Rádio Angola Unida (RAU): 189º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 15-10-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- Enquanto alguns políticos dizem esperar por medidas eficazes para
combater a crise económica, activista afirma que serão mais falsas promessas.
Por seu lado, o activista e professor Osvaldo Caholo, tem um posição diferente.
Para ele, João Lourenço fará mais um discurso para distrair o povo angolano. “O
que gostava era mesmo ouvir que a mafia do MPLA vai se retirar do poder porque
João Lourenço vai fazendo entretenimento, distraindo a população e não é isso
que queremos”, afirma Caholo, que conclui “nós queremos é solução e a solução
passa pelo derrobe do MPLA”. O discurso do Presidente na Assembleia Nacional
abre o ano legislativo que deve ser marcada, mais uma vez, pelo debate em torno
da instalação do poder local e realização de eleições autárquicas.
- O combate à corrupção desencadeado pelo presidente João Lourenço tem como alvo pessoas ligadas ao seu antecessor, José Eduardo dos Santos. Só que começam a surgir casos que envolvem figuras próximas do atual presidente de Angola. Prossegue a campanha do presidente de Angola, João Lourenço, contra a corrupção e em especial contra alegadas ações ilegais cometidas por próximos do seu antecessor, José Eduardo dos Santos – a começar pela filha do ex-presidente, Isabel dos Santos. Relativamente a operações suspeitas, João Lourenço diz que terão sido desviados do Estado angolano cerca de 24 mil milhões de dólares. Mas será que o atual presidente de Angola quer combater a corrupção ou apenas visa atacar o grupo de alegados corruptos ligados a J. Eduardo dos Santos, substituindo-os pelos seus amigos? Esta dúvida tem sido colocada desde o início do mandato de João Lourenço como presidente e ainda não teve resposta satisfatória. As probabilidades apontam, agora, para a segunda alternativa – mera substituição de um grupo de corruptos por outro, num combate seletivo contra a corrupção. Aliás, João Lourenço foi ministro de J. Eduardo dos Santos. Não é credível que, nessa altura, não se desse conta da roubalheira. Se não queria, ou temia, levantar o problema em público, sempre poderia ter-se demitido alegando motivos pessoais. Não o fez. Agora o chefe de gabinete do presidente J. Lourenço, Edultrudes Costa, vê-se envolvido num alegado caso de enriquecimento ilícito, divulgado pela TVI 24, arrecadando milhões de dólares com contratos com o Estado angolano. Este personagem foi durante anos colaborador importante de J. Eduardo dos Santos. O atual presidente não comenta.
- A CEAST reuniu de 6-12 deste mês em Cazombo, municïpio do Alto Zambeze, Diocese do Lwena, na segunda assembleia plenária. Na conferência de imprensa dada esta segunda-feira, 12 outubro, os bispos angolanos falaram dos documentos fundamentais, nos quais se falam de vários tópicos ligados às actividades da Igreja Católica. E na mensagem pastoral em tempos de COVID-19 lida pelo arcebispo Dom José Manuel Imbamba, arcebispo do Saurimo, os prelados partilham "o que lhes vai na alma." Falando de dor e sofriento causada pela pandemia no mundo e no pais e de um futuro de esperança falam das "luzes" que observam como as medidas tomadas pelo governo para controlo do coronavirus, a dedicação dos profissionais de saúde, o trabalho das forças da ordem e segurança em fazer respeitar as medidas anticoronavirus decretadas. Mas "ao lado destas luzes existem algumas sombras que não nos deixam de preocupar" entre as quais aproveitamento económico de alguns à custa da desgraça alheia, falta de testes, medidas restritvas impostas à Igreja, e os abusos de poder que provocaram até mortes a pretexto da fiscalização das medidas de biosegurança. A situação difícil vivida pela população foi outro tema discutido, para além falta de serviços, as autarquias e ainda a situação vivida pela imprensa.
- Empresa de defesa do empresário garante que as acusações contra o seu cliente “não têm qualquer base”. A companhia suíça de advogados do empresário angolano Carlos São Vicente insurgiu-se contra a Procuradoria-Geral de Angola (PGR), dizendo ter ilibado o seu cliente para depois o prender por questões políticas. A companhia de advogados Schllenberg Wittmer acusa as autoridades angolanas de exercerem pressões contra São Vicente através de “medidas agressivas” contra o empresário e a sua família. Numa declaração enviada à VOA, a companhia diz que a PGR levou a cabo uma investigação completa ao empresário, incluindo audiências com o mesmo, antes de enviar uma carta às autoridades suíças, na qual o ilibou de qualquer crime. A carta dos advogados Schllenberg Wttimer contradiz frontalmente as declarações do porta-voz da PGR, Álvaro João, quem disse à VOA que, quando a instituição enviou a carta à Suíça, São Vicente não estava a ser investigado, nem tinha qualquer processo aberto em Angola sobre os crimes que agora lhe são imputados. O magistrado acrescentou que só depois de receber das autoridades da Confederação Suíça mais elementos “para sustentar o que se estava a passar”, a PGR angolana abriu o processo contra o antigo homem forte das AAA.
- O Presidente de Angola, João Lourenço, disse hoje que o país tem
condições para ser uma potência agrícola no continente africano, mas falta
“formar o homem”. As declarações foram proferidas no Malanje, norte de Angola,
após a inauguração do Instituto Superior das Tecnologias Agro-Alimentares de
Malanje (ISTAM), que resultou de uma parceria com França. Apontando o país
europeu como “uma potência agrícola”, João Lourenço, destacou que se Angola
souber tirar proveito desta colaboração “é muito provável que Angola também
venha a ser uma potência agrícola no continente africano”. Para o chefe do
executivo angolano, que respondeu a perguntas relacionadas com a sua visita ao
Malanje, este “é um sonho realizável”. “Temos condições objetivas para poder
alcançar este sonho, temos boas terras, abundância de água, precisamos é de
formar o homem e o que se vai fazer nesta instituição é precisamente formar o
homem”, no quadro da cooperação com França, indicou. João Lourenço referiu que
a instituição de ensino superior “vem cobrir uma grande lacuna” relacionada com
a necessidade de transformação dos produtos do campo, que exige conhecimentos
técnicos especializados. O Presidente angolano afirmou que o país começa a ter
já alguma produção agrícola “mas, lamentavelmente, não apenas devido às
dificuldades de escoamento, mas sobretudo devido à falta de indústrias de
transformação e processamento dos alimentos, muito produto se estraga”. Mas
adiantou que o governo tem dado uma atenção particular à educação e ensino,
sobretudo ao ensino superior, que se materializa neste caso no ISTAM, onde os
jovens vão “aprender as técnicas mais modernas para transformação dos produtos
do campo”. Deixou também uma mensagem aos investidores que queiram investir no
agronegócio e na agroindústria de que terão os quadros técnicos que precisam
para a transformação dos produtos locais.
RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.
Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.
Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
Prof.kiluangenyc@yahoo.com.
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