Rádio Angola Unida (RAU): 185º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 17-09-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou o pedido de Angola para o
aumento da assistência financeira, desembolsando de imediato mil milhões de
dólares e elevando o total do programa para quase 4,5 mil milhões de dólares.
"A decisão do conselho de administração permite um desembolso imediato de
mil milhões de dólares [847 milhões de euros] para Angola e um aumento de cerca
de 765 milhões de dólares [648 milhões de euros] até ao fim do programa",
para quase 4,5 mil milhões de dólares, anunciou o FMI em comunicado hoje à
noite. A nota acrescentou que "a economia de Angola foi duramente atingida
por um choque multifacetado com origem na pandemia de covid-19 e no declínio
dos preços do petróleo"."As autoridades adotaram medidas atempadas
para lidar com os desafios e continuam firmemente empenhadas" no cumprimento
do programa, que tem sido "implementado de forma geralmente
satisfatória", considerou a instituição financeira.
- Diplomata e antigo ministro das Finanças, Ismael Martins, diz que
tendências de corrupção vêm desde o início da Independência de Angola. Para
Ismael Martins, na década de 70, este mal só não teve sucesso porque o primeiro
Presidente de Angola, Agostinho Neto, sempre se mostrou contra as práticas que
muito mal fizeram ao país. O antigo Ministro das Finanças, Ismael Martins,
revelou, ontem, que a tendência de corrupção vem depois de Angola conquistar a
independência, em 1975. Segundo Ismael Martins, o “gosto” pela corrupção não é
um fenómeno dos novos tempos. É, frisou, uma tendência maliciosa que se vem
arrastando depois de Angola conquistar a independência Nacional em 1975. Porém,
conforme explicou, na década de 70, este mal só não teve sucesso porque o
primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, sempre se mostrou contra essa
prática.
- As multinacionais petrolíferas que operam em Angola admitiram hoje que
a pandemia da covid-19 afetou negativamente um setor que enfrenta desafios como
a retração de novos investimentos no país. A situação foi hoje relatada à
imprensa pelo porta-voz da Associação das Companhias de Exploração e Produção
de Petróleo em Angola, no final da audiência que o Presidente angolano, João
Lourenço, concedeu a 15 responsáveis de petrolíferas que operam em Angola.
Andre Kostelnik, que é também diretor da ExxonMobil em Angola, disse que,
devido à pandemia do novo coronavírus, houve demora na tomada de decisões de
negócios, bem como redução da atividade de perfuração, o que postergou
oportunidades de investimento. “Essas oportunidades só poderão ser recuperadas
à medida que a atividade económica comece a recuperar-se a nível do mundo”, disse
Andre Kostelnik, salientando que ainda é impossível traduzir-se em números o
impacto geral da pandemia da covid-19 sobre a atividade industrial. Segundo o
diretor-geral da ExxonMobil, o futuro de Angola não foge daquilo que é a
situação atual, marcada por desafios, que são o impacto económico da pandemia
da covid-19 sobre a indústria petrolífera. O porta-voz do encontro frisou que
há o compromisso entre as operadoras de continuarem a trabalhar em conjunto,
tal como no passado, para encontrar soluções, através das quais poderão trazer
mais investimentos para Angola no setor petrolífero. Além da petrolífera
estatal Sonangol, estão presentes em Angola as multinacionais norte-americana,
Chevron, britânica, BP, italiana, Eni e francesa, Total.
- O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof), Guilherme
Silva, avisou que a sua organização poderá vetar o regresso às aulas se não
houver nas escolas condições sanitárias para a prevenção do coronavírus. Silva
falava na Gabela, no Kwanza Sul, onde tem estado a verificar as condições
existentes nas escolas depois de o Governo anunciar que as aulas irão recomeçar
no mês de outubro. O dirigente sindical disse que é intenção do seu sindicato
“darmos as mãos, conjugar esforços” para resolver o problemas, mas acrescentou
que compete ao Governo insitituir as medidas para “começarmos as aulas em
condições para a escola não se transformar em foco de contaminação da
Covid-19”. “O que devemos fazer é acautelarmos, já que as crianças tornam-se
vetores de transmissão atendendo à idade delas”, sublinhou, afirmando que as
crianças “podem contaminar os seus pais em casa, contaminar outras pessoas, e
queremos é evitar isso”. Nesse sentido, Guilherme Silva afirmou ainda que o
Ministério terá que “bater um record” para criar as condições necessárias em
menos de 30 dias em todas as escolas do país mesmo aquelas mais distantes e
isoladas.
- A oposição política angolana pede uma auditoria independente às contas
da petrolífera. A Sonangol está a ser investigada no âmbito do caso “São
Vicente”, no qual o empresário Carlos São Vicente, proprietário da companhia
AAA, está indiciado de crimes de peculato, tráfico de influências e
branqueamento de capitais. UNITA, CASA-CE E PRS afirmam que o caso é apenas a
ponta do iceberg da corrupção em Angola, cujo epicentro está na Sonangol e
alertam que Carlos São Vicente não é o único culpado. Todos que passaram pela
Sonangol devem ser chamados à justiça, defendeu Raúl Danda, o primeiro-ministro
do Governo sombra da UNITA, que lembra que o seu partido sempre se bateu por
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Sonangol.
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têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um
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Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
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