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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

OUÇA JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 152ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 30-1-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 152º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 30-1-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- O investigador britânico Justin Pearce considerou à Lusa que a empresária angolana Isabel dos Santos dificilmente vai a julgamento em Luanda porque vai evitar entrar em qualquer país que tenha acordo de extradição com Angola. Ela claramente tem acesso a excelentes advogados, e acho que vai ser muito cuidadosa e não entrar em qualquer país com o qual Angola tenha um acordo de extradição", disse o académico, vincando que o problema põe-se também do lado de Angola. Entretanto, PGR de Angola enviou um pedido de cooperação judiciária a Portugal para notificar a empresária angolana e outros três arguidos portugueses da condição de arguidos no processo crime aberto por suspeitas de desvio de fundos, branqueamento, falsificação de documentos e abuso de poder. Também,  empresária angolana Isabel dos Santos revelou esta segunda-feira que vai avançar com ações em tribunal contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação "Luanda Leaks", reafirmando a origem lícita dos investimentos que fez em Portugal. "Refuto as alegações infundadas e falsas afirmações e informo que deram início as diligências para as ações legais contra a ICIJ [Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação) e parceiros da ICIJ, as quais serão conduzidas pela empresa internacional de advogados Schillings Partners", revelou, em comunicado enviado à agência Lusa, Isabel dos Santos. Mas, parcialmente detida pelo marido de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo, a joalheira suíça De Grisogono declarou esta quarta-feira a falência – ditada pelo acumular de dívidas e por não ter surgido um comprador. A decisão, que é conhecida na esteira das notícias sobre a investigação Luanda Leaks, vai ser comunicada nas próximas horas aos trabalhadores. Recorde-se que na última semana o procurador-geral de Angola, Hélder Pitta Gróz, revelou, em entrevista à agência Lusa, que a joalheira suíça se encontrava sob a lupa das investigações judiciais em Angola. Designadamente o financiamento da Sodiam, diamantífera estatal, com o equivalente a 180 milhões de euros, com vista à aquisição da De Grisogono.

- As perspetivas para a inflação em Angola mantêm-se negativas nos próximos meses, estimando-se que chegue aos 24% no final de 2020, segundo o gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA). Anota informativa a que a Lusa teve acesso refere que a inflação homóloga, que foi de 16,9% em dezembro, deverá ir subindo gradualmente "em resultado dos efeitos desfasados da significativa depreciação em outubro, devendo chegar perto dos 24% no final de 2020". Em resultado disso, a política monetária deverá manter-se restritiva, servindo igualmente para conferir estabilidade ao mercado cambial. "O Banco Nacional de Angola (BNA) continua a manter um equilíbrio delicado entre a política cambial e a política monetária, sendo que as atuais perspetivas para a inflação nos próximos meses são negativas, não dando margem para qualquer alívio", diz a nota. O documento adianta ainda que "as atuais ferramentas são adequadas para lidar com a gestão da liquidez, com o BNA a regular a cedência de liquidez ao mercado consoante considera necessário para um normal funcionamento do mesmo". Se as perspetivas se agravaram, "as mudanças deverão ocorrer ao nível das reservas obrigatórias, mas tal não parece provável para já". Na segunda-feira, após a reunião do Comité de Política Monetária, o BNA decidiu manter inalterados os vários instrumentos de política monetária, com a taxa de juro nos 15,5% e o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional nos 22%, sendo 15% para moeda estrangeira. Uma decisão "consistente com a atuação recente do BNA, ao manter uma política monetária restritiva, acompanhando a pausa nas descidas da taxa de referência por ferramentas mais diretas (e eficazes) de restrição da liquidez".

- O Tribunal de Contas angolano está a auditar as contas da direção cessante do Cofre de Previdência do Pessoal da Polícia Nacional (CPPPN) angolano, mergulhado em "elevadas dívidas" que levaram à hipoteca do seu património. Na sua intervenção, o também superintendente-chefe da polícia angolana considerou que a gestão cessante deixou a instituição "completamente endividada" com os "cofres vazios e numa situação "dramática e catastrófica". Segundo o dirigente, que aponta uma nova era para o CPPPN, com a "abertura, proximidade e serviço" aos associados como divisas, a nova gestão reestruturou já o quadro orgânico e do pessoal e "dinamizou" o processo da pensão da reforma complementar e subsídios.

- A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) considerou que a revisão da pauta aduaneira de Angola deve beneficiar os setores locais da construção e da manufatura, mas as tarifas não aduaneiras impedem melhorias mais expressivas. Os custos de importação mais baixos devem ajudar a estimular os setores da construção e da manufatura, que estagnaram devido à fraca economia, resultando num enfraquecimento do kwanza e numa falta de moeda estrangeira, tornando os pagamentos no estrangeiro difíceis", escrevem os analistas num comentário às alterações à pauta aduaneira, que entraram em vigor em 29 de dezembro. No comentário enviado aos investidores pela equipa de analistas da revista britânica The Economist, e a que a Lusa teve acesso, lê-se que "a existência de muitas barreiras não tarifárias, como os cortes de energia, a excessiva burocracia, a corrupção endémica e a falta de mão de obra qualificada, vai precisar de ser resolvida para serem dados passos tangíveis de melhoria que ajudem o ambiente empresarial e aumentem a confiança dos investidores".

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.



sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

PODE JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 151ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 23-1-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 151º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 23-1-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- A empresária angolana Isabel dos Santos foi constituída arguida por alegada má gestão e desvio de fundos durante a passagem pela petrolífera estatal Sonangol, anunciou esta quarta-feira a Procuradoria-Geral da República de Angola. A empresária angolana Isabel dos Santos foi constituída arguida por alegada má gestão e desvio de fundos durante a passagem pela petrolífera estatal Sonangol, anunciou esta quarta-feira, 22 de janeiro, a Procuradoria-Geral da República de Angola. O anúncio foi feito pelo procurador-geral, Heldér Pitta Grós, em conferência de imprensa em Luanda. Enquanto isso, O general Hélder Pitta Grós vai encontrar-se, esta quinta-feira, com a Procuradora-Geral da República portuguesa, a magistrada Lucília Gago Lucília Gago. A reunião é a primeira desde que foi conhecida a investigação ‘Luanda Leaks’, na qual é revelado que a empresária angolana Isabel dos Santos desviou, alegadamente, milhões de dólares para o Dubai. Também, Isabel dos Santos vai deixar de ser acionista no EuroBic. Em comunicado, o banco explica que "a operação de alienação da sua participação já foi iniciada" e que a sua saída "decisiva" vai "concretizar-se o mais brevemente possível". Sendo assim, a empresária angolana renunciou ao exercício dos seus direitos de voto e, consequentemente, todos os administradores não executivos "que exercem funções na estrutura de gestão do Universo da Eng.ª Isabel dos Santos apresentaram a renúncia aos seus cargos no EuroBic com efeitos imediatos". A venda dos 42,5% que tem no antigo BPN está a ser negociada.

- A responsável da Transparência Internacional (TI) para o sul de África considerou hoje que os ‘Luanda Leaks’ estão a provocar “ondas de choque”, nomeadamente em África, admitindo um “efeito dominó” de revelação de casos semelhantes no continente. “A investigação está a provocar ondas de choque não só em África, mas também na comunidade internacional, porque mostra que ninguém está imune e que os delitos supostamente secretos não o são”, adiantou, em declarações à agência Lusa, Mokgao Kupe. A coordenadora regional da Transparência Internacional para o Sul de África disse, por outro lado, acreditar que “provavelmente a investigação terá um efeito dominó” que levará a “revelações explosivas” em outros países. Mokgao Kupe classificou como “cruciais” as revelações da investigação ‘Luanda Leaks’ por tornarem “mais claro” o nível de corrupção que, durante duas décadas, “existiu nos setores público e privado em Angola”.

- Angola espera obter a cooperação de outros países que estejam abrangidos pelo caso 'Luanda Leaks', que envolve Isabel dos Santos, afirmou hoje em Londres o ministro de Estado para a Coordenação Económica angolano, Manuel Nunes Júnior. Numa intervenção no Instituto Real de Relações Internacionais Chatham House, o governante disse que espera "cooperação em termos diplomáticos com todos aqueles países que sintam que aspetos que foram trazidos à luz tenham relevância para os seus países". "O combate que estamos a fazer ao mau uso de recursos públicos em Angola é um combate sério, firme e vai continuar, porque precisamos de ter em Angola uma sociedade que respeite a lei. Vamos buscar a cooperação de todos aqueles países que podem ser relevantes nesta luta contra a corrupção", afirmou Manuel Nunes Júnior, questionado sobre o caso 'Luanda Leaks'. O ministro angolano admitiu que o caso relativo à filha do anterior Presidente José Eduardo dos Santos "é uma situação sensível, mas é algo que o executivo angolano tem realmente de tratar". Sobre o papel das consultoras que faziam auditorias a empresas, referiu que "vários órgãos de Angola e não só vão ter de pegar nessa informação toda, analisá-la e ver os passos seguintes".

- A Organização das Nações Unidas (ONU) antecipa que Angola ainda continue em recessão este ano, com um crescimento negativo de 1%, e comece a crescer em 2021, com uma expansão de 1,5%, segundo um relatório hoje divulgado. De acordo com o relatório sobre a Situação Económica Mundial e Perspetivas, lançado hoje em Nova Iorque, a ONU estima que a economia angolana enfrente o quinto ano consecutivo de recessão económica, regressando depois ao crescimento económico, vendo a economia expandir-se 1,5%. A situação económica na África Austral deteriorou-se em 2019, com várias economias em estagnação ou recessão num contexto de baixo investimento, faltas de energia, elevado desemprego e clima catastrófico", lê-se no documento, que dá conta que estas economias do sul de África devem ter crescido 0,3% em 2019 e deverão acelerar para 0,9% este ano e 1,9% em 2021. Segundo o relatório, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita "deverá manter-se em território negativo este ano" nesta região. Em Angola, a maior economia da região depois da África do Sul, "a recessão deverá continuar este ano num contexto de contínua queda da produção e dificuldades na atração de investimentos estrangeiros", frisa o documento. Assim, continua a ONU, "em Angola o crescimento do PIB deverá entrar em terreno positivo apenas em 2021, mas em termos per capita [divisão do crescimento da economia pelo crescimento da população] o país deverá continuar a contrair-se pelo sétimo ano consecutivo".

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

OUÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 150ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 16-1-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 150º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 16-1-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Isabel dos Santos admitiu ser candidata à presidência de Angola em entrevista à RTP. A empresária, que diz “estar a ser perseguida pela Justiça”, diz que fará “tudo” o que tiver de fazer “para defender e prestar os serviços à minha terra, ao meu país, Angola”, e isso inclui uma candidatura presidencial ao cargo que o pai, José Eduardo dos Santos, ocupou durante 38 anos. O Presidente José Eduardo dos Santos ganhou três eleições democráticas em Angola e, durante todo o seu legado, foi um homem muito amado”, defendeu Isabel dos Santos. “Se formos ver as eleições que ele ganhou, foram eleições com 80%. É uma pessoa muito respeitada. Eu, como todos os outros angolanos, com a chegada do presidente João Lourenço, acreditámos que seria uma nova era e uma nova Angola. Mas hoje, o que denoto é que não é. Não é uma nova era, não é uma nova Angola. O que se está a fazer hoje em angola são processos seletivos e que têm a ver com a luta de poder do MPLA.”

- O ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, pode enfrentar um processo-crime movido pelas autoridades norte-americanas pelo seu alegado envolvimento em actos de corrupção. De acordo com o semanário Novo Jornal, o ministério angolano das Relações Exteriores descarta o envolvimento do executivo do Presidente João Lourenço na possível tomada de decisão das autoridades norte-americanas. A notícia, que está a merecer comentários de vários sectores da sociedade civil angolana, surge depois do arresto das contas e acções empresariais de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente, e do seu marido, por alegadas dívidas ao Estado angolano. No combate à corrupção, João Lourenço tem solicitado a cooperação de outros Estados com vista ao repatriamento de dinheiro público desviado para o exterior do país por altas figuras durante o regime de José Eduardo dos Santos.

- Ex-ministro das Finanças disse em tribunal que foi afastado da operação de transferência dos 500 milhões de dólares do Banco Nacional de Angola para o estrangeiro e que não viu nenhum decreto presidencial a autorizá-la. Archer Mangueira, que à altura dos factos era ministro das Finanças de Angola, respondeu esta terça-feira (13.01) como declarante na nona sessão de julgamento, que arrancou a 9 de dezembro de 2019, em que são arguidos o antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe, o ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno "Zenu" dos Santos, e outros dois coarguidos. No interrogatório, durante várias horas, Archer Mangueira disse que participou na primeira fase do processo, tendo depois sido afastado, para voltar a tomar parte na terceira fase, a de recuperação dos valores. O antigo ministro declarou que tomou contacto com o processo através do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que o indigitou para liderar as negociações com os promotores da iniciativa, que terminaria na criação de um fundo de investimento estratégico para projetos estruturantes, no valor de 30 mil milhões de dólares (27 mil milhões de euros).

- Estudantes universitários sentem-se traídos pelo Presidente angolano, que quer assinar um decreto para pôr fim ao sistema de ensino gratuito nas universidades públicas. É "um erro grave" cobrar propinas, dizem os jovens. O Governo de João Lourenço pretende cobrar uma "taxa de participação" nas universidades públicas angolanas, porque o Estado está sem condições para continuar a suportar exclusivamente todas as despesas nesta área de formação. A medida vai entrar em vigor num período em que muitos angolanos estão a perder os postos de trabalho. Devido à situação financeira de muitas famílias, estudantes ouvidos pela DW África garantem que não têm condições para suportarem os estudos e que o Governo "está a cometer um erro grave ao cobrar propinas nas universidades públicas". Se o Governo avançar com a medida, Paulo Timóteo, que quer estudar Língua Portuguesa na Universidade Agostinho Neto (UAN), é um dos que não poderá prosseguir os estudos. "Ao implementar a cobrança de propinas, o próprio Governo já está a cometer crime. Não estou em condições de pagar as propinas porque não trabalho e com isso não consigo pagar os estudos", explica. Segundo a Associação dos Estudantes da UAN, a comparticipação financeira no ensino superior público poderá deixar fora das salas de aulas cerca de 12 mil angolanos.

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

JÁ PODE OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 149ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 09-1-2020.‏

Rádio Angola Unida (RAU): 149º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 09-1-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- A Procuradoria-Geral da República de Angola (PGR) admitiu a possibilidade de arrestar os bens que Isabel dos Santos tem em Portugal. Ao “Eco“, a PGR disse que o processo não incluiu as participações que a filha do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, tem em empresas portuguesas, mas tal poderá vir a acontecer. A publicação referiu que o porta-voz da PGR, Álvaro João, disse que “não há algo que me leve a afirmar que tenha de acontecer deste modo, mas — se houver necessidade — vamos fazer recurso dos acordos de cooperação com Portugal”, quando questionado sobre a possibilidade de arresto dos bens de Isabel de Santos em Portugal. A empresária Isabel dos Santos, o marido Sindika Dokolo e o seu gestor Mário Leite da Silva podem estar dez anos ou mais com os bens arrestados preventivamente à espera que haja uma decisão do processo principal. “Estou a falar da nossa experiência, os processos aqui em Angola demoram muito. Um processo cível leva de dez a 20 anos”, explicou ao PÚBLICO o advogado angolano David Mendes. O arresto preventivo de contas bancárias pessoais e participações em nove empresas da filha e do genro de José Eduardo dos Santos, bem como do seu gestor, está relacionado com um processo de condenação para pagamento de mais de 1,1 mil milhões dólares (mil milhões de euros) ao Estado, por prejuízos provocados nas empresas públicas de petróleo (Sonangol) e de diamantes (Sodiam). Foi “com surpresa” que Sindika Dokolo recebeu a notícia do arresto de bens. O empresário congolês (RDC) afirma que “um estado de direito que se respeita” não toma “este tipo de medidas, um processo judicial sem as partes estarem ao corrente” e acrescenta que o arresto pode “condenar as empresas à morte”. A empresária Isabel dos Santos vai contestar judicialmente a decisão do Tribunal de Luanda de lhe arrestar bens. Em entrevista telefónica ao Financial Times (acesso condicionado), a angolana afirmou ter sido alvo de invasão de privacidade para a falsificação de provas. O Tribunal Providencial de Angola ordenou o arresto preventivo de bens de Isabel dos Santos, do marido Sindika Dokolo e do gestor Mário Silva. Em causa estão contas bancárias e participações no banco BIC, na Unitel, no banco BFA, na ZAP Media, na Finstar, na Cimangola, na CONDIS, na Continente Angola e na SODIBA. A empresária afirmou que vai defender-se nos tribunais angolanos, apesar de dizer que tem pouca fé no sistema judicial, em declarações ao FT. Segundo a angolana, os serviços secretos angolanos usaram hackers para entrar nos servidores dos computadores que tem em Portugal para “forjar e falsificar provas”.

- A informação que foi divulgada pelo Ministério da Economia e Planeamento após a assinatura de um acordo com o Banco de Poupança e Crédito (BPC), que se tornou a nona instituição a aderir ao programa que visa potenciar a capacidade produtiva interna de 54 bens identificados no Prodesi (Programa de Apoio à Produção Nacional, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações). Segundo o documento, os bancos declararam ter aprovado 23 pedidos de crédito no âmbito do PAC, entre setembro e dezembro, tendo recebido 107 solicitações de financiamento num total de 283 mil milhões de kwanzas (527 milhões de euros). O maior montante foi atribuído à Biocom, para produção de açúcar e derivados na província do Malanje (5,7 mil milhões de kwanzas/10,6 milhões de euros), seguindo-se a Fazenda Girassol, com um projeto de produção de milho e feijão no Zaire (3,8 mil milhões de kwanzas/07 milhões de euros). Entre as medidas ainda pendentes para aumentar o crédito em que o ministério da Economia está a trabalhar contam-se a capitalização do Fundo de Garantia de Crédito, e imunização do risco cambial da linha de crédito concedida pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) ao BPC.

- A construção de um hospital para os dirigentes angolanos está a ser alvo de severa críticas com alguns a descreverem a decisão como a confirmação da existência de um apartheid económico em Angola e uma vergonha para os cidadãos do país. Com efeito o presidente angolano, João Lourenço, assinou recentemente, um decreto que autoriza a construção de um hospitalpara os “principais dirigentes do Estado”que terá o nome de Complexo Hospitalar General Pedro Maria Tonha «Pedalé», para tratar da saúde do Presidente e seus “principais auxiliares” num valor que segundo alguns é equivalente à cosntrução de 487 Hospitais Municipais.

- Angola poderá muito em beve não ter capacidade pagar as suas dívidas alertou a publicação Economist Intelligence numa avaliação que analistas angolanos consideram correcta. Na mesma sintonia está David Kissadila, o especialista em gestão de politicas publicas para quem Angola ainda não conseguiu sair de uma recessão económica que diz estar a decorrer há cinco anos e a “entrar na fase depressiva em que se encerram empresas, aumenta o desemprego”. “É obvio que a Economist Intelligence nas suas análises começa já a ver este risco e alerta para isso”, disse.

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PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2020/01/10/angola-faltam-18-meses-para-o-final-do-mandato-de-jlo?fbclid=IwAR0t7pJQfEfKNGbqE1Ht2BgtA3QjPFhBN26DufwywHVyr04WQ3vQ9EljIes

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

PODE JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 148ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 02-1-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 148º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 02-1-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- A justiça angolana decretou o arresto de activos e contas bancárias de Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo e de Mário Filipe da Silva, segundo indica um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, que refere que o Serviço Nacional de Recuperação de Activos intentou uma providência cautelar de arresto no Tribunal Provincial de Luanda contra os três empresários. Luanda acusa os três de “ocultar património obtido às custas do Estado” e afirma que a filha do antigo Presidente de Angola, “por intermédio do seu sócio Leopoldino Fragoso do Nascimento, está a tentar transferir alguns dos seus negócios para a Rússia, tendo a Polícia Judiciária portuguesa interceptado uma transferência de dez milhões de euros que se destinava à Rússia”, segundo se lê no despacho do tribunal a que o PÚBLICO teve acesso esta segunda-feira. Em causa estão perdas para o Estado angolano superiores a mil milhões de dólares, refere o documento. De acordo com a PGR angolana, Isabel dos Santos, Sindika Dokolo e Mário Filipe da Silva celebraram negócios com o Estado angolano através das empresas públicas Sodiam (diamantes) e Sonangol (petróleos). Com a Sonangol foi constituída uma sociedade, a Esperaza Holding BV, detendo a petrolífera 60% do capital social e a Exem Energy BV, de Isabel dos Santos, Sindika Dokolo e Mário Filipe da Silva, os restantes 40%. Para a concretização do negócio, acrescenta o comunicado da PGR, o Estado angolano, através da Sonangol, entrou com 100% do capital, correspondente a 193 milhões de euros, tendo emprestado à sociedade Exem Energy BV 75 milhões de euros, valores que não foram devolvidos até à data. Segundo a nota, chegou a haver uma tentativa de pagamento da dívida em kwanzas, mas tal foi rejeitado porque a dívida foi contraída em euros, e o contrato obriga ao pagamento da dívida na mesma moeda em que foi concedido o empréstimo. A empresária Isabel dos Santos afirmou que nunca foi notificada ou ouvida no âmbito no inquérito que levou ao arresto das suas contas em Angola, negando as acusações em que é visada num processo que afirma ser "politicamente motivado". A empresária disse  que o investimento da Sonangol na Galp é o "mais rentável na história" da petrolífera de Angola e que por isso não foi lesivo para o Estado angolano.

- Angola conta com o seu primeiro Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), infraestrutura criada para, através de meios tecnológicos, facilitar a troca de informações entre a polícia e órgãos de segurança do país. O empreendimento, construído em Luanda, capital do país, e inaugurado pelo Presidente angolano, João Lourenço, foi financiado por uma linha de crédito da China, cujo valor não foi revelado. O CISP, erguido numa área de cerca de 8.000 metros quadrados, possui uma sala de videovigilância, uma de atendimento ao despacho, um centro de comando de respostas rápidas, e um laboratório, podendo o cidadão aceder aos serviços através da linha de telefone de emergência 111.

- O ministro da Economia e Planeamento de Angola apontou o combate à burocracia, como um dos desafios para 2020, depois do país ter recuado quatro posições no relatório ‘Doing Business’ do Banco Mundial deste ano. Manuel Neto da Costa fez referência ao facto quando discursava na cerimónia de cumprimentos de fim de ano, salientando que os tempos são desafiantes e 2020 será o momento de procurar “reverter a tendência em curso da economia no sentido da retoma do crescimento económico, que vai levar a geração de empregos”. “Nos últimos dois, três anos, o comportamento do Produto Interno Bruto foi negativo, na última avaliação do relatório ‘Doing Business’, Angola, na posição em que se encontrava no relatório em 2018, recuou quatro posições, e isso não nos conforta. Isso deve levar-nos a redobrar os nossos esforços, dedicação, e a procuramos a excelência no desenvolvimento da nossa atividade e combater a mediocridade”, disse o ministro.Em declarações à imprensa, à margem do ato, Manuel Neto da Costa referiu que estão previstas reformas para se alterar este quadro, essencialmente aquelas que vão colocar fim à excessiva burocracia e à simplificação administrativa para obter respostas mais céleres. “Há também um conjunto de legislação que é preciso aprovar, estou a falar, por exemplo, na proteção de acionistas minoritários em determinadas sociedades comerciais ou a questão da falência. Há um conjunto de questões bem identificadas, de tal maneira que aquilo que precisamos é de facto a execução desse plano de ação”, referiu. Segundo o ministro, este plano de ação já foi aprovado e as medidas para implementação devem acontecer até ao final do primeiro trimestre de 2020, podendo assim levar à melhoria da posição de Angola.

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