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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

OIÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 198ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 17-12-2020.‏

 

Rádio Angola Unida (RAU): 198º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 17-12-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- O general Kopelipa poderá agora ser arrolado no julgamento de Manuel Rabelais pelo desvio de mais de 98 milhões de euros. O julgamento de Manuel Rabelais, antigo director do extinto Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (Grecima),pode arrolar pelo menos mais uma figura de proa do Governo de José Eduardo dos Santos. O representante do Ministério Público apresentou ao tribuna luma carta do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na qual atribui ao então ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, Manuel Hélder Viera Dias “Kopelipa”, a responsabilidades sobre a forma como foi gerido aquele órgão e que resultou num desfalque de quase 100 milhões de euros. Na carta dirigida à Câmara Criminal do Tribunal Supremo (TS), durante a fase de instrução preparatória do processo judicial, José Eduardo dos Santos é referido como tendo declarado que "não tem nada que esclarecer porque a questão da gestão do Grecima foi acompanhada pelo general na reforma Manuel Hélder Viera Dias”. O antigo Presidente sustentou que se mais esclarecimentos fossem necessários o general Kopelipa também podia fazê-los “desde que não se trate de matéria de segredo do Estado”. O analista Ilídio Manuel admite que o general Kopelipa pode vir a ser arrolado como declarante se o TS entender ser necessário. Manuel António Rabelais, que é acusado dos crimes de branqueamento de capitais, peculato e violação de normas de execução do plano e orçamento foi confrontado, na terça-feira, 15, com um extrato bancário do Banco do Comércio e Indústria (BCI)que atestam todos movimentos financeiros efectuados pelo Grecima entre 2016 e 2017. O Ministério Público afirma que o antigo gestor usou em benefício próprio cerca de 98 milhões de euros. Nesta terceira sessão de julgamento, o réu reiterou que o Grecima dependia da Casa de Segurança do Presidente da República, liderada pelo general Kopelipa. Contudo, segundo afirmou, as questões de carácter secreto eram despachadas com o PR e mesmo assim os despachos era essencialmente verbais e não havia quaisquer documentos. Rabelais assumiu que transferiu 15 milhões de euros para o exterior do país, em benefício dos canais televisivos Euronews e África news e para mais três empresas de consultoria e comunicação, de que é sócio de pelo menos duas delas. As operações, segundo disse, visavam promover uma boa imagem de Angola em véspera do período eleitoral de 2017, além de outras acções que envolviam valores monetários que eram canalizados para alguns órgãos de comunicação social estatais e privados, bem como para jornalistas, políticos influentes e como instituições parceiras do Grecima. O antigo ministro da Comunicação referiu que todas as empresas que adquiriram divisas, disponibilizadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), fizeram-no em bancos comerciais. As transferências, adiantou, foram efectuadas sob orientação do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos. O julgamento prossegue nesta quarta-feira, 16. 

- Economistas e empresários anoglanos manifestaram o seu descontentamento com o Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2021 aprovado na segunda-feira, 14, na Assembleia Nacional, embora haja entre quem diga que face às realidades económicas e financeiras é o único possível. O Odocumento foi aprovado, uma vez mais, com todos os votos do MPLA e da FNLA, enquanto a UNITA votou contra e abstenção da CASA CE e PRS. Em jeito de letura do OGE, o economista e empresário Carlos Padre diz que a sua classe está desgastada com os orçamentos aprovados que não vão ao encontro dos anseios e planos das pessoas. Padre considera que o país está parado e o OGE não tem nenhum impacto nas suas necessidades e ambições. "Isto reflecte a opinião dos empresários de uma maneira geral”, diz, afirmando que “já não encaramos com esperança os OGE porque o impacto na sua realização é zero, ficam sempre aquém do previsto”. “Os homens de negócios estão agastados e desanimados”, acrescenta o empresário.Damião Cabulo, outro economista e empresário, entende que após 45 anos de independência “nunca tivemos um orçamento consensual e a justificação é sempre amesma: o orçamento possível e não o desejado”. “Primeiro era a guerra, depois o preço do petróleo e agora a desculpa é a covid 19”, afirma.

 - A isenção do pagamento do teste da Covid-19 por parte de motoristas e ajudantes que transportam mercadorias de primeira necessidade é uma das alterações introduzidas no novo decreto presidencial deste mês sobre o estado de calamidade pública. Entretanto, os motoristas que circulam entre a capital angolana, Luanda, e as províncias do leste do país denunciam que são obrigados a pagar seis mil kwanzas pelas autoridades, numa violação do decreto. “Honestamente dizendo, paga-se, pagamos seis mil kwanzas. Eu saí de Luanda no domingo e paguei. Eles não foram clarividentes na sua alocução, porque não está em vigor [decreto] conforme nós ouvimos, e como sempre pagamos”, lamentou o camionista Luqueni Patrício. Domingos Neto, que usa a estrada nacional em direcção às províncias das Lundas Norte e Sul e Moxico, confirma também ter desembolsado "seis mil kwanzas" no domingo, para poder fazer o teste da Covid-19 e, assim, seguir viagem "num camião com um contentor de bens alimentares diversos para uma província que não tem nada”. “É uma taxa muito alta, seis mil é muito dinheiro”, lamentou Neto. Entretanto, o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, disse que os testes para camionistas seus ajudantes são grátis. “O que está determinado é a gratuitidade dos testes para os camionistas e o respectivo ajudante que transportem estes produtos de Luanda para outras províncias, ou de outras províncias para Luanda”, garantiu, acrescentando “que se quer é facilitar o comércio de transporte de bens essenciais que têm um potencial de consumo maior e específico na época natalícia”. Entretanto, os preços dos produtos continuam a aumentar nos mercados em Malanje.

 -  Oposição em Angola acusa o partido no poder, o MPLA, de falta de interesse político na realização das primeiras eleições autárquicas no país. Analista David Sambongo desconfia que nem em 2023 haverá lugar para o pleito. O Presidente angolano, João Lourenço, disse no sábado (12.12) que ainda não era tempo para realizar eleições autárquicas em Angola e prometeu uma profunda renovação do partido no Congresso de 2021. No discurso de comemorações dos 64 anos do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em Luanda, João Lourenço acusou alguns partidos e forças da sociedade civil de se posicionarem como se "fossem as únicas interessadas" na realização de eleições autárquicas. Em declarações à DW África, Soliya Selende, secretário provincial do Partido de Renovação Social (PRS) no Huambo, entende que já antes o Presidente da República entrou em contradição em relação à criação de autarquias num encontro com a juventude em novembro. "Ele esteve com a juventude e disse abertamente que teria vergonha [se as eleições não se realizassem], porque Angola é o único país na região que ainda não realizou autárquicas. E é contraditório quando diz que ainda não é tempo para fazê-lo", critica Soliya Selende. "Ou o Presidente não sabe o que diz ou então não conhece o país que está a dirigir", acrescenta.

Falta de vontade política.  Para além da Covid-19, a não conclusão da discussão e aprovação do Pacote Legislativo Autárquico é também apontada pelo partido no poder, o MPLA, como uma das causas para a não realização, até ao momento, das eleições autárquicas. Segundo Nelito Ekuikui, deputado e secretário provincial da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), em Luanda, este "é um falso problema".  "A condição legal não diz absolutamente nada. O que falta aprovar, em um mês, agenda-se e aprova-se. Portanto, o que falta é mesmo vontade política", assevera. Para este político, se existisse vontade política por parte do Governo, as eleições autárquicas já teriam sido realizadas este ano: "O senhor Presidente da República prometeu aos angolanos que as eleições autárquicas seriam realizadas em 2020, era o tempo necessário para se realizarem", adverte. "Sempre que existir vontade política da parte de quem detém o poder, realiza-se tudo e mais alguma coisa", sublinha.

 - O ministro do Interior angolano disse hoje (15.12), em Luanda, que, nos últimos dois anos, o país registou incidentes tático-policiais que "lamentavelmente", alguns terminaram em mortes de cidadãos e polícias. O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, que discursava na abertura da Conferência Científica sobre o perfil do agente e o uso da força policial, não avançou números.  O governante angolano frisou que esta constatação obriga a uma reflexão sobre o tipo de formação que está a ser implementada, sobretudo nos últimos cursos de ingresso realizados, considerando a relevância da temática de técnicas de manuseamento de armas de fogo e outros meios coercivos, pelos danos que podem causar. Para Eugénio Laborinho, estas áreas desempenham "um papel inquestionável na determinação do perfil do agente da polícia que Angola e os seus filhos muito precisam".  O ministro do Interior disse esperar que as conclusões da conferência atendam às exigências atuais e que sejam aplicadas nos próximos enquadramentos na corporação, com vista a corrigir alguns perfis menos bons e melhorar aqueles que estão bem. Segundo Laborinho, de forma oportuna se realiza o certame para refletir o perfil do polícia, visto que uma instituição como a Polícia Nacional não pode recrutar cidadãos sem um processo de seleção criterioso, que envolva a observância do grau académico, porte físico, estado psicológico e psíquico, antecedentes comportamentais e criminais, capacidade de reflexão, bem como os vários testes para aferir o interesse em ingressar na corporação. "Não se deve pensar que a polícia serve somente para garantir emprego, para quem não tem outras opções na sociedade", referiu Eugénio Laborinho, salientando que devem entrar aqueles que, além de terem perfil adequado, "tenham paixão pela profissão, porque ela exige entrega, abnegação, patriotismo e disciplina". "Trabalho não é devidamente reconhecido"

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

OIÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 197ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 10-12-2020.‏

 

Rádio Angola Unida (RAU): 197º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 10-12-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- As autoridades angolanas intensificaram a repressão aos dissidentes nos últimos meses, com recurso ao uso da força desproporcional e desnecessária, incluindo homicídios ilegais, para dispersar protestos e combater violações às normas do estado de emergência imposto para conter a propagação da Covid-19.A denúncia é da Amnistia Internacional (AI) e da organização não governamental angolana OMUNGA em nota divulgada nesta terça-feira, 8, nas vésperas do Dia Internacional dos Direitos Humanos que se assinala na quinta-feira, 10. “A Amnistia Internacional e a organização de direitos humanos angolana OMUNGA documentaram inúmeras violações por parte da aplicação da lei, incluindo o assassinato de 10 pessoas entre maio e setembro de 2020 por membros da Polícia Nacional e das Forças Armadas Nacionais encarregados de implementar as restrições da Covid-19”, lê-se na nota que destaca que a “a vítima mais jovem foi um menino de 14 anos”: As duas organizações dizem que o que se testemunha em Angola é “um ataque frontal aos direitos humanos”.

 - O coordenador das parcerias em África e no Médio Oriente do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) considerou hoje que, apesar das consequências da investigação 'Luanda Leaks', os problemas em Angola continuam por resolver. "Raramente um bilionário caiu tanto e tão depressa; mas em Angola e noutras partes do mundo, os males sistémicos que a investigação 'Luanda Leaks' trouxe para a ribalta - corrupção, a saída de riqueza para centros 'offshore' e uma indústria de dinheiro sujo que cria e acelera o roubo de nações inteiras - continua largamente por resolver", lê-se num texto hoje assinado por Will Fitzgibbon. Quase um ano depois da revelação da investigação jornalística conhecida por 'Luanda Leaks', e que incidiu principalmente sobre os negócios da empresária Isabel dos Santos em Angola, o ICIJ relembra os principais acontecimentos dos últimos 12 meses e usa as palavras da ativista Laura Macedo para concluir que "os 'Luanda Leaks' foram uma lufada de ar fresco que entraram pela janela". Apesar disso, o coordenador do ICIJ para África elogia João Lourenço por ter agido rapidamente do ponto de vista judicial contra antigos responsáveis do Governo anterior, mas lamenta que seja "menos recetivo ao auto-exame". Os manifestantes em outubro e novembro "encheram as ruas [de Luanda] e pediram mais transparência e exigiram a demissão de Edeltrudes Costa, o chefe de gabinete de João Lourenço, que alegadamente comprou casas de luxo no estrangeiro através de contas bancárias em paraísos fiscais depois de receber um contrato do Governo para reconstruir aeroportos", escreve o ativista. A queda da filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, afirma-se, foi "cataclísmica", tendo em conta que Isabel dos Santos "chegou a jantar com presidentes de empresas globais e posou em carpetes vermelhas com presidentes, príncipes e com a elite de Hollywood, mas agora o seu círculo privado e as empresas relacionadas estão sob investigação criminal em três países, estando impedida de aceder a ativos avaliados em centenas de milhões de dólares e entre os seus principais investimentos, foi forçada a ceder o controlo em três companhias, pelo menos sete foram bloqueadas no âmbito dos processos judiciais e outra está em falência". Os advogados, conselheiros e contabilistas "afastaram-se depois de assinarem as auditorias e gizado estratégias de contorno de pagamento de impostos", acrescenta-se no texto, que lembra que "as reportagens do ICIJ mostraram como os conselheiros profissionais nas nações ocidentais tornaram possível que dos Santos desviasse a riqueza do seu país para contas pessoais". No texto hoje colocado na página do ICIJ, o jornalista Will Fitzgibbon cita ainda a diretora da Transparência Internacional em Portugal para sustentar que ainda há muito por resolver, e não só em Angola.

 - O líder do projecto politico, PRA-JÁ Servir Angola, Abel Chivukuvuku, disse não acatar a decisão do Tribunal Constitucional (TC) que rejeitou a legalização da sua organização política e convocou uma manifestação para o dia 19 de dezembro. Numa conferência de imprensa bastante concorrida em Luanda nesta quarta-feira, 19, Chivukuvuku anunciou que vai continuar a procurar todos os meios legais para formalizar o seu partido e questionou por que o regime tem medo dele e do seu projecto.

 - Tribunal Supremo admite que julgamento de Manuel Rabelais, ex-diretor do GRECIMA, e de antigo assistente poderá demorar, devido à complexidade do caso. Ministério Público acusa os réus de crimes de peculato. O julgamento começou, esta quarta-feira (09.12), com a leitura da acusação. O Ministério Público acusa Manuel Rabelais, ex-diretor do Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing (GRECIMA), e o seu antigo assistente administrativo de peculato, violação de execução de normas do plano e orçamento, recebimento indevido de vantagens e branqueamento de capitais. Os alegados atos, sujeitos a uma pena superior a dois anos de prisão, remontam a 2016 e 2017. Nesse período, Manuel Rabelais teria usado os seus poderes no GRECIMA para adquirir junto do Banco Nacional de Angola (BNA) divisas que eram canalizadas para alguns bancos comerciais. Ainda segundo a acusação, Rabelais e o seu assistente teriam movimentado o equivalente a mais de 250 mil euros das contas do GRECIMA "mesmo depois da extinção do órgão".  Mesmo com João Lourenço, angolanos não acreditam no fim da corrupção no país. "Foram levantados pelos arguidos 201,7 milhões de kwanzas [252,8 mil euros] deixando as contas do GRECIMA com valor irrisório e [...] desfazendo documentos de suporte das despesas e operações financeiras feitas com avultados valores que deveriam estar arquivados no órgão, tudo feito para não deixar rastos", afirmou o representante do Ministério Público, Manuel Domingos. A defesa refuta as acusações, garantindo que tudo foi feito no interesse do Estado. O julgamento de Manuel Rabelais e do seu antigo assistente continua na quinta-feira (10.12). O próximo passo será a apresentação de provas e a audição dos 14 declarantes arrolados no processo, incluindo o ex-governador do BNA, Walter Filipe. Segundo o presidente da câmara criminal do Tribunal Supremo de Angola, Daniel Modesto, este caso poderá demorar. "Estes crimes são complexos. Pode levar algum tempo para o término do julgamento", afirmou. O analista angolano Agostinho Sicatu espera que este julgamento se debruce sobre "factos" e não sobre "pessoas". "Acima de tudo também deve prevalecer o segredo de justiça. Também deve prevalecer o princípio de presunção de inocência", afirma Sicatu. Há mais de três anos que o Presidente angolano, João Lourenço, promove uma "cruzada contra a corrupção" em Angola, embora seja criticado por alguns, por este ser um combate alegadamente "seletivo". Segundo o juiz Daniel Modesto, há mais processos a caminho relacionados com corrupção: "Neste momento, nós devemos ter uns quatro ou cinco processos a tramitarem."

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

PODE JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 196ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 3-12-2020.‏

 Rádio Angola Unida (RAU): 196º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 3-12-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

-  -  Manuel Vicente, deputado do MPLA, está a residir no Dubai desde junho, invocando motivos de saúde. A Procuradoria de Angola vai reavaliar as imunidades que protegem o ex-vice-Presidente angolano de processos judiciais. Até agora, o ex-vice-Presidente do país e antigo dirigente da petrolífera estatal Sonangol, cujo nome tem surgido envolvido em vários escândalos de corrupção tem estado a salvo das investigações criminais, com base na Constituição angolana que concede uma imunidade aos antigos titulares deste cargo, que só terminaria cinco anos após o fim do mandato, em setembro de 2022. Mas, segundo uma fonte judicial ouvida pela Lusa, a PGR vai pedir uma reavaliação jurídica do estatuto do vice-presidente “para analisar a situação e ver até que ponto está protegido ou não”. No entendimento de alguns juristas, como Rui Verde, a PGR angolana tem feito uma “interpretação errada da Constituição” no que se refere às imunidades de ex-titulares do poder público. Os cinco anos só contariam se se quisesse abrir um processo no tempo em que ele [Manuel Vicente] era vice-Presidente”, o que não acontece em relação às alegações que têm sido noticiadas pela imprensa, disse o jurista à Lusa no passado mês de outubro. O nome do antigo presidente da petrolífera angolana Manuel Vicente, que foi investigado em Portugal, surge ligado à empresa CIF (China International Fund) e ao desvio de milhões de dólares da Sonangol. Segundo Rui Verde, a imunidade que está estabelecida no artigo 127.º da Constituição da República de Angola (responsabilidade criminal) aplica-se apenas a crimes praticados no exercício das funções. “Neste momento, não estamos a falar de Presidente e vice-Presidente, e sim de ex-Presidente [José Eduardo dos Santos] e ex-vice Presidente [Manuel Vicente] e aí não se aplica este artigo 127.º. Julgo que tem havido alguma confusão neste aspeto”, destacou na altura o jurista e professor de Direito. Manuel Vicente, que é atualmente deputado (MPLA) encontra-se a residir no Dubai desde junho, invocando motivos de saúde, ausência que foi comunicada à Assembleia Nacional e que se encontra justificada, segundo uma fonte parlamentar. A mesma fonte acrescentou que Manuel Vicente tem participado nas sessões plenárias através de videoconferência. A justiça angolana tem vindo a apertar o cerco aos aliados do anterior Presidente, José Eduardo dos Santos, e constituiu arguidos, em outubro, os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, “Kopelipa”, e Leopoldino Fragoso do Nascimento, “Dino”, no âmbito de um processo relacionado com contratos entre o Estado e o CIF, através do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional. Os antigos chefes da Casa Militar e da Casa de Segurança de José Eduardo dos Santos, que já tinham visto dois edifícios arrestados em fevereiro deste ano pelo Serviço Nacional de Recuperação de Ativos, entregaram ao Estado angolano em outubro várias fábricas, uma rede de supermercados e edifícios de habitação. Atualmente, os dois homens fortes do anterior regime estão proibidos de se ausentar do país.

 - A Aenergy, empresa que mantém uma disputa judicial com o Estado angolano, afirma ter provas de que as turbinas arrestadas à empresa e que deveriam estar sob custódia do IGAPE, instituto que gere participações estatais foram confiscadas pelo executivo. Numa carta dirigida ao tribunal federal de Nova Iorque, a Aenergy, que foi alvo de rescisão de contratos por parte do Governo angolano, tendo sido arrestados pela justiça vários dos seus equipamentos, incluindo quatro turbinas, alega ter provas de que a empresa pública de produção de eletricidade (Prodel) tomou posse destes bens e que estes estão a ser transferidos para uma central elétrica no Lubango (província da Huíla). O tribunal do Sul de Nova Iorque realizou em 30 de outubro a primeira audiência preliminar no caso Aenergy contra Angola e a General Electric, por via telefónica, com a defesa do Governo angolano, na voz do advogado Michael Ehrenstein, a reivindicar que Nova Iorque não tinha jurisdição sobre as queixas feitas pela Aenergy e que um processo similar está a decorrer em Angola, perante o Supremo Tribunal. Numa carta datada de 30 de novembro, dirigida ao juiz John Cronan, a que a Lusa teve acesso, os defensores da Aenergy alegam que a Prodel "tomou posse" dos equipamentos e que o tribunal é competente para julgar o diferendo. "As turbinas estão atualmente na posse da Prodel -- e não do IGAPE [Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado] e não foram levadas para preservar as provas", alegam os advogados da Aenergy, referindo na carta que a empresa "ouviu rumores" de que os equipamentos estavam a ser transferidos da sede da Prodel em Luanda para uma central elétrica no sul de Angola. Os rumores terão sido confirmados por um representante legal da Aenergy, que constatou a presença dos equipamentos na sede da Prodel, em Luanda, bem como através de imagens de satélite disponíveis através do Google Earth. O representante da Aenergy viajou também até ao Lubango, tendo encontrado na central de Arimba, operada pela Prodel, componentes das turbinas que estavam em falta na sede da elétrica. "Estas provas confirmam que, ao contrário das alegações de Angola perante este tribunal, as turbinas retiradas da Aenergy estavam em posse e controle físico do Prodel, não IGAPE, que o GAPE não é uma entidade separada, e que as turbinas não foram levadas fisicamente para preservar as provas", lê-se na carta, assinada pelo advogado Vincent Levy. O caso que chegou à barra dos tribunais norte-americanos respeita a 13 contratos assinados entre a Aenergy e Ministério da Energia e Águas (Minea), em 2017, para construção, expansão, requalificação, operação e manutenção de centrais de geração de energia elétrica em Angola.  Trata-se de um processo de responsabilidade civil intentado pela Aenergy, do empresário português Ricardo Leitão Machado, e a sua subsidiária Combined Cycle Power Plant Soyo SA, contra o Minea, o Ministério das Finanças, a Empresa Pública de Produção de Eletricidade (Ende) e a Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (Prodel), chamados "réus de Angola" e ainda contra três corporações da General Electric (GE), antiga parceira comercial da acusadora.  Na acusação inicial da Aenergy no Tribunal Federal de Nova Iorque, submetida em 07 de maio, os "réus de Angola" são acusados de oito crimes, entre os quais dois de rescisão de contrato, um de enriquecimento ilícito, dois de violação da lei internacional (bens físicos e bens intangíveis) e um de expropriação ilegal. Na primeira audiência, os advogados de defesa de Angola, Michael Ehrenstein, e da GE, Orin Snyder, tentaram demonstrar que o tribunal de Nova Iorque não tem jurisdição sobre o caso, que deve ser julgado em Angola. A Aenergy pede compensação monetária de pelo menos 550 milhões de dólares (mais de 471 milhões de euros) e uma indemnização.

 - Alguns empresários na província da Huíla questionam as modalidades que o governo angolano definiu para pagar as obras inseridas no Programa Integrado de Intervenção Municipal (PIIM). Sem gravar entrevista alguns empresários disseram que o modelo que privilegia o pagamento das empreitadas de forma equilibrada com a execução física não ajuda o sector. A centralização dos pagamentos é igualmente bastante criticada pelos empresários, uma situação que para o economista, Altino Silvano e no actual contexto difícil em nada abona as empresas. “Nós estamos num cenário muito complicado, os indicadores macroeconómicos estão a nosso desfavor e é preciso que o estado cumpra a sua parte honrando com os compromissos”, disse Silvano para quem “o mais agravante aqui é que muitas das vezes o estado fica muito tempo se calhar sem pagar às empresas, não se faz a actualização”. Para o governo, o modelo adotado para pagar as obras do PIIM é o mais adequado, embora reconheça a necessidade de encurtar os prazos de pagamentos aos empresários. “ Temos feito diligências junto do Ministério das Finanças no sentido de encurtar esse tempo desde a remessa até ao tratamento das faturas é um trabalho que temos feito diariamente e pensamos que nos últimos tempos temos resolvido”, disse o director do gabinete provincial do plano e estatística do governo da Huíla, Miguel Luzolo. Para o empresário Carlos Damião, apesar das mais-valias do PIIM, o programa que o governo assegura ser o único com dinheiro garantido, denota alguma falta de sustentabilidade. “ Neste projecto PIIM com excepção da areia da pedra do cimento e do ferro tudo o resto é importado”, disse. “Continuamos a dar milhões e milhões de dólares as empresas que importam tudo o resto que é necessário para a construção civil - vidros, dobradiças, fechaduras, autoclismos loiça sanitária etc e etc”, acrescentu o empresário pada quem “há aqui uma falha neste projecto porque continuamos a importar cerca de 50 por cento do valor do imóvele portanto isso não vai resolver o nosso problema da economia”.

 - Secretária de Estado para Orçamento e Investimento Público manifestou-se surpresa com a questão da dívida das missões diplomáticas angolanas, quando foram já disponibilizados 40,1 milhões de euros para sua liquidação. Aia-Eza da Silva respondia à preocupação colocada pela presidente da comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas da Assembleia Nacional, Josefina Diakité, na discussão na especialidade da proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2021. Segundo a secretária de Estado para Orçamento e Investimento Público, há cerca de dois anos, depois de o Presidente angolano, João Lourenço, assumir funções, um dos primeiros dossiers que o Ministério das Relações Exteriores apresentou foi a situação das dívidas das missões diplomáticas. A questão das alterações do câmbio foi a justificação apresentada pelos responsáveis dessas missões, contou a secretária de Estado para o Orçamento e Investimento Público, salientando que se queixavam também de que o Ministério das Finanças fazia as transferências sempre com a mente em kwanzas, moeda angolana, que "transformados em dólares eram quase nada". "A primeira solução que, na altura, nós, o Ministério das Finanças encontrámos foi que, [tendo em conta que] a situação não vai melhorar tão cedo, o melhor é redimensionar e esse processo começou", explicou. Houve redução de pessoal, algumas embaixadas foram fechadas e "o processo foi avançando" sendo apurado um montante em dívida de, aproximadamente 33,4 milhões de euros", prosseguiu.De acordo com Aia-Eza da Silva, o Ministério das Finanças defendeu, na altura, que "o importante era pagar a dívida, sim, mas que fosse uma dívida controlada". Assim, foram constituídas equipas conjuntas entre o Ministério das Relações Exteriores e das Finanças para certificar, verificar e pagar. "Saíram equipas nossas pelas várias missões, o montante que foi apurado não foi o que foi previamente declarado, pagou-se o que havia por se pagar", disse, Contudo, continuou, devido a pressões para que se pagasse o restante: "Mesmo sem apuração completa - porque as dívidas estavam aí e era a imagem de Angola e todos os embaixadores reclamavam junto do titular do poder Executivo - o dinheiro foi atribuído, com o compromisso das missões 'a posteriori' justificarem os pagamentos que fizeram".

 - O Presidente angolano autorizou um crédito adicional de 2.677 milhões de kwanzas (3,4 milhões de euros) para o pagamento de despesas do Sinse (Serviço de Informação e Segurança do Estado), refere um diploma hoje publicado no Diário da República. O documento acrescentou que o crédito “deve ser atribuído faseadamente, em função das necessidades de pagamento e após esgotadas todas as verbas atribuídas inicialmente”. Num outro diploma com a mesma data, 26 de novembro, o Presidente João Lourenço, aprovou a implementação da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), lançada pelo G20, e autorizou a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, a negociar, aprovar e assinar os termos e condições específicas de qualquer documentação relacionada com esta iniciativa. Na semana passada, a ministra participou num evento ‘online’ “Investir em África”, realizado pela agência Bloomberg, indicando estarem ainda a ser negociados os termos do acordo do pagamento da dívida aos principais credores. “Em relação aos credores na China, beneficiámos da iniciativa DSSI com um dos credores nas mesmas condições que os outros bancos que fazem parte da iniciativa. Ao mesmo tempo estamos, também, a negociar com outros dois credores com quem temos parcerias comerciais. Uma negociação que nos dê um alívio fiscal e que nos permita gastar com outras despesas, muito necessárias como a saúde”, referiu. De acordo com Vera Daves de Sousa, o desejável seria um alívio fiscal para os próximos três anos, começando a contar em 2020, estimando que desse negociação resultaria um alívio de poupança de quase 6 mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros) resultantes da negociação, o que se traduziria numa grande ajuda para alavancar a economia.

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