Rádio Angola Unida (RAU): 188º
Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 08-10-2020
por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- A testagem em massa de alunos das escolas angolanas, prevista para esta
terça-feira (06.10), foi cancelada pouco depois de ter sido anunciada pelo
secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda. Durante o balanço
epidemiológico diário sobre a Covid-19, esta segunda-feira (05.10), o
responsável da área da Saúde anunciou que a partir de terça-feira seria
iniciada a testagem aleatória dos alunos, através de testes serológicos,
abrangendo mil alunos de dez escolas. No entanto, cerca de duas horas mais
tarde, o gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do ministério da
Saúde (MINSA) comunicou que a testagem foi cancelada, sem adiantar explicações
ou uma nova data para o processo. "A nova data será anunciada
oportunamente", segundo o comunicado do MINSA.
- As audições dos generais "Dino" e "Kopelipa",
previstas para hoje (06.10), foram adiadas a pedido dos próprios. PGR não
avançou quais as acusações que recaem sobre os dois ex-colaboradores de José
Eduardo dos Santos.Os generais Leopoldino do Nascimento "Dino" e
Hélder Vieiras Dias Júnior "Kopelipa", homens fortes do regime do
anterior Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foram constituídos
arguidos no âmbito de um processo relacionado com contratos entre o Estado e a
empresa China International Fund (CIF), no âmbito do extinto Gabinete de
Reconstrução Nacional. A fonte judicial não detalhou quais as acusações que
recaem sobre os dois antigos colaboradores de José Eduardo dos Santos, pois
"ainda terão de ser ouvidos". Segundo o Jornal de Angola, os generais
vão ser ouvidos na condição de arguidos para lhes serem aplicadas as respetivas
medidas de coação mas não podem ser presos preventivamente antes do despacho de
pronúncia, na fase de instrução contraditória, pois "gozam de
imunidades". "Os oficiais generais das Forças Armadas Angolanas e comissários
da Polícia Nacional não podem ser presos sem culpa formada, exceto se em
flagrante delito, por crime doloso punível com pena de prisão superior a dois
anos", noticiou o jornal no fim de semana. Em fevereiro deste ano, o
Serviço Nacional de Recuperação de Ativos, da Procuradoria-Geral da República
(PGR), apreendeu os edifícios CIF Luanda One e CIF Two, na posse da empresa de
direito angolano China International Fund Angola, sem precisar os motivos.
- A consultora Capital Economics usou hoje a diferente abordagem de
Angola e da Zâmbia relativamente ao nível de dívida pública para defender que
há "vários caminhos rumo ao alívio da dívida, mas a viagem será sempre
acidentada". "As movimentações dos últimos dias para colocar os
elevados fardos da dívida de Angola e da Zâmbia num caminho sustentável dá
algumas lições ao resto da região e aos detentores de dívida privada, mas em
resumo o ponto é que há vários caminhos rumo ao alívio da dívida, mas a viagem
será sempre acidentada", escreveram os analistas da Capital Economics.
Numa nota com o título 'Alívio da dívida privada: em caminhos diferentes', os
analistas usam o caso de Angola, que beneficiou de um aumento da assistência
financeira do Fundo Monetário Internacional e garantiu que iria honrar os
compromissos financeiros, por muito altos que os juros estejam, e o da Zâmbia,
que já começou a negociar com os credores privados uma reestruturação da dívida
que já implicou descidas do 'rating'. "Há duas implicações cruciais sobre
as experiências de Angola e da Zâmbia relativamente ao alívio da dívida; a
primeira, talvez óbvia, é que a composição da dívida é muito importante face ao
tipo de reestruturação pretendida", lê-se na nota. "A maioria dos
pagamentos de Angola será feita a credores bilaterais, principalmente à China,
enquanto a maior parte das economias da região, com exceção de Moçambique e da
Costa do Marfim, têm mais dívidas a credores privados do que a financiadores
bilaterais ou multilaterais", salientam os analistas. O segundo ponto,
acrescentam, é que "garantir um alívio da dívida é uma tarefa árdua, e
pode obrigar a grandes concessões por parte dos governos aos investidores, e
essa foi a lição aprendida nas recentes reestruturações da Argentina e do
Equador", concluem os analistas. A ministra das Finanças de Angola disse
recentemente que os juros "absurdamente elevados" impedem o país de
ir aos mercados para garantir financiamento, mas assegurou que as prestações
das emissões de dívida pública serão pagas e que não tenciona reestruturar esta
dívida comprada pelos credores privados.
- O alegado caso de censura na TV Zimbo contra o jornalista e comentador
Carlos Rosado de Carvalho continua a levantar interrogaçõesde vários estratos
da sociedade. Depois da Direcção da emissora ter rejeitado essaacusação, outras
vozes se levantam rejeitando o desmentido da TV Zimbo. Partidos políticos e
jornalistas seniores repudiam o acto da TVZimbo e chamam a atenção para o
regresso de velhas práticas de “ordens superiores” na Comunicação Social. A TV
Zimbo num comunicado da sua Comissão de Gestão rejeita ter praticado qualquer
tipo de censura contra o espaço do comentador Carlos Rosado de Carvalho e diz
que a TV Zimbo mantém a sua linha editorial aberta mas com responsabilidade. A
Comissão de Gestão daquela elevisão, agora sob controlo do estado, negou que
tivesse censaruado o programa com o jornalista e economista carlos Rosado de
Carvalho que pretendia abordar as alegações de que o chefe de gabinete do
presidente Joao Lourenço Edeltrudes Costa tranferiu milhões de dólares de uma empresa
sua para o estrangeiro proveniente de contractos com o estado angolano. A TZ
Zimbo disse que os temas de análise são de responsabilidade da empresa -
ouvindo a opinião dos convidados - mas que neste caso o tema de Edeltrudes
Costa “não constava da pauta editorial da rubrica "Direto ao Ponto",
aprazado para a semana em vigor, o que, como é óbvio, não foi possível acatar
tal solicitação”. A TV Zimbo disse que Carlos Rosado de Carvalho recusou- se a
abordar outro tema e que sem aviso prévio pôs termo à sua colaboração com a
estação de televisão. A comissão de gestão da TV Zimbo criticou tambóm o
sindicato dos jornalistas que disse ter agido de forma “precipitada sem cumprir
o preceito do contaditório que tanto defende baseando-se apenas de julgamentos
das redes sociais” e apela ao sindicato para nãotomar decisões com ase em
informaçõs “infudadas” e “irresponsáveis”. O Sindicato de Jornalistas por sua
vez já reagiu e diz que mantém o que disse que houve de facto um acto de
censura ao comentador Carlos Rosado de Carvalho e que não se baseou em
informações infundadas. Sem gravar entrevista Teixeira Candido, dirigente do
sindicato, considerou que a TV Zimbo tenta justificar o injustificável com o
seu comunicado.
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têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um
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Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são
apresentados e produzidos em Washington D.C.
Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
Prof.kiluangenyc@yahoo.com.
PARA OUVIR:https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2020/10/08/angola-aumento-da-convid-19-no-pas-vs-proteco-biosegurana?fbclid=IwAR3rJxbkq6eYSYB6LynH90UX77Kekk6gEo468a-Ew6aoW-W76Ez_agQNCAo
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