Rádio Angola Unida (RAU): 238º Edição do
programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 28-10-2021
por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- O presidente do MPLA, João Lourenço,
formaliza na tarde desta quarta-feira, 27, a sua candidatura ao cargo de líder
do partido, no quadro do oitavo congresso a ter lugar em Dezembro. Segundo a
Rádio Nacional de Angola, o acto vai ter lugar na sede do partido no poder em
Luanda e será marcado pela entrega da documentação, requerida aos candidatos,
pelo general Pedro Neto, mandatário de João Lourenço. A vice-presidente do
partido e coordenadora da sub-comissão de candidaturas foi indicada para
presidir a cerimónia. A candidatura de João Lourenço à sua própria sucessão na
liderança do MPLA, segue-se ao anúncio, há uma semana, da intenção do militante
António Francisco Venâncio de concorrer ao cargo, Em declarações à VOA na
terça-feira, 26, António Venâncio disse que a sua candidatura tem sofrido
tentativas de boicote por parte de “militantes isolados” do seu partido. Para o
analista Vicente Pongolola, o anúncio da candidatura de João Lourenço, “seria
normal se o MPLA fosse um partido aberto”. No seu entender, “o MPLA é um
partido retrógrado e não é democrático, tanto é assim que o outro candidato não
está ter o espaço necessário”.
- "Me deixem em paz", afirma o
líder do maior partido da oposição, lembrando que desde 2016 tem dito que não
se candidataria à presidêncai da UNITA. O presidente da UNITA reconhece a
pressão que vem sofrendo de todos os lados, mas diz que está fora de questão
ser candidato no XIII Congresso do partido a realizar-se de 2 a 4 de Dezembro.
Isaías Samakuva disse à VOA não existir qualquer impedimento estatutário para
que ele seja candidato, mas que, desde 2016, decidiu não mais concorrer à
liderança do partido. Ele explica ter escrito uma carta ao Tribunal
Constitucional (TC) por uma questão estratégica, que não pode partilhar na
imprensa, e diz que os épticos devem apenas esperar para ver. “Me deixem em
paz”, são as palavras do Samakuva aos militantes da UNITA e cidadãos angolanos
que admitem uma possível candidatura dele à liderança do partido. “Não vou
concorrer não. Do ponto de vista estatutário não há nada que me proíbe de
concorrer, agora, a minha vontade que eu venho exprimindo desde 2016, é que eu
mesmo já saí da presidência do meu partido", garante o presidente do
segundo maior partido angolano. No entanto, ele acrescenta que "essa
questão de me candidatar ou não passa muito na cabeça das pessoas e parece-me
ser a base de toda a especulação, mas eu gostaria de dizer que me deixem em paz
e mais nada”. Em relação à carta enviada ao TC, Isaías Samakuva esclarece que,
numa situação tão conturbada, não pode o seu desejo ser partilhado com o
público. “Não vale a pena falar disso, ouço tantas especulações, alguns até já
me chamaram de burro, portanto, aceito isso, mas eu sei o que quero atingir,
isso é para mim mesmo. O meu desejo, numa situação tão conturbada, não pode vir
a público, se calhar até podemos chamar como estratégico, se as pessoas ficam
com dúvidas... acham... eles não sabem o que estamos a fazer”, reflecte Isaías
Samakuva, concluindo que: “a população deve esperar para ver”. Isaías Samakuva
dirigiu a UNITA desde a morte do fundador do partido, Jonas Savimbi, em 2002
até 2019, quando abandonou a liderança no Congresso que elegeu Adalberto Costa
Júnior presidente da organização política.
- Paralisalão começa no dia 29 contra recusa
do Governo em aumentar os salários e realizar eleições dos gestores das
unidades orgânicas. O Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola
(SINPES) marcou para o dia 29 de Outubro o início de uma greve, em todas as
universidades públicas e institutos superiores do país. Em causa estão antigas
reivindicações que o Governo não se tem mostrado disposto a satisfazer, entre
as quais o aumento dos salários e a realização de eleições para escolha dos
gestores das unidades orgânicas, segundo disse o secretário-geral daquele
sindicato. Eduardo Peres Alberto disse à VOA que em Setembro passado a sua
organização já tinha avisado o Ministério do Ensino Superior que se as
reivindicações não fossem atendidas a paralisação seria inevitável a partir de
Outubro e diz haver“falta de vontade política” por parte do Governo. “Em 2018,
o Presidente João Lourenço assinou um despacho em que orienta o Ministério do
Ensino Superior,Ciência Tecnologia e Inovação a criar as condições para a
realização de eleições em todas as universidades públicas e suas unidades
orgânicas a partir de 2019, o que não aconteceu por razões pouco
fundamentadas”, disse Perez Alberto. Refira-se no dia 5 de Outubro, aquando da
abertura do novo ano lectivo no Ensino Superior, o Presidente angolano, João
Lourenço, reconhceu na cidade do Bié a necessidade de um maior investimento no
sistema de ensino superior e prometeu aumentar a verba destinada ao sector,
ainda este ano, bem como as bolsas de estudo internas, nos níveis de graduação
e pós-graduação, como forma de premiar o mérito estudantil. Lourenço reiterou
também na ocasião a aprovação do novo regime jurídico que permite às
instituições do ensino superior realizarem os seus pleitos eleitorais.
- A consultora Fitch Solutions reviu hoje em
forte baixa a previsão de evolução da economia de Angola, antecipando agora uma
recessão de 1,5% este ano, antes de o país crescer 2,7% em 2022. "Na Fitch
Solutions, antevemos que o Produto Interno Bruto (PIB) real de Angola se vá
contrair 1,5% este ano, antes de crescer 2,7% em 2022, o que é uma revisão em
baixa face à nossa previsão anterior de um crescimento de 1,7% este ano e de
3,3% em 2022", lê-se numa nota enviada aos clientes. Na atualização da
previsão, a que a Lusa teve acesso, a consultora detida pelos mesmos donos da
agência de notação financeira Fitch Ratings justifica a revisão com "as
novas previsões sobre a produção petrolífera" em Angola, o segundo maior
produtor da África subsaariana. A Fitch Solutions reviu em baixa a previsão de
produção petrolífera em Angola, estimando agora que o país bombeie 1,25 milhões
de barris por dia este ano e 1,31 milhões em 2022, o que contrasta com a
previsão anterior de 1,33 milhões este ano e 1,43 milhões no próximo ano.
"Isto acontece devido à expectativa do Governo de que alguns projetos
entrem em funcionamento no segundo semestre deste ano, o que pode providenciar
um modesto apoio à produção, que está em dificuldades", argumentam os
analistas da Fitch. Em 2022, os novos projetos da TotalEnergies e da BP, que
foram adiados devido aos efeitos da pandemia de covid-19, vão ajudar a fazer a
produção recuperar, conclui-se na nota da Fitch Solutions. Além da revisão em
baixa para este ano, que faz com que Angola enfrente o sexto ano consecutivo de
recessão desde 2016, a Fitch Solutions aponta também que a média de crescimento
da economia vai estar consistentemente abaixo da média de crescimento da região
até final desta década.
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Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
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