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sexta-feira, 25 de junho de 2021

OUÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 222ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 24-6-2021.‏

 

Rádio Angola Unida (RAU): 222º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 24-6-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Na apresentação pública do "Simplifica 1.0", Adão de Almeida salientou que o projeto "é também um instrumento ao serviço do combate à corrupção na administração pública". O governo angolano considerou esta quarta-feira que o projeto “Simplifica 1.0”, que visa simplificar e desburocratizar serviços públicos, “é também um instrumento ao serviço do combate à corrupção” na administração pública, reconhecendo que o excesso de burocracia gera corrupção.

Para o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República angolano, a “digitalização dos serviços públicos reduz a burocracia”, o “excesso de burocracia” tem sustentado a lógica do “forjar dificuldades para vender facilidades”. “Isto é, dificultar a prestação do serviço para que o cidadão seja forçado a pagar ilegalmente pelo serviço. A isso chamamos de corrupção, o mesmo é dizer que o excesso de burocracia gera corrupção”, afirmou Adão de Almeida. Segundo o governante, ao conseguir “simplificar, diminuindo burocracia e digitalizando os serviços públicos”, diminuiu-se “a corrupção nos serviços públicos”. Na apresentação pública do “Simplifica 1.0”, Adão de Almeida salientou que o projeto “é também um instrumento ao serviço do combate à corrupção na administração pública”. “O nosso objetivo estratégico de diversificar a economia e incentivar o investimento privado nacional e estrangeiro, ficará seriamente comprometido se não formos capazes de melhorar a nossa capacidade de prestar serviços públicos”, exortou. O “Simplifica 1.0” é um projeto do governo angolano que visa a simplificação e desburocratização dos serviços públicos dos órgãos centrais e locais do Estado. O secretário do Presidente da República para a Reforma do Estado, Pedro Fiete, disse, na ocasião, que o projeto inscreve a simplificação de mais de 30 atos administrativos, nomeadamente para o tratamento do bilhete de identidade, licenças, entre outros. Pedro Fiete deu conta que o projeto, que visa tornar a administração pública angolana “moderna, menos burocrática e com elevado padrão de eficiência”, resulta de um inquérito realizado em outubro de 2020. 

 - As mortes por tuberculose ultrapassaram aquelas causadas pela malária nos primeiro três meses do ano na província do Namibe, revelou o director dos serviços de saúde Pedro Miguel Ferreira “Corintos”. Os números foram divulgados numa altura em que foi também revelado que as unidades sanitárias da província do Namibe registaram nos últimos dias congestionamentos devido a malária, dengue, tuberculose e a um aumento de casos de Caovid-19. O director da Saéde da província esclareceu que a situação ficou vencida e os hospitais locais já tem lugares para atender qualquer paciente. “Tivemos uma tensão ligeira quanto ao número de casos de malária que estava a registar-se a nível da província, tivemos também alguns casos de dengue e nos últimos tempos estamos a ter um gráfico crescente de COVID-19”, disse. “ Tivemos sim a um dado momento algum congestionamento das nossas unidades sanitárias a uma taxa de ocupação de quase 100% das unidades que temosnos serviços de internamento”, disse Coríntios Miguel que sublinha estar controlada a situação e já há espaço para o atendimento de novos pacientes. Dezoito mil casos de malária foram registados de Janeiro á Abril, mas omparativamente com o mesmo período no ano anterior,ea tuberculose foi a que mais matou no Namibe, segundo o director de saúde. Durante o primeiro trimestre de 2021 a província do Namibe registou-se 18.939 casos de malária e 21 óbitos, contra 16.967 casos no mesmo período em 2020, com 30 óbitos. A tuberculose nos primeiros três meses fez 40 óbitos contra 27 óbitos comparativamente ao mesmo período do ano de 2020. Foram também registados 160 casos de dengue mas “sem mortes e agora sem mais nenhum caso activo”. “Temos testes que nos permitem fazer rastreio e há mais de trinta dias que a província já não registra mais casos desta doença”, esclareceu

 -  A Refriango, empresa de bebidas angolana, começou este mês a liderar a gestão da cervejeira nacional Sodiba, pertencente à empresária angolana Isabel dos Santos, acordo que permitirá aliviar o valor alto da dívida com os bancos, foi hoje anunciado. Segundo o presidente executivo (CEO) da Refriango, Diogo Caldas, o acordo para a exploração da fábrica foi assinado em 03 de março, mas apenas entrou em vigor no início deste mês, depois de analisadas, verificadas e ultrapassadas algumas questões por parte dos bancos. "A Sodiba estava com grande nível de endividamento bancário e também tem vindo a atravessar alguns problemas, de acordo com o mercado de Angola, o estava a resultar em alguns problemas de `cash-flow`", referiu Diogo Caldas, em declarações à agência Lusa. Aliada a estas questões estava também a necessidade de capacidade que a Refriango tinha de aumentar a sua capacidade industrial de enchimento, olhando para oportunidades existentes no mercado local. Diogo Caldas frisou que a Refriango tem vindo a investir nos últimos tempos significativamente na área da cerveja em Angola, com a marca Tigra, que tem vindo a crescer e a permitir uma presença cada vez mais forte no mercado nacional. "A Refriango está a liderar a gestão da fábrica, da unidade fabril do Bom Jesus, esse contrato garantiu a manutenção dos postos de trabalho, que são mais de 290 e também a continuação de alguns prestadores de serviços que trabalhavam para esta fábrica, ou seja, de certa forma há uma continuidade de operação da fábrica sem grandes tumultos", sublinhou. O responsável da Refriango realçou que o contrato preserva a autonomia financeira e comercial da Sodiba, pelo que a nova gestora irá apenas assegurar a produção da Luandina e possivelmente da Sagres, que está ainda a merecer acertos entre a Sodiba e a Central de Cervejas para a aprovação nesse sentido. "A Sodiba, uma empresa que fica independente, vai ser a senhoria da Refriango, a quem vai pagar uma renda mensal pela gestão da fábrica", explicou.

 - O Governo angolano considerou hoje a aprovação global da lei de revisão constitucional como um "momento importante na vida da democracia do país", garantindo que irá "estruturar melhor" a relação entre o parlamento e o executivo. "Com esta revisão da Constituição, vamos ter uma melhor estruturação e melhor equilíbrio na relação entre o parlamento e o executivo na medida em que ficam clarificados os mecanismos de fiscalização política do parlamento sobre o poder executivo", afirmou Adão de Almeida, ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente angolano. Em declarações no final da reunião plenária que aprovou o projeto de lei de revisão constitucional, de iniciativa do Presidente João Lourenço, o governante assinalou que o diploma também abre espaço para a universalização do direito de voto para os angolanos no exterior.

Para Adão de Almeida, a atual revisão da Constituição da República de Angola (CRA) "também clarifica o papel institucional, no sentido de reforma, de instituições importantes" como o caso do BNA (Banco Nacional de Angola). "Clarificamos alguns poderes do Presidente da República, particularmente a proibição da prática de certos tipos de atos na fase final do seu mandato, a partir do momento em que começa a campanha eleitoral", frisou. O parlamento angolano aprovou na globalidade o projeto de lei de revisão constitucional com 152 votos favoráveis do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e de alguns deputados na oposição, nenhum voto contra e 56 abstenções da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE). Após a sua aprovação por unanimidade na especialidade, no hemiciclo o MPLA (no poder desde 1975) anuiu favoravelmente o documento com a sua maioria absoluta seguido de deputados da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e do Partido de Renovação Social (PRS), oposição. Os deputados da UNITA, maior partido na oposição, deputados da CASA-CE e alguns independentes abstiveram-se. Este projeto de revisão da CRA alterou 44 artigos, aditou sete novos artigos e revogou igualmente alguns artigos. O novo texto constitucional, que altera parcialmente a Constituição aprovada em 05 de fevereiro de 2010, garante que o BNA "é independente na prossecução das suas atribuições e no exercício dos poderes públicos a si acometidos".

 - A seca não justifica o estado precário da agricultura em Angola, disse o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), D. Belmiro Techissengueti que falava no fecho da jornada alusiva ao Jubileu dos 50 anos da Diocese de Benguela, marcado pela ordenação de 23 sacerdotes. le fez notar que que há países desérticos que exportam comida para Angola, um deles é a Namíbia, também a África do Sul” e afirmou que "a estiagem não devia ser causa para não termos agricultura intensiva”. “Somos irrigados pelos maiores rios, se não do mundo, pelo menos de África” disse o bispo, acrescentando que o país precisa “de uma agricultura que ajude a eliminar a fome, a desnutrição e a pobreza e reservas de alimentos porque um país não vive sempre de doações”.

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Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

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sexta-feira, 18 de junho de 2021

PODE JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 221ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 17-6-2021.‏

 Rádio Angola Unida (RAU): 221º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 17-6-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- O Dia da Criança Africana, as autoridades mostram-se preocupadas com a situação na província angolana do Bengo. Está a aumentar o número de crianças que trocam as brincadeiras pelas lixeiras, onde procuram comida. Há cada vez mais crianças a passar o dia nas lixeiras à procura de comida, na província do Bengo. Faltam às aulas para virem para aqui, devido à pobreza extrema das famílias. A DW África constatou a situação num dos amontoados de lixo, em Caxito. O que comeram desde que se levantarm? "Nós não comemos", respondem as crianças. Uma vendedora ambulante, que pediu o anonimato, vê todos os dias as crianças na lixeira e lamenta a situação. "É muito triste, as crianças têm pai, têm mãe e ficam na rua." Em maio, um relatório das Rede Global Contra as Crises Alimentares estimava que 1,9 milhões de crianças angolanas, menores de 5 anos, sofrem de múltiplas formas de desnutrição. Isso provoca bastantes problemas de saúde à medida que crescem. O diretor do Instituto Nacional da Criança no Bengo, Luciano Chila, pede um trabalho conjunto com os pais para tirar as crianças das lixeiras e levá-las para as escolas. "Todo o cidadão desta província, em qualquer lugar, quando vê um filho de outra pessoa a ir à lixeira recolher este tipo de produto, logo, deve recorrer aos pais e informar o ato que o seu filho está a praticar", apela. Mas o jornalista Manuel Godinho diz que isso não chega. O profissional lembra que proteger as crianças é ultimamente uma responsabilidade do Estado. Segundo Manuel Godinho, o trabalho do Governo deve incidir na erradicação da pobreza nas famílias – só assim as crianças deixarão de ir para a lixeira. O dinheiro recuperado no combate à corrupção pode ser usado para ajudar estas famílias, sugere o jornalista. "As pessoas não suportam a fome, vão sempre procurar um escape para enganar a própria fome, quer se alimentem bem ou mal. E agora mesmo que estamos a falar que recuperamos alguns milhões de dólares, devíamos começar a pensar em criar bolsas de pobreza para ver como dar algum conforto a estas famílias." A diretora do Gabinete da Ação Social, Família e Igualdade do Género, Felisberta da Costa, garante que o Governo, sempre que pode, apoia as famílias carenciadas. "O governo quando tem as possibilidades de apoiar, nós apoiamos. Hoje também os nossos orçamentos emagreceram e não tem sido fácil nós darmos sempre", justifica. Na província, "temos apoiado as cooperativas onde são enquadradas as mulheres, porque, se nos agruparmos em cooperativas e recebermos os apoios, podemos melhorar o autossustento das famílias", conclui.

  - Sociedade civil angolana considera que atual "composição partidarizada" da CNE, a lei eleitoral e a gestão do registo eleitoral "indiciam fraude", porque "não garantem independência, transparência, e lisura no processo". Para o ativista cívico e docente José Gomes Cheik Hata, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) angolana "deveria ser um órgão independente, mas não o é, sobretudo pela sua composição excessivamente partidária e comandada pelo partido governante". "Quer dizer que a maioria dos deputados que o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder desde 1975) tem no Parlamento também se reflete na CNE e aí não há qualquer independência", afirmou esta segunda-feira (14.06) o ativista, durante um debate sobre "Fraude Eleitoral - Como o Povo Pode Combater". Segundo o ativista do conhecido processo 15+2, em que um grupo de ativistas foi preso em Luanda, em 2015, acusados pelo "crime de atos preparatórios para a prática de rebelião", o atual órgão do Governo encarregue na gestão do registo eleitoral "indicia fraude". "Outros elementos que expõem a fraude é o controlo do núcleo essencial do voto, esse núcleo essencial ocorre nas assembleias de voto, e aí não há fiabilidade", apontou Cheik Hata, um dos oradores no debate promovido em Luanda, pelo Observatório da Imprensa.

 - Vera Daves, que comentava o impacto da recuperação de ativos levada a cabo pelas autoridades judiciais sobre o endividamento, durante uma conferência de imprensa, afirmou que quanto mais se recuperar, mais despesa será executada sem necessidade de endividamento, mas avisou que os processos não são imediatos. A ministra das Finanças mencionou o anúncio recente da Procuradoria-Geral da República (PGR), dando conta da recuperação de mais 5 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros), mas salientou que parte deste montante corresponde a ativos ainda com processos judiciais em curso. “Isso só se vai refletir nas contas publicas quando a situação judicial estiver resolvida e quando o Estado for capaz de dar uso efetivo a esses bens, afetando-os a instituições públicas  que estão em instalações arrendadas e deixam de estar, fazendo um poupança, ou alienando e isso é receita para o Estado”, salientou. Vera Daves deu como exemplo de aplicação de fundos recuperados que permitiram reduzir a exposição ao endividamento, o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que está a ser financiado com recursos provenientes de uma ação de recuperação (através do Fundo Soberano de Angola). “Estamos a falar de dois mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) em que se deixou de recorrer ao endividamento por que esses recursos estiveram à disposição do Estado. Agora, o ritmo com que esses recursos ficam à disposição depende da forma como os processos judiciais são tratados. E depois, quando esse património reverte a favor do Estado, esse património também tem de ser alienado”, observou. No final do ano passado, o Procurador-Geral da República (PGR) angolano anunciou hoje que o Estado angolano recuperou, definitivamente, em dinheiro e bens um total de cerca de 5,3 mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) e que existem 1.522 processos relacionados com a criminalidade económica. Entre os bens recuperados, estimados em 2,6 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros), estão imóveis habitacionais, escritórios, edifícios, fábricas, terminais portuários, participações sociais em empresas, entre outros, sendo o caso mais mediático o da empresária Isabel dos Santos, filha do antigo presidente José Eduardo dos Santos. A ministra das Finanças falava numa conferência de imprensa, a propósito da quinta avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao programa de Assistência Ampliada (EFF). Vera Daves adiantou ainda que Angola não prevê recurso ao endividamento através de uma ida aos mercados. “No nosso plano anual de endividamento, não está previsto Angola ir aos mercados internacionais emitir ‘eurobonds’ e por essa via financiar-se”, sublinhou. 

- Mulheres buscam sobras de trigo caídas de camiões. O presidente da Associação dos Amigos e Naturais da Ganda (ANAMUNGA), Rafael Artur, envolvido em recolhas de bens para minimizar o cenário, disse que “a fome é mesmo uma realidade, a maior parte das pessoas, das famílias não tem o que comer”. “Quem não comee, hoje, amanhã e depois, fica debilitado, outros problemas graves podem surgir”,acrescentou. Há também crescente preocupação com a situação no litoral da província, concretamente nos arredores da cidade de Benguela. Mulheres buscam sobras de trigo caídas de camiões. O presidente da Associação dos Amigos e Naturais da Ganda (ANAMUNGA), Rafael Artur, envolvido em recolhas de bens para minimizar o cenário, disse que “a fome é mesmo uma realidade, a maior parte das pessoas, das famílias não tem o que comer”. “Quem não comee, hoje, amanhã e depois, fica debilitado, outros problemas graves podem surgir”,acrescentou. Há também crescente preocupação com a situação no litoral da província, concretamente nos arredores da cidade de Benguela. "Daqui a pouco o povo vai morrer, o Governo não vai mais ficar com as pessoas. A fome e a doença vão matar muito, e não temos emprego, tudo está caro, nunca se viu essa fome”, relatam as cidadãs Ngueve e Teresa, que aguardam por sobras de trigo deixadas na estrada por camiões. Movimentos de solidariedade, com a Presidência da República incluída, estão a garantir algum apoio a vítimas da fome em vários pontos de Angola. "Daqui a pouco o povo vai morrer, o Governo não vai mais ficar com as pessoas. A fome e a doença vão matar muito, e não temos emprego, tudo está caro, nunca se viu essa fome”, relatam as cidadãs Ngueve e Teresa, que aguardam por sobras de trigo deixadas na estrada por camiões. Movimentos de solidariedade, com a Presidência da República incluída, estão a garantir algum apoio a vítimas da fome em vários pontos de Angola. 

- Angola pode ficar sem reservas petrolíferas para para explorar, nos próximos nove anos, se não forem realizados investimentos e se encontrar novas descobertas do crude. O alerta é do especialista em mercado de petróleo, Patrício Quingongo. Em entrevista neste domingo (13), à RNA revelou igualmente que o país já não tem produção para aguentar 10 anos. Segundo o especialista, o maior problema está na baixa de produção petrolífera e no baixo nível de reservas fixadas em cinco mil milhões de barris. “Um país que chegou a produzir quase dois milhões de barris de petróleo, se produzir abaixo de 700 a 600 mil barris não é uma produção sustentável”, esclareceu Patrício Quingongo. Se a produção, disse, cair abaixo de 600 mil barris as empresas não se vão manter no mercado, uma vez que, no passado já atingiram níveis de até 250 mil barris de petróleo por dia. Para o também CEO da PetroAngola, a média  da produção nacional para este ano revista e anunciada pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, é de 1.1 milhões de barris.

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola. 

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sexta-feira, 11 de junho de 2021

OUÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 220ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 10-6-2021

 Rádio Angola Unida (RAU): 220º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 10-6-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Partidos da oposição querem que os angolanos no estrangeiro participem nas eleições gerais de 2022 e elejam os seus próprios representantes. MPLA pondera sobre o assunto. Este é o ponto mais polémico em discussão na Assembleia Nacional: a criação de um círculo eleitoral da diáspora. Atualmente, há apenas dois círculos eleitorais, um nacional e outro provincial. Mas para Diamantino Mussokola, deputado do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), é preciso criar um terceiro círculo eleitoral, para que os cidadãos no estrangeiro possam eleger os seus próprios representantes. "Depois do círculo nacional, podíamos colocar círculos provinciais e um círculo da diáspora", sugeriu. A criação de um novo círculo eleitoral é um dos temas em discussão no âmbito da revisão pontual da Constituição da República. A proposta é eleger dois deputados para África, dois para a Europa e um para o resto do mundo. Mas, até agora, não há consenso entre os parlamentares e o Governo. O Executivo diz que as ideias dos deputados não vão de encontro às sugestões do Presidente da República para a revisão da Constituição. Segundo o ministro do Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, a criação de um círculo eleitoral na diáspora seria redundante."Os 130 deputados eleitos pelo círculo nacional, que conta também com o voto da diáspora, representam todos os cidadãos angolanos, quer eles residam no território nacional, quer residam no exterior do país", disse Adão de Almeida. 

 - Angola vai aproveitar a prorrogação da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 para pedir também a extensão da moratória do serviço da dívida bilateral não garantida até ao final do ano, anunciou hoje o Governo. "Após avaliação da conjuntura, o Governo de Angola, através do Ministério das Finanças, decidiu aproveitar a prorrogação final da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 (DSSI) e solicitou aos seus parceiros soberanos que continuassem a paralisação do serviço da dívida bilateral não garantida de 01 de julho a 31 de dezembro de 2021", anunciou hoje o Ministério das Finanças, num comunicado. O ministério não menciona os valores da divida bilateral, mas segundo as informações disponibilizadas no site do Banco Nacional de Angola, no final do ano passado era de 5.774,1 milhões de dólares (4.732,9 milhões de euros).No comunicado reafirma-se que as autoridades angolanas, com o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros parceiros multilaterais, "continuam a implementar um ambicioso programa de reformas macroeconómicas até à data, com ênfase para a gestão da dívida", que tem permitido manter a dívida numa base sustentável, apesar dos impactos da covid-19. O ministério destaca também que a extensão do DSSI proporcionará a Angola fundos adicionais para continuar a mitigar as consequências da pandemia e aumentar a capacidade de o Governo implementar o seu programa de longo prazo de crescimento económico sustentável. O executivo não prevê, para já, a necessidade de se envolver em mais negociações de reformulação do perfil com os credores, além daquelas relacionadas com a implementação do DSSI, acrescenta-se no documento. 

- O Presidente angolano autorizou a despesa e abertura do procedimento de contratação simplificada para construção, apetrechamento e fiscalização de hospitais nas províncias de Benguela, Malanje e Lunda Norte, no valor de 154 milhões de euros, foi anunciado. No despacho presidencial 87/21 de 04 de junho, a que a Lusa teve acesso, João Lourenço autoriza o contrato de apetrechamento do Hospital Geral da Catumbela, província de Benguela, no valor de 50.575.970 euros. O contrato de serviços de fiscalização de unidade hospitalar da Catumbela está orçado em 756.742 euros. Neste despacho, o Presidente angolano autoriza também a construção e apetrechamento do Hospital Geral do Dundo, província da Lunda Norte, leste de Angola, no valor global de 50.575.970 euros, estando os serviços de fiscalização da empreitada orçada em 756.742 euros. A construção e apetrechamento do Hospital Geral de Malanje no valor global de 50.575.970 euros e os serviços de fiscalização desta empreitada no valor de 756.742 euros também vêm expressos neste despacho de João Lourenço. Os projetos de construção e apetrechamento dos referidos hospitais, diz o diploma publicado em Diário da República, estão assegurados pela linha de financiamento do banco inglês Standard Chartered com a cobertura da Agência de Seguro de Crédito à Exportação Francesa (BPI). O Presidente angolano delega competências à ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, a faculdade de subdelegar para a prática de todos os atos decisórios e aprovação dos procedimentos, incluindo a adjudicação, celebração e homologação de contratos. A ministra das Finanças angolana, Vera Daves, "deve assegurar os recursos financeiros necessários à boa execução dos contratos, bem como a inscrição dos projetos no PIP (Programa de Investimento Público)". 

- Organizações não-governamentais que operam na região sul de Angola, receiam que a seca possa ter deixado centenas de crianças em situação de vulnerabilidade dando lugar a casos de má nutrição, por isso, pedem que o governo proceda imediatamente a avaliação da situação. Na província da Huíla são já alarmantes os relatos de casos de má nutrição que chegam das zonas mais fustigadas pela seca. Ângelo Kapwacha, activista das organizações da sociedade civil, lembra ser importante que se actualizem os números da má nutrição no sul de Angola para se saber ao certo o que se passa. “Se recomenda que o Estado elabore o mais urgente possível um diagnóstico rural participativo envolvendo as ONG´s, as igrejas, as autoridades tradicionais e outros actores importantes a nível local para então se ter uma fotografia real clara que permita então a elaboração das políticas públicas na base da realidade das comunidades”, disse Kapwacha. O Governo da Huíla admite que o quadro da má nutrição em crianças nas áreas arrasadas pela seca possa ser preocupante e diz estar a trabalhar no diagnóstico da situação. “Neste momento estamos numa fase em que as opções não são muitas, o que faz com que a gente tenha que aprimorar os nossos instrumentos de diagnóstico na comunidade para podermos salvaguardar as consequências dessa estiagem e não deixar ter números piores”, disse a directora do gabinete provincial da Saúde da Huíla, Luciana Guimarães. Há cerca de dois meses, organizações da sociedade civil pediram ao Governo de Angola que declare estado de emergência no sul do país para permitir o acesso à ajuda internacional. 

- Devido ao surto de malária que está a assolar a província de Benguela, em Angola, as unidades sanitárias estão com uma taxa de ocupação três vezes acima da capacidade. Há um óbito em cada 400 casos. Um surto de malária e dengue está a assolar a província angolana de Benguela, com o registo de diário de 2 mil casos, dos quais morre um paciente em cada 400 casos diagnosticados, informaram as autoridades sanitárias locais. Segundo o diretor provincial da Saúde de Benguela, António Manuel Cabinda, o município mais afetado é o Lobito, onde está prevista para esta segunda-feira uma megacampanha de fumigação. Manuel Cabinda disse que devido à situação, as unidades sanitárias estão a registar enchentes, sobretudo a nível dos serviços pediátricos, com uma taxa de ocupação três vezes acima da sua capacidade. “A província de Benguela está a viver um surto de malária e dengue, em malária a província está com uma média de 2.000 casos por dia e tem estado a registar um óbito em cada 400 casos diagnosticados”, afirmou o responsável sanitário em declarações à Rádio Nacional de Angola. Por sua vez, o diretor clínico do Hospital Municipal de Benguela, Luís Vieira, sem referir a que período, lamentou a morte de 14 pacientes, dos quais 12 crianças, até aos 14 anos, por malária. A nossa pediatria tem uma capacidade de 80 camas, nós não tínhamos doentes no nosso corredor há mais ou menos três anos e neste momento temos o corredor da pediatria completamente cheio, com colchões no chão, fruto mesmo do número crescente de malária, então, houve colapso em termos de atendimento”, referiu. Luís Vieira manifestou-se ainda preocupado com o número insuficiente de enfermeiros para responder à demanda atual. “É muito difícil pelo número de doentes que se tem agora, um ou dois enfermeiros, é impossível”, frisou. A malária, doença endémica em Angola, é a primeira causa de morte, de internamento e abstenção laboral e escolar no país. 

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sexta-feira, 4 de junho de 2021

JÁ PODE OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 219ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 3-6-2021.‏

 Rádio Angola Unida (RAU): 219º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 3-6-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- João Lourenço afirma que todos aqueles que recebem salários do Estado têm necessariamente de responder presente, a não acontecer isto "devemos concluir" que estamos perante um efetivo "fantasma". O Presidente angolano orientou esta terça-feira o seu novo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança a fazer o levantamento e pôr fim a todos os oficiais “fantasmas” no seio das forças de defesa e segurança do país. João Lourenço falava esta terça-feira na cerimónia de tomada de posse de Francisco Pereira Furtado, nomeado na segunda-feira pelo chefe de Estado angolano para substituir no cargo Pedro Sebastião, exonerado na sequência de um escândalo financeiro que envolve oficiais da Casa de Segurança. “Gostaria de desejar, fazer votos, que tenha sobretudo muita coragem, vontade, não apenas de trabalhar, mas de mudar radicalmente o estado das coisas, não apenas nas Forças Armadas Angolanas, mas em todos os órgãos de defesa e segurança, nas forças armadas, Polícia Nacional, serviços, e tal como no quartel, na parada, quando se chama pelo soldado, o soldado responde presente”, disse João Lourenço. O chefe de Estado angolano frisou que uma das missões do ex-Chefe do Estado-Maior General das FAA, agora em novas funções, é “chamar pelos efetivos para que todos respondam presente”. Porque todos aqueles que recebem salários do Estado têm necessariamente de responder presente, a não acontecer isto devemos concluir imediatamente que estamos perante um efetivo ‘fantasma’, portanto, uma das tarefas que terá, será, com certeza, limpar todos os efetivos ‘fantasmas’ que existirão nos órgãos de defesa e segurança”, afirmou. “Os últimos acontecimentos de Luanda vêm demonstrar que é por aí que, com dinheiros públicos, estamos a engordar o “caranguejo”, portanto, uma das suas missões é travarmos o quanto antes isto”, acrescentou, numa referência à “Operação Caranguejo”, relativo a um grupo de oficiais afetos à Casa de Segurança do Presidente da República, implicados num processo que envolve elevadas somas monetárias, na ordem dos milhões de dólares, euros e kwanzas. João Lourenço exortou o Banco Nacional de Angola e à Unidade de Informação Financeira a um maior controlo das operações bancárias, com vista a garantir a prevenção do crime. “É evidente que a nossa sociedade tem que colaborar, gostaria de destacar também a necessidade de prestarmos atenção particular aos bancos, porque tudo isso passa pela banca e há comportamentos, procedimentos, da banca que não são normais, precisamos de mudar imediatamente”, disse, apelando a “uma ação mais forte, mais contundente, da parte do banco central e da parte da Unidade de Informação Financeira”. O objetivo não é apenas punir e castigar os bancos prevaricadores, “mas sobretudo encontrar um mecanismo que garanta a prevenção do crime, que torna — não digo impossível –, mas pelo menos difíceis, que as práticas a que assistimos não tenham continuidade”, frisou. Em declarações à imprensa, Francisco Pereira Furtado admitiu ter uma grande responsabilidade pela frente, realçando que foi orientado pelo Presidente da República sobre o que deve exatamente fazer. “O Presidente da República orientou exatamente aquilo que devo fazer relativamente à adequação das estruturas da própria Casa de Segurança e o trabalho profundo de cadastramento físico de todos os efetivos dos órgãos de segurança e defesa nacional, por formas a que possamos dar dignidade a estes órgãos que servem o país e que devem estar adequadas à realidade daquilo que o país realmente precisa e, acima de tudo, a moralização da sociedade castrense e os órgãos de segurança em si”, referiu. O Presidente angolano exonerou na segunda-feira Pedro Sebastião, do cargo de chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, depois de ter afastado outros sete oficiais daquele órgão na semana passada. Um comunicado da Procuradoria-Geral da República anunciava no dia 24 do mês passado que foi aberto um processo que envolve oficiais das Forças Armadas Angolanas afetos à Casa de Segurança do Presidente da República, por suspeita do cometimento dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros. A nota da PGR frisava que no âmbito do referido processo foram apreendidos valores monetários “em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte-americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas”.

  - Angola evitou uma situação de incumprimento graças às moratórias internacionais sobre os pagamentos da dívida e poderá demorar mais tempo a recuperar economicamente do que outros países africanos, segundo um relatório publicado hoje pela Fundação Mo Ibrahim. De acordo com os autores do documento, Angola poderá ter poupado três mil milhões de dólares entre maio de 2020 e junho de 2021 graças à Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) promovida pelo G20, que garante uma moratória sobre os pagamentos da dívida dos países mais endividados aos países mais desenvolvidos e às instituições financeiras multilaterais até dezembro de 2021. "As moratórias de dívida salvaram temporariamente Angola de incumprimento, enquanto o Chade, a República do Congo, a Mauritânia e o Sudão estão todos sob forte pressão financeira", refere o estudo "Covid-19 em África, um ano depois: impacto e perspetivas". Trinta e oito dos 54 países africanos são elegíveis para usar o DSSI, mas sete optaram por sair por recearem que a participação resultasse numa descida do 'rating' da dívida púbica e dificultasse o acesso a novo financiamento em condições não preferenciais. A Zâmbia foi o primeiro e até agora único país africano a entrar em incumprimento durante a pandemia covid-19, em novembro de 2020, e em abril deste ano a Tunísia entrou em negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para iniciar um novo programa de ajuda financeira. Este cenário reflete o impacto da crise pandémica no continente, que levou à revisão em baixa das perspetivas de crescimento económico até 2024, refere o estudo. Em 2021 espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) africano cresça 4,5%, em vez de 6% projetados antes da pandemia, uma melhoria face à contração de 1,9% em 2020, de acordo com dados da Fundação baseados nas estimativas do FMI. "Todos os países, exceto as Ilhas Comores, devem regressar ao crescimento em 2021 e a maioria do continente deve ver o PIB recuperar para os níveis pré-pandémicos (2019) até o final do mesmo ano", lê-se no relatório. Porém, existem disparidades no continente, e oito países, incluindo Angola, Maurícias, Seicheles e África do Sul, poderão demorar entre três a seis anos para que o PIB volte aos níveis anteriores à pandemia, enquanto na Argélia, Líbia e Zâmbia, a recuperação poderá levar sete ou mais anos. O estudo, que fornece uma análise abrangente do impacto da pandemia covid-19 sob as perspectivas da saúde, sociedade, política e economia, vinca que a [pandemia] covid-19 exacerbou problemas enfrentados no continente, nomeadamente o desemprego, que deverá chegar a um máximo na última década. "Confinamentos e proibições de viagens em todo o mundo atingiram setores importantes. Consequentemente, as perspetivas de emprego para jovens diminuíram ainda mais, milhões caíram na pobreza, a insegurança alimentar disparou e as desigualdades aumentaram", refere. 

- Economistas angolanos manifestam preocupação quanto à sustentabilidade da dívida do país, contrariando assim previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) citadas pelo director do Gabinete de Estudos e Relações Internacionais do Ministério das Finanças. Patrício Neto disse recentemente a estudantes da Universidade Católica que a dívida pública de Angola no mercado externo é sustentável, de acordo com as mais recentes previsões do FMI. Contudo, mais recentemente a agência de notação financeira Moody’s afirmou que a principal questão sobre a evolução do rating de Angola nos mercados financeiros internacionais é a questão de saber se o Governo vai conseguir refinanciar a dívida de curto prazo e as necessidades de financiamento. O economista Carlos Padre é de opinião que “Angola actualmente não está em condições de suportar o volume de dívida que tem e acredito que a única saída que tem é haver muito mais investimentos principalmente virado as pequenas e médias empresas”. Por seu turno, o economista Damião Cabulo afirma que as medidas do Governo têm sido políticas pelo que duvida que possa consegir refinanciar as suas dívidas. "A cada dia que passa Angola fica cada vez mais endividada e sinceramente não vejo neste momento alguma capacidade do Executivo, para pelo menos refinanciar a sua dívida, não acredito, pois eles apenas apresentam posições políticas”, sustenta. Para Cabulo, era importante que o Governo “chamasse a academia para com estudos, apresentar possíveis soluções”. O professor de economia Faustino Mumbica afirma que“quando olhamos para a dívida de Angola em relação ao PIB vê-se que estamos no vermelho”. “O valor da dívida supera o indicador do PIB logo há dificuldades de se refinanciar a dívida, e é aí que assenta a leitura da Moody's”, explica aquele docento universitário, acrescentando que “em relação à sustentabilidade da dívida, a questão não se põe”. “O problema é saber se vale a pena continuar a endividar, se os valores destes endividamento não são rentabilizados ali onde de facto são necessários e vão mais em benefício de agentes particulares”, diz o economista.

 - Em Angola, mais de 50 por cento dos casos de violência contra menores têm por alvo crianças do sexo feminino, revelou a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, em Malanje, nesta terça-feira, 1. Neste Dia Internacional da Criança, o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Angola, por seu lado, alertou para o aumento da violência contra menores em tempo de pandemia. Nos primeiros seis meses deste ano, o terminal telefónico SOS Criança registou cerca de 200 mil denúncias de abandono de menores, acusações de práticas de feitiçaria, exploração do trabalho infantil, fuga à paternidade, disputa de guarda de menor, negligência, raptos e tráfico, violência física, psicológica e sexual. “Das crianças vitimas de violência a maioria, 52,3 %, é [contra] crianças do sexo feminino, enquanto mais de 16 % referem-se à fuga à paternidade”, disse a ministra. Faustina Alves, que discursava na cerimónia nacional do Dia Internacional da Criança, em Malanje, defendeu o reforço de sinergias dos vários sectores sociais em prol a defesa dos direitos dos menores, no âmbito da municipalização da acção social para protecção e desenvolvimento integral dos menores. Por seu lado, o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Angola lembrou que em todo o mundo milhões de crianças não têm acesso à educação, à saúde e a brincar porque são obrigadas a sustentar as respectivas famílias. Jovany Mota, que reiterou o apoio à infância nos primeiros anos de vida, alertou o Governo angolano para olhar para a agenda de desenvolvimento do país, nesta altura da pandemia do novo coronavírus que torna mais vulneráveis as crianças. “Algumas das questões que actualmente preocupam o Unicef dizem respeito essencialmente ao aumento dos casos de violência contra criança motivado actualmente pela pandemia da Covid-19, o acesso aos serviços básicos como a vacinação, cuidados de nutrição e a estimulação precoce [gravidez precoce] que são essenciais para a sobrevivência de cada menino e de cada menina”, referiu Mota. Entretanto, em Malanje, o número de crianças de rua e na rua é preocupante, de acordo com o governador provincial, quem pediu o apoio das igrejas locais com projectos para eliminar o fenómeno. “Temos que encarar este problema com a seriedade que ele merece, devemos criar programas a médio e longo prazo para que terminemos com essas crianças que andam de rua em rua, são abandonadas pelas suas famílias”, defendeu Norberto dos Santos. Em Malanje, centenas de crianças, em representação das milhares em todo o país, expressaram as vantagens do impacto dos 11 compromissos assumidos pelo Governo e parceiros relativamente aos seus direitos. 

- Fluxo migratório de angolanos que fogem à fome no Cunene e Huíla e se refugiam na Namíbia pode pôr em risco as boas relações diplomáticas entre os dois país, diz especialista em questões internacionais ouvida pela DW. Mais de dois mil angolanos refugiaram-se na vizinha Namíbia fugindo à fome nas províncias do Cunene e Huíla. Os dados avançados recentemente pela imprensa pública angolana indicam que mais de metade destes "deslocados da fome", como são chamados em Angola, são crianças e cerca de 70 mulheres encontram-se grávidas. Como pode o governo angolano articular possíveis soluções? Emília Pinto, especialista angolana em questões internacionais, propõe que o Estado solicite asilo na Namíbia para os chamados "refugiados da fome". "Para mais tarde conseguirem alcançar o estatuto de refugiados e este estatuto é que lhes garante alguma proteção diplomática e alguma garantia de que o Estado se compromete a salvaguardar os interesses destes refugiados e que, de alguma forma, lhes é dado condições mínimas para sua sobrevivência", explica. Para a especialista, é urgente a adopção deste mecanismo para contenção do fluxo migratório. Emília Pinto receia que, nos próximos tempos, a Namíbia venha a suspender as boas relações diplomáticas com Angola, para garantir os seus interesses a nível nacional, embora exista um acordo de isenção de vistos entre os dois países. "Ou seja, a Namíbia pode decidir fechar as fronteiras ou suspender a circulação de cidadãos angolanos em seu território para que não haja um número excessivo de refugiados", alerta. A especialista não tem dúvidas de que a situação que se vive no sul do país revela a incapacidade do Estado angolano em garantir a proteção aos cidadãos nacionais. O jornalista angolano Hossi Sanjamba trabalhou nas zonas afetadas pela fome ao longo deste mês. No Curoca, província do Cunene, por exemplo, visitou cerca de 10 aldeias e diz que a situação é insustentável. "Destas dez aldeias que visitei (estão) todas elas despovoadas. Nestas aldeias encontrei maioritariamente pessoas idosas, pessoas já de 50 anos para cima. Às vezes, fico com dificuldades de dizer aquilo que eu realmente registei no terreno, mas a situação é grave", lamenta. Entretanto, muitas toneladas de bens não perecíveis continuam a ser recolhidas, em Luanda, numa campanha levada a cabo por imprensas públicas e privadas de comunicação social para ajudar os milhares de angolanos com fome nas províncias da Huíla, Namibe, Cunene e Cuando Cubango, região sul de Angola. A iniciativa denomina-se "Um Abraço Solidário". 

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.  

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2021/06/04/angola-aumento-da-violncia-infantil?fbclid=IwAR3l1hzN4rYl2zKL_j_V49wIFuq5Lp9KK2omPB1U_-4wJjCPHjv_8GbVro4