Rádio Angola Unida (RAU): 240º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 11-11-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
A vice-presidente do partido no poder em
Angola, Luísa Damião, avisou no fim-de-semana em Benguela que os candidatos
devem estar preparados com antecedência e observar todos os requisitos. Damião
fez estas declarações em resposta as denúncias de boicote na corrida de António
Venâncio à liderança do MPLA. Depois de António Venâncio ter solicitado mais
tempo para a recolha de assinaturas com vista à sua candidatura, a também
coordenadora da subcomissão de candidaturas da Comissão Nacional que prepara o
congresso ordinário reafirmou a abertura estatuária para várias candidaturas, mas
deixou alguns avisos. “Os documentos são claros, admitem candidaturas
múltiplas, e quem quer ser candidato deve estar preparado com a devida
antecedência e cumprir com os requisitos necessários”, responde Damião. Sobre
as supostas interferências do seu partido na vida da UNITA, denunciadas por
altos dirigentes da UNITA, Luísa Damião fez saber que o MPLA não tem medo. “O
MPLA vai completar 65 anos, é forte, tem milhões de militantes e conta com a
inteligência dos mesmos. A disputa política é salutar para a democracia, quem é
capaz que se lance à luta”, refere.Em Benguela, a vice-presidente do MPLA
testemunhou a reeleição de Luís Nunes, único candidato, com 98,9 por cento dos
votos, e a eleição de delegados ao congresso, em Dezembro, e a membros do Comité
Central.
- Um
recorde de 45 milhões de pessoas estão à beira da fome, numa lista de países
que inclui o Afeganistão ou Angola, onde a insegurança alimentar está a
aumentar, alertou hoje o Programa Mundial de Alimentos e as Nações Unidas. Um
comunicado hoje divulgado pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) em Roma
indica que um novo máximo de 45 milhões de pessoas em 43 países estão à margem
de uma situação de extrema escassez de comida e que "o mínimo
impacto" pode ter consequências desastrosas.
Em comparação com dados prévios lançados
durante este ano, o número de pessoas em risco aumentou em três milhões. Em
2019 existiam cerca de 27 milhões nesta situação. Segundo o comunicado, a
situação mais grave localiza-se no Afeganistão, onde o PMA está a tentar prestar
auxílio a 23 milhões de pessoas, mas também se observaram aumentos de casos em
Angola, Etiópia, Haiti, Somália, Quénia ou Burundi. O Programa Mundial de
Alimentos sublinha que são necessários sete mil milhões de dólares para
"evitar a fome globalmente". "À medida que o custo da
assistência humanitária aumenta exponencialmente, precisamos de mais fundos
para alcançar as famílias em todo o mundo que já esgotaram a capacidade de
lidar com a fome extrema", declarou o diretor executivo do PMA, David
Beasley. O responsável frisou que "dezenas de milhões de pessoas estão a
olhar para o abismo" e acrescentou que sem financiamento e sem ajudas, as
45 milhões de vítimas da fome vão morrer. "O PMA está a realizar a maior
operação da sua história, visando 139 milhões de pessoas este ano. Mas existem
obstáculos imensos", lê-se ainda no comunicado hoje divulgado.
- O cemitério municipal da Catumbela, na
província angolana de Benguela, tem as portas encerradas devido a uma greve
motivada por onze meses de salários em atraso, que deram lugar a protestos
contra a gestão do mais novo município da província. Quarenta coveiros, na
condição de colaboradores desde 2008, à semelhança de outros funcionários em
greve, entre operadores de máquinas, motoristas e técnicos de limpeza,
decidiram não realizar funerais para exigir também a sua inserção no quadro
efectivo algo que é apoiado pelo Sindicato da Administração Pública e Serviços
em Angola. Ernesto Pedro, coveiro, diz estar farto de promessas. “Só nos falam
‘vem aí o salário, vem aí o salário’, mas não vem”, disse. “Assim mesmo
fechámos o cemitério, não queremos acrescentar muitos meses em atraso”,
acrescentou. Rosa Venâncio, auxiliar de limpeza, diz que já não sabe com quem
falar, depois de ter exposto o problema ao administrador municipal, Fernando
Belo. “Em 2008, o salário vinha normalmente, mesmo com atraso de quatro meses,
mas agora ... é demais”, disse. “Desde Janeiro que não estamos a ver nada,
falamos com o chefe, que tinha dito que chamaria alguém”, acrescentou afirmando
ainda que “no dia seguinte apareceu o chefe Gonzaga, que disse que a chefe
Cátia ia a Benguela para ver o problema”. Sem saber com quem dialogar, já que
foram vários os chefes mencionados, ficou também a imprensa, esgotadas todas as
possibilidades para uma versão oficial. Perante o medo dos grevistas, o líder
do Sindicato da Administração Pública e Serviços em Angola, Custódio Cupessala,
alerta que é preciso prevenir despedimentos como uma forma de represália.
-Tudo parado nas universidades públicas do
país. Os professores filiados ao Sindicato Nacional dos Sindicatos (SINPES)
prometeram e cumpriram com uma greve a partir desta quarta-feira, 10, e por
tempo indeterminado. Os docentes reiteram que enquanto o Executivo não honrar
os oito pontos do caderno reivindicativo vão continuar de braços cruzados. Os
estudantes, através do Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), mostram-se
solidários com a greve, enquanto o Ministério do Ensino Superior ainda não se
pronunciou. "A greve é por tempo indeterminado, quando concluírem os oito
pontos do caderno, vamos convocar a assembleia geral para analisar se a greve
continua ou para", afirma o coordenador do SINPES na zona Luanda-Bengo,
Carlinhos Zassala. A realização de eleições dos cargos de gestores das faculdades
e universidades, aumento salarial, assistencia médica e medicamentosa dos
docentes, a harmonização dos planos curriculares, a formação contínua dos
professores, condições como a construção de cidades universitárias no País,
aposta na investigação cientifica e melhores condições dos laboratórios
ebibliotecas são os oito pontos por resolver do caderno reivindicativo
professores universitários. Por seu lado, o MEA mostra-se solidário com os
docentes. "Nós, estudantes, estamos completamente desapontados com o Ministério
do Ensino Superior que só está preocupado em fazer decretos, para aumentar
propinas e não quer saber com a qualidade do Ensino Superior, estamos
solidários com os professores", diz Joaquim Lutambi, do MEA. Até ao
meio-dia o Ministério do Ensino Superior não havia se pronunciado.
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Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
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