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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

PODE OUVIR JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 184ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 10-09-2020.‏

 

Rádio Angola Unida (RAU): 184º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 10-09-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Analistas angolanos consideraram que a apreensão de edifícios de empresas ligadas ao empresário Carlos São Vicente pouco efeito terá sobre a sua situação financeira. A procuradoria angolana anunciou ontem a apreensão de edifícios e hotéis pertencentes à AAA, uma empresa associada a Carlos Manuel de São Vicente depois das autoridades suíças terem congelado uma conta com 900 milhões de dólares do empresário, num banco onde tinha também contas em nome das vários familiares incluindo de sua mulher Irene Neto. A AAA tinha afirmado anteriormente possuir 86 edifícios incluindo um que .pertence à cadeia de hotéis IKa e outros 12 que são hoteis IU. Constituídos com fundos públicos, os imóveis passam a ter como fiel depositário o Cofre Geral da Justiça, conforme uma nota oficial da PGR. O jurista Pedro Capracata diz que os imóveis confiscados não representam qualquer valor que possa preocupar o empresário angolano se comparado com os 900 milhões que tem no estrangeiro. “Os prédios serviram apenas para desviar os milhões e hoje estão todos degradados e sem qualquer proveito”, disse. “Estão a cair por todos os lados e ninguém pode viver lá porque entra água por todo o lado”, acrescentou.

 

- O governo angolano concordou em acabar com a obrigação do uso de máscara por indivíduos dentro das suas próprias viaturas desde que não acompanhados, acedendo assim a uma onda de protestos na sequência da morte de um médico detido pela polícia. O Dr. Sílvio Dala morreu em circunstâncias por esclarecer numa esquadra da polícia para onde tinha sido levado por não usar máscara dentro do seu automóvel privado.  O governo angolano anulou a cláusula depois da pressão feita, nesse sentido, pelas organizações cívicas e profissionais e por figuras públicas do país , na sequência da morte do médico pediatra Sílvio Dala. As autoridades disseram que Dala morreu de um ataque cardíaco mas muitos dizem haver indícios de agressão. O uso de máscara dentro de viatura particular tem sido criticado por não ter qualquer benefício e isso foi levantado a partir de hoje para aqueles que viagem sozinhos no seu automóvel.

 

- O Presidente angolano anunciou esta terça-feira que o Governo vai abrir exceções para a entrada no país de expatriados que trabalham em setores-chave da economia de Angola, a exemplo do que acontece com o setor petrolífero. João Lourenço discursava na abertura da reunião extraordinária do Conselho da República, que analisou a situação da Covid-19 em Angola. O chefe de Estado angolano frisou que, apesar das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, desde março passado, nomeadamente a cerca sanitária nacional, que teve implicações nos voos de carreira internacionais, vão ser abertas exceções devidamente reguladas. “Para permitir que os expatriados que trabalhem em Angola, nos setores-chave da nossa economia, nas empresas privadas e nos projetos públicos de infraestruturas que importa concluir possam viajar, a exemplo do que já acontece no ramo dos petróleos onde as entradas e saídas dos expatriados nunca cessou”, justificou. Angola tem as suas fronteiras fechadas desde o dia 20 de março, para tentar conter a propagação da pandemia, mas tem autorizado a realização de voos de carga e de caráter humanitário para os estrangeiros que desejem regressar aos seus países de origem e repatriamento de cidadãos angolanos que se encontravam retidos no exterior.

 

- Em declarações à Lusa na sequência do anúncio de um acordo entre a China e vários países emergentes para uma moratória sobre o pagamento das dívidas à China, não havendo confirmação sobre se Angola está incluída ou não, Carlos Rosado de Carvalho aventou a possibilidade de ser elaborado um novo orçamento, mas alertou que "haverá cortes muito violentos caso Angola não consiga negociar com a China o pagamento da dívida". O pagamento da dívida à China no âmbito do atual Orçamento Geral de Estado (OGE) revisto este ano "não é exequível", afirmou. "Pelas minhas contas, o orçamento tem implícita uma moratória de 3,7 mil milhões de dólares, mais ou menos, portanto, se não houver essa moratória, não sei onde é que Angola vai buscar dinheiro, não é exequível o orçamento revisto tal como ele está", frisou. As declarações do analista surgem na semana em que o Financial Times noticiou que a China tinha chegado a acordo com metade dos 20 países que pediram um adiamento dos pagamentos da dívida ao abrido da Inciativa para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), embora sem especificar quais são os países e sem pormenorizar se Angola é um deles ou não. "Angola recebeu cerca de um terço de todos os empréstimos chineses a África, e é o que tem, de longe, o mais a ganhar com a DSSI, já que cerca de 2,6 mil milhões de dólares de pagamentos este ano poderiam ser congelados, representando 3,1% do PIB, segundo o Banco Mundial", lê-se no artigo do Financial Times. Para Carlos Rosado de Carvalho, "se não houver acordo com a China, o Governo terá de fazer um orçamento novo e com cortes muito violentos sobre a despesa".

                  

- A agência de notação financeira Moody’s reviu em baixa o rating da dívida soberana de Angola de longo prazo, emitida em moeda local e estrangeira, de B3 para Caa1, e alterou a perspetiva para estável. Em comunicado divulgado na terça-feira, a Moody’s justificou a decisão de rever em baixa a notação com “os choques resultantes da acentuada queda no preço do petróleo e da pandemia do novo coronavírus e o relacionado agravamento da desvalorização da moeda”. Estes fatores “contribuíram para um enfraquecimento significativo das já fracas finanças públicas e da frágil posição externa” do país, especificou. Já a passagem da perspetiva para estável significa para a Moody’s que os riscos do crédito a Angola estão “adequadamente refletidos no atual rating de Caa1”. As notas B3 e Caa1 pertencem ambas a um grau de não investimento, cuja escala descendente vai de Ba1 a C. As obrigações classificadas Caa (1, 2 ou 3) são consideradas de qualidade pobre e sujeitas a um risco de crédito muito elevado, na definição da agência de rating.

 

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.

 

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2020/09/11/angola-caso-900-milhes-de-dlares-vs-amnistia-poltica?fbclid=IwAR1iYcfOraZqTJDBVMOtO0T3z0IdAZDj4spA6x4jGIjHUJjCMkp8UjvHmAI

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