cidadão eleitor de exercer o seu direito de voto".
No encontro, realizado no Consulado Geral de Angola em Lisboa, o governante
mostrou-se aberto a todas as sugestões. Alguns cidadãos e dirigentes
associativos levantaram questões como a falta de informação e sensibilização
com o intuito de ajudar a melhorar todo o processo até às eleições em que
participam os angolanos na diáspora. Manuel Dias dos Santos, da Plataforma de
Reflexão Angola, receia a exclusão de um grupo considerável de cidadãos
angolanos por não estarem reunidas as condições para que toda a diáspora espalhada
pelo mundo possa participar diretamente no processo. "Há claramente uma
ausência de programação com cronogramas, tendo em conta que o período de
registo vai de janeiro a março. É humanamente impossível que nesse período se
consiga resolver todos os problemas que têm se arrastado desde que a questão do
voto no exterior foi colocada na Constituição, em 1991, quando houve a
transição para a democracia", adverte Dias dos Santos.
- Seis empresas turcas assinaram hoje
memorandos de entendimento com Angola para o desenvolvimento de projetos na
área da energia, indústria, agricultura e formação no domínio da mineração. A
Turquia assinou acordos com Angola em diferentes domínios. Os memorandos de
entendimento foram assinados em Luanda, no fórum empresarial Angola-Turquia,
que contou com os chefes de Estado dos dois países, João Lourenço e Recep
Tayyip Erdogan, cuja visita a Angola termina na terça-feira. No domínio da
energia, a Aksa Enerji Uretim pretende juntar-se à Prodel (Empresa Pública de
Eletricidade de Angola) para a implementação de projetos de produção de
eletricidade nas províncias de Cabinda, Zaire (Soyo) e Namibe. A PAK Yatirim
associou-se à Rede Nacional de Transporte de Eletricidade para um projeto de
eletrificação na Huíla (projeto de mineração de Cassinga), enquanto a Calik
Enerji San Ve Tic AS pretende promover a eletrificação da região leste. A
Turquia assina ainda um acordo com Angola no domínio do desenvolvimento de uma
fábrica de fertilizantes, através da mesma empresa, com o Ministério da Indústria
e Comércio. A Tosyali Iron & Steel Angola assinou com o Ministério dos
Recursos Minerais, Petróleo e Gás um acordo para a formação técnico
profissional no domínio da mineração, enquanto a Erisler Gida Sanayi ve Tic. AS
rubricou um memorando de entendimento com a Ango Rayan Group para a
implementação de uma fábrica de moagem. A Arasa Investment Limited assinou com
a Gesterra um acordo para desenvolver um empreendimento agrícola de grande
dimensão para a produção de soja e milho.
- A União Europeia já investiu centenas de
milhões em projectos sociais, em Angola, com destaque para campanhas de combate
e a erradicação da pobreza, que a organização prevê alargar a fatia orçamental.
Mundo assinala este domingo, 17 de outubro, o Dia Internacional para a erradicação
da pobreza. A embaixadora da União Europeia em Angola, Jeannette Seppen,
prometeu mais dinheiro para o combate à pobreza, no âmbito da campanha da
erradicação contra o fenómeno. A diplomata explicou que, actualmente, a
delegação que dirige está a financiar um programa de apoio à protecção social
para menores das províncias do Uíge,
Moxico e Bié. Jeannette Seppen referiu que a União Europeia trabalha e apoia
Angola, com programas que tem a ver com a redução dos efeitos da economia
verde, a fome e a pandemia do novo coronavírus. A União Europeia canalizou 150
milhões de euros para lutar contra a fome e as consequências da pandemia, em
Angola. A União Europeia quer, ainda, que os governos prestem maior atenção às
crianças que vivem na rua, por serem, no entender da União Europeia, a franja
mais vulnerável que se encontra em situação de extrema pobreza. Na opinião da
diplomata, é um compromisso da União Europeia, em parceria com o governo
angolano, procurar soluções, para minimizar o impacto da pobreza que atinge
várias famílias.
- A consultora Fitch Solutions reviu em baixa a previsão para produção de petróleo em Angola, considerando agora que vai cair sustentadamente até um milhão de barris por dia no final da década devido à falta de investimento e exploração. “Odesempenho de Angola para além das metas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEC+) durante este ano e a incapacidade de sustentar uma produção mensal positiva levou-nos a rever a previsão para a produção de petróleo e gás para -4,9% este ano”, de 1,32 milhões em 2020 para 1,26 milhões de barris por dia este ano, escrevem os analistas da Fitch Solutions, numa nota com o título ‘Angola continua a debater-se para aumentar a produção petrolífera’. Nesta nota, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que a falta de investimento e de exploração nos poços petrolíferos nos últimos anos vai fazer descer a produção petrolífera para um milhão de barris em 2030. Ainda assim, o próximo ano assistirá a uma subida da produção, para 1,31 milhões de barris diários, “mas isto será um aumento de pouca duração, com a produção a retomar a queda estrutural a partir de 2023”, acrescentam. “Uma falta de investimento e atividade de perfuração limitada nos poços atuais nos últimos anos, exacerbada pelo colapso dos preços em 2020, significou que Angola tem-se debatido para aumentar suficientemente a produção em 2021”, ano em que a produção esteve nos 1,1 milhões de barris diários, em média, entre janeiro e agosto. A nova previsão da Fitch Solutions, admitem os próprios analistas, “marca uma forte viragem face à estimativa anterior de crescimento de 1% por ano”, mas é explicada com a ideia de que os novos projetos que entrariam em funcionamento neste semestre dariam já frutos. “Houve vários novos projetos a entrar em funcionamento nos últimos meses, aumentando a produção total, mas foram insuficientes para inverter a tendência geral dominante, de queda”, argumentam os analistas.
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Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são
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Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
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