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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

PODE JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 201ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 21-1-2021

 Rádio Angola Unida (RAU): 201º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 21-1-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- O Programa Integrado de Intervenção Municipal (PIIM) em Angola, com 200 milhões de dólares norte-americanos investidos em quase dois anos, segundo dados oficiais, está envolto em crescentes queixas de empresários de falta de pagamentos das quantias que lhes devem ser pagas pelos projectos. Em Benguela, província com 101 projectos, o vice-presidente da Aliança Empresarial, Carlos Cardoso Fontes, fala em “descarrilamento” de um PIIM que chegou com o rótulo de salvação da classe. ”Começou tudo tão bem... agora o PIIM ‘descarrilou’, os empresários não podem continuar a trabalhar , não há know how financeiro para trabalhar sem receber”, disse. “ Não quer dizer que sejam todos, eu ainda não parei nenhuma obra, mas o problema é mesmo o atraso das finanças”, lamentou o construtor. O economista e consultor empresarial Janísio Salomão disse que alguns empresários“queixam-se de terem recebido apenas os 15% iniciais” e diz não enntender como é que “se há dinheiro garantido, o do Fundo Soberano” os pagamentos não estão ser feitos. “Eu acho que dentro da engenharia financeira, o Estado esteja também a tirar do Fundo para as despesas da pandemia. Espero que não seja assim, mas acho”,especulou o analista. A este respeito o jurista Nelson Domingos, professor de Ética e Ciências Políticas disse que “quando um Governo não presta contas, de facto da gestão do dinheiro público, cria este ruído”. 

- Filho do empresário Carlos São Vicente afirma que durante quatro meses tem estado a vender bens para fazer face a dívidas. Constituído arguido, Ivo diz que situação é insustentável e carece de cabimento jurídico. Ivo São Vicente está sob pressão, mas aceitou falar com a DW África para revelar a sua versão dos fatos. O empresário foi constituído arguido recentemente no mesmo processo de seu pai, Carlos São Vicente, e poderá ser ouvido em Portugal nos próximos dias ao abrigo de mecanismos de cooperação judiciária com Angola. O despacho do Ministério Púbico (MP) angolano refere que Carlos São Vicente teria levado a cabo "um esquema ilegal" que lesou a petrolífera Sonangol em mais de 900 milhões de dólares (mais de 760 milhões de euros). A família recorre a todos os meios ao seu alcance - até mesmo a instituições portuguesas como Presidência e  Assembleia da República - para desfazer a perceção dos fatos apresentada pelas autoridades judiciais angolanas. "O assunto foi remetido pelo presidente da Assembleia da República para a Comissão de Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e recebemos o apoio explícito de um ex-Presidente da República, o General Ramalho Eanes. Quanto ao atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, estou crente de que, após as eleições, demonstrará também interesse pela nossa situação", explica o empresário radicado em Portugal. Ivo é um dos três filhos de Carlos São Vicente com Irene Neto - filha do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto. Seu pai está detido em Luanda desde setembro de 2020 por suspeita de fraude. Entre os anos 2000 e 2016, Carlos São Vicente foi diretor de Gestão de Riscos da estatal angolana e presidente do Conselho de Administração da AAA Seguros – empresa da qual a Sonangol era inicialmente a única acionista. Segundo as acusações do MP, o empresário terá levado a cabo "um esquema de apropriação ilegal de participações sociais” da seguradora e de "rendimento e lucros produzidos pelo sistema” de seguros e resseguros no setor petrolífero em Angola. Em Portugal, onde Carlos São Vicente tem empresas, foram arrestados os bens e congeladas as contas de toda a família. "A situação atual, com o meu pai preso sem acusação formada e da família com todos os bens e contas congeladas, é insustentável e carece de cabimento jurídico. Todas as diligências são válidas e estamos a desenvolvê-las nos vários países e em diferentes níveis”, esclarece o empresário que foi igualmente afetado pela decisão judicial que se refere ao seu pai. O empresário afirma que, na Suíça, a presidente do Tribunal de Recurso disse ao Ministério Público suíço que não pode prolongar mais o congelamento das contas sem que existam fatos ou provas. "Acredito que em Angola, inevitavelmente se perceberá que tudo isto se tratou de um erro judicial”, espera. 

-  O presidente da Associação dos Advogados Forenses de Angola avisou hoje que a luta contra a corrupção anunciada pelo Governo "não é possível" com a falta de condições nos tribunais. Em entrevista à Lusa, Tiago Ribeiro frisou que concorda com a necessidade de se combater a corrupção, contudo, é preciso reformas na justiça. "Porque, para mim, a pessoa muito importante no tribunal é o oficial e o escrivão, mas são esses oficiais, que para se deslocarem no cumprimento das suas tarefas, irem citar as pessoas, os cidadãos, notificar os advogados, não têm condições, tiram do seu bolso, do seu salário", referiu. O associativista, há mais de três décadas no exercício da advocacia e dois à frente da associação, criada em dezembro de 2018, sublinhou o facto de várias vezes audiências terem sido adiadas, "porque o oficial não notificou as partes". "E confirma que não notificou, porque não tem dinheiro. O meu salário já está esgotado, onde é que vou tirar dinheiro e muitas vezes os oficiais andam nas viaturas das partes, isso não dá dignidade. Se lhe for dado um valor para deslocação, vamos julgar, condenar, essa pessoa como incorreu na corrupção? Não!", disse. Tiago Ribeiro é de opinião que para acabar com o que chamou de "crise dos tribunais", com a morosidade dos processos, é preciso um orçamento próprio para os mesmos. Não podem depender do executivo, situação que foi já resolvida com a independência financeira conferida aos tribunais, em junho de 2019, pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. "Porque já houve alturas em que os magistrados não conseguiam extrair uma sentença dos seus computadores, porque não há tinteiro, papel, já aconteceu várias vezes", contou. Para Tiago Ribeiro, é preciso o envolvimento dos titulares das várias pastas ministeriais, que através de palestras mensais nas administrações, nos ministérios, com todos os trabalhadores, falem sobre o combate à corrupção. "Que ninguém deve guardar o documento do cidadão na gaveta (para ser subornado), porque ninguém tem dinheiro para corromper, (a corrupção) surge por necessidade", salientou. O dirigente realçou que "quem promove a corrupção é próprio Estado, porque se nas instituições do Estado, nas administrações municipais, não se dá celeridade aos processos, gera corrupção". "Tenho clientes que requereram atestado de pobreza e não conseguiram, 15 dias, um mês e não conseguiram, acabaram por desistir, não pode ser, tudo isso é que cria a corrupção, então devia haver palestras nos ministérios, nas administrações municipais, nos governos provinciais, para dizer que o funcionário tem o seu salário e deve ser desse salário que vive", sublinhou. 

-  A Assembleia Nacional angolana aprovou hoje, na generalidade, uma proposta de lei com alterações pontuais à atual lei do investimento privado, para permitir negociar incentivos, facilidades e demais direitos aos investidores de elevados montantes, sobretudo estrangeiros. A proposta de lei que altera a lei do investimento privado foi aprovada com 175 votos a favor do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), da Convergência Ampla de Salvação de Angola -- Coligação Eleitoral (CASA-CE), do Partido de Renovação Social (PRS) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), nenhum contra e sete abstenções, de deputados independentes. Na apresentação da proposta de lei, o secretário de Estado para a Economia e Planeamento, Mário Caetano João, frisou que a lei nº 10/18, de 26 de junho em vigor trouxe muitos avanços, sobretudo na simplificação e desburocratização da tramitação processual, com incentivos fiscais previamente definidos e tipificados, permitindo reduzir de forma substancial o prazo dos registos das propostas de investimento. Mário Caetano João frisou que, apesar dos avanços e facilidades, ainda se verifica que os investimentos que envolvem elevadas quantias financeiras requerem um mecanismo flexível que permita aos investidores, sobretudo os estrangeiros e os nacionais que atraem parceiros estrangeiros com investimentos de grande monta, obterem incentivos, benefícios e facilidades, compatíveis com o elevado volume de capitais do seu investimento. Segundo o governante angolano, a ausência deste regime negocial tem constituído um constrangimento considerável, que tem refreado, em muitas situações, iniciativas de investimento, sobretudo os projetos de investimentos que podem ser estruturantes para a economia nacional. "A presente proposta de diploma que trazemos à vossa apreciação visa alterar pontualmente a atual lei do investimento privado, reforçando assim a competitividade do país em atrair investimento privado, obretudo investimento direto estrangeiro, assim como a melhoria do ambiente de negócios", referiu. A proposta de lei hoje apreciada e aprovada, na generalidade, pelo parlamento pretende, de igual modo, consagrar na lei de investimento privado o reforço das medidas de simplificação do serviço de apoio aos investidores privados nacionais e estrangeiros, por meio da criação por lei da Janela Única do Investidor. Este serviço será prestado pela Agência de Investimento Privado das Exportações de Angola (AIPEX), visando acelerar todos os processos de implantação de investimentos por si licenciados.  

- A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na zona da Grande Lisboa, um cidadão estrangeiro procurado pelas autoridades judiciais angolanas desde maio de 2019, através de mandado de detenção internacional emitido por Angola, divulgou esta segunda-feira a PJ. Segundo a PJ, que atuou através da Unidade de Informação Criminal, o detido é um homem, de 57 anos, que "anteriormente desempenhou funções como alto cargo, na administração de uma empresa de transportes coletivos, em Angola" e que é suspeito da prática dos crimes de branqueamento de capitais, corrupção, desvio de fundos do Estado e associação criminosa. O detido, cuja identidade não é revelada pela polícia portuguesa, foi conduzido ao Tribunal da Relação de Lisboa - instância competente para apreciar pedidos de extradição - e aguardará, em prisão preventiva, o desenrolar do processo de extradição. Esse detido será o antigo-presidente do Conselho de Administração da TCUL/Empresa de Transportes Coletivos Urbanos de Luanda, Abel António Cosme. 

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola. 

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2021/01/22/angola-priso-de-carlos-so-vicente-foi-precipitada-ou-selectiva?fbclid=IwAR3cPvP9pQgukBTLDyXILO5Gi5k3CINop4YyCFY8vNFLUWwXIXHJVVs0mEw

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

OIÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 200ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 14-1-2021.‏

 Rádio Angola Unida (RAU): 200º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 14-1-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- - O Governo angolano continua a ter dificuldades para lidar com as liberdades e frequentemente as autoridades recorrem à força excessiva contra manifestantes, apesar de alguns progressos registados, nomeadamente na liberdade de expressão e de manifestação, bem como no combate ao tráfico humano. A avaliação é da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) que no seu relatório divulgado nesta quarta-feira, 13, destaca no entanto a repressão total na província de Cabinda. "As forças de segurança do Estado foram implicadas por grupos de direitos humanos e meios de comunicação social em graves violações dos direitos humanos, incluindo assassínios, perseguições e detenções arbitrárias, enquanto tentavam impor regras e restrições", lê-se no relatório no qual a organização aponta a forma como as forças de segurança actuaram para implementar as medidas de restrições durante a pandemia da Covid-19. "As forças governamentais reagiram com o uso excessivo da força, que em alguns casos resultou na morte de pessoas inocentes desarmadas" diz a HRW, acrescentando que, frente a esta situação, o Governo debateu-se com muitas dificuldades “para conter os abusos das forças de segurança do Estado implicadas em mortes e uso excessivo da força contra pessoas desarmadas que alegadamente violaram as restrições impostas pela Covid-19". O documento cita, por exemplo, a morte, em Setembro, do médico Sílvio Dala nas mãos da polícia, depois de ter sido detido por não usar uma máscara facial dentro do seu carro, o que suscitou manifestações nas ruas. Apesar de o Governo ter aberto um inquérito não houve até agora qualquer resultado, enquanto os abusos policiais foram considerados pela hierarquia como "más acções" de "alguns agentes" que não devem pôr em causa a confiança na polícia.

 - O Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) em Angola fixou-se em dezembro em 25,10%, o valor mais elevado desde outubro de 2017, e que representa um acréscimo de 8,20 pontos percentuais face ao período homólogo. Segundo os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola, a variação homóloga situa-se em 25,10%, registando um acréscimo de 8,20 pontos, e o índice de preços registou uma variação mensal de 2,06%, destacando-se as províncias da Lunda Norte com 2,31%, Luanda com 2,19%, Cunene e Bié com 1,96% cada, como as que tiveram maiores subidas nos preços. A classe "Alimentação e Bebidas não Alcoólicas", com 2,41%, foi a que registou o maior aumento, sendo também relevantes os acréscimos verificados nas classes "Bebidas Alcoólicas e Tabaco" (2,02%), "Saúde" (1,94%) e "Bens e Serviços Diversos" (1,90%). A classe "Alimentação e Bebidas não Alcoólicas" foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços com 1,17 pontos percentuais durante o mês de dezembro, seguindo-se o "Vestuário e Calçado", "Habitação, Água, Eletricidade e Combustíveis" e "Bens e Serviços Diversos" com 0,14 pontos percentuais cada.

 -  Ativistas detidos na semana passada durante manifestação contra o administrador do Cazenga foram condenados a quatro meses de prisão. Pena foi convertida em multa, e defesa recorrerá da decisão do Tribunal de Luanda. Os 11 ativistas detidos num protesto contra o novo administrador do Cazenga, na província de Luanda, em Angola, na última sexta-feira (08.01), foram postos em liberdade. Em audiência realizada esta terça-feira (12.01), o Tribunal Provincial de Luanda os condenou a quatro meses de prisão. A pena, no entanto, foi convertida em multa. Os manifestantes terão de pagar pouco mais de um milhão de kwanzas - caução equivalente a quase 1,3 mil euros Insatisfeito com a decisão, o advogado Zola Bambi ingressou com recurso e disse que o processo não teve provas suficientes que justificassem a condenação. Os jovens são acusados de danificarem o património da Administração Municipal do Cazenga durante a manifestação - nomeadamente uma porta, um sofá e alguns assentos. "Não se conseguiu provar que destruíram a porta, muito menos o armário. Como é possível dizer que danificaram o cadeirão? Ou teriam cometido danos sobre os três elementos ou sobre nenhum”, comenta o defensor. Os manifestantes acusam o administrador do Cazenga, Tomás Bica, de ordenar a vandalização do mural que homenageia alguns ativistas angolanos. Donito Carlos, um dos onze réus, disse no final da audiência que a sentença foi baseada nos "falsos argumentos” dos declarantes. "[A acusação de danificar ] o armário, o juiz suspendeu, e a porta também. Ficou somente a questão do sofá. Nós gostaríamos de falar com o administrador, que estava no andar de cima. Os jovens do Conselho Nacional da Juventude convidaram-nos a entrar, e assim entramos, com canções simplesmente. Foi quando a polícia entrou e, em menos de dois minutos, levou-nos de forma brutal às esquadras”, explicou o Carlos. Os onze manifestantes denunciaram estiveram detidos numa caserna com mais de 50 pessoas numa cela de cinco metros, numa "violação das medidas de prevenção ao coronavírus”. Também denunciaram que as celas das unidades policiais não oferecem condições dignas aos presos.

 -  Produtores na província de Benguela disseram que o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) não está a ter sucesso. O governo anunciou benefícios em matéria de postos de trabalho na sequência do anúncio dos 661 projectos aprovados e créditos de 476 mil milhões de Kwanzas, cerca de 717 milhões de dólares norte-americanos. O produtor Cabral Sande, antevê mais êxodo rural, pobreza e fome nos próximos tempos. ‘’Aliás, se perguntar a eles como investem e qual o impacto nas comunidades, eles não sabem nada”, disse Sande para quem “já devíamos estar melhores, quer em relação ao estado nutricional das pessoas, quer em relação aos empregos”. “Pela experiência que tenho, quem recebe, pelo PRODESI, 500 milhões de Kwanzas, cria mil postos de trabalho’’ mas, segundo afirmu “estão a investir dinheiro para enriquecer uma certa franja da sociedade’’. O empresário Paulo Neves, agricultor e detentor de uma superfície comercial, considera que a politização torna insustentáveis os programas e alerta para a situação das famílias camponesas face à desvalorização da moeda nacional. ‘’É um projecto muito, muito nebuloso, são sempre as mesmas pessoas que vão ao bolo, conotadas com determinada família política”, disse. “Sem agricultura, não há diversificação, pois tudo depende da moeda estrangeira”, sublinhou acrescentando que “infelizmente, tudo é importado, as sementes, os adubos, os tractores, os motores e os químicos’’. Numa recente entrevista à VOA, o ministro de Estado para coordenação económica, Manuel Nunes Júnior, admitiu que existia um dilema relativamente ao projectado e a concretização da produção nacional. ‘’O problema está, muitas vezes, entre os princípios gerais e a concretização” disse.

 - A oposição angolana pede que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue as denúncias feitas na semana passada pela emissora televisiva portuguesa TVI de um suposto envolvimento do ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, em práticas de corrupção. A UNITA e a CASA, as duas principais forças no Parlamento, e um deputado independente pedem uma reacção do Governo e defendem que o Presidente da República deve ser o primeiro a justificar a fortuna que possui. A UNITA considerou num comunicado que este caso vem juntar-se à lista de outras denúncias internas e externas sobre o saque ao erário público desencadeado pelos governantes angolanos nos últimos 45 anos. O principal partido da oposição pede que os órgãos de justiça se pronunciem publicamente e apurem os factos, para o bem do combate à corrupção e à impunidade e lembra que ninguém está acima da lei. Por seu lado, a CASA-CE, através do líder da sua bancada parlamentar, Alexandre André, diz não ser apologista que os denunciados sejam exonerados de imediato, mas que a PGR deve apurar os factos. “É necessário que a PGR investigue os dados e traga a situação aos órgãos de justiça para que estes coloquem o indivíduo nas barras da justiça, sustenta André. Entretanto, o deputado independenteMakuta Nkondo defende que o exemplo devia partir de cima. "O próprio João Lourenço nunca nos disse qual é a sua fortuna e como a conseguiu, eu por exemplo, Makuta Nkondo sou pobre, não tenho nada, mas o Presidente da República e a esposa são ricos, nunca disseram como conseguiram esta riqueza, nem no Parlamento”, sustenta Nkondo. Recorde-se que este é o segundo caso denunciado pela TVI envolvendo colaboradores directos de João Lourenço. O primeiro foi Edeltrudes Costa, director do gabinete da Presidência da República, e, agora, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges

 RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola. 

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

JÁ PODE OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 199ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 7-1-2021.‏

 Rádio Angola Unida (RAU): 199º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 7-1-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- "A IHS Markit desceu a previsão sobre a evolução da economia depois da queda de 40% da atividade no setor da construção durante o segundo trimestre do ano passado, que contribuiu para que o PIB deva ter caído 6,5% em 2020", disse Alisa Strobel em declarações à Lusa. A confirmar-se a previsão, Angola terá registado o quinto ano consecutivo de crescimento económico negativo, com o Governo a estimar uma crescimento económico nulo ou perto de zero em 2021, de acordo com a revisão do Orçamento do Estado aprovada em dezembro na Assembleia Nacional. Questionada sobre as previsões para Angola em 2021, a economista disse que "a moeda nacional deverá continuar a depreciar-se no primeiro semestre deste ano, a inflação deverá ficar mais alta e as taxas de juros mais elevadas, o que vai continuar a limitar o crescimento do rendimento disponível dos consumidores". Isto, acrescentou, "vai levar a uma retoma do consumo privado mais fraca, o que vai abrandar a retoma económica em 2021". Por outro lado, "uma recuperação modesta nos preços do petróleo será fundamental para estimular o crescimento, principalmente durante a segunda metade de 2021, com uma recuperação a produção e a exportação de crude, mas o desemprego continua notavelmente elevado, e a pobreza será prevalente na economia angolana a médio prazo". Sobre o programa de privatizações das empresas públicas angolanas, a economista Alisa Strobel diz que isso "será positivo para a recuperação dos setores dos serviços e da produção artesanal em 2022", mas alertou que o crescimento do serviço dos setores já este ano revelará apenas uma recuperação parcial da queda do ano passado. No curto prazo, as reformas na Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e a privatização de vários ativos não essenciais vão impulsionar receitas e crescimento, "mas apenas a médio prazo, e não a curto prazo", concluiu.

 - O projeto FRESAN, financiado pela União Europeia, vai disponibilizar 14,6 milhões de euros para financiar projetos de organizações da sociedade civil angolana, de redução da pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional, foi anunciado. Segundo uma nota do Centro Cultural Português a que a Lusa teve hoje acesso, o Projeto FRESAN - Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola, gerido parcialmente e cofinanciado pelo instituto Camões abriu candidaturas até 30 de março para o cofinanciamento de organizações da sociedade civil. O valor disponibilizado de 14,6 milhões de euros vai subvencionar ações de fortalecimento sustentável à insegurança alimentar e nutricional nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe. "O convite divide-se em dois lotes para uma subvenção máxima de 1.500.000 euros por projeto em cada lote", refere-se na nota. Para o primeiro lote, está prevista a subvenção de atividades com foco em pastos e incluindo produtos florestais não madeireiros, processamento, preservação e transformação de produtos alimentares, canais e redes de comercialização e reservas de alimentos. O lote dois refere-se a atividades com foco em água e incluindo prevenção e gestão da desnutrição. O projeto FRESAN já apoiou nove projetos, no valor de 10.019.917 euros, nas três edições anteriores. "A iniciativa faz parte de um esforço conjunto da União Europeia com o Governo de Angola para promover a resiliência de comunidades afetadas pela seca e ameaçadas pelos efeitos das alterações climáticas no sul de Angola, dando oportunidade a organizações da sociedade civil, de acordo com as suas áreas de atuação, experiência e as necessidades das comunidades junto das quais intervêm, de apresentarem propostas para apoiar a melhoria da segurança alimentar e nutricional", sublinha-se na nota.

 - Jovens ativistas angolanos e atores da sociedade civil marcham no próximo sábado, na província do Uíje, norte de Angola, para protestar contra as "dificuldades socioeconómicas" e exigir "alternância no poder no país", anunciou esta terça-feira a organização. Segundo o ativista Jorge Kisseque, um dos organizadores da marcha, a manifestação "será pacífica" e visa "exigir a alternância no poder em Angola" por considerar que o "atual Governo constitui um obstáculo para a edificação de uma Angola inclusiva para todos". "Impedindo desta forma a realização da vontade do povo soberano como é o caso da não-fixação da data das autarquias locais, a não mobilização de condições múltiplas para a criação de um sistema de saúde, educação, saneamento básico, acesso à água, ao emprego, aos transportes públicos e de qualidade", afirmou hoje Jorge Kisseque, em declarações à Lusa. A marcha agendada para sábado deve decorrer sob o lema "45 anos é muito, MPLA fora", porque, para o ativista, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) "é o responsável pelos problemas básicos que afetam milhares de angolanos há 45 anos". "Como está claro, com o MPLA no poder esses problemas básicos não serão resolvidos", argumentou, convidando os cidadãos das restantes províncias angolanas a se solidarizarem com a iniciativa. Kisseque, que diz ter sido "baleado com sete tiros nos pés", em agosto de 2020, um dia antes de uma manifestação por si organizada, considera também que a "alternância ao poder é a única opção para que os angolanos tenham oportunidades iguais". "E contribuam na edificação de uma Angola socialmente justa", notou. De acordo com o ativista, o governo e o comando provincial da polícia no Uíje "já foram informados sobre a realização da manifestação" e uma reunião entre os organizadores da marcha e a polícia local está prevista para manhã de sexta-feira. "Esperamos que polícia nacional assegure a nossa manifestação pacífica e pedimos à comunidade internacional e à Amnistia Internacional para que acompanhem no sentido de não acontecer o que se registou em agosto de 2020 quando fui baleado", concluiu.

 -  A notícia, avançada este sábado pelo semanário “Expresso”, dá conta de que a ação cautelar deu entrada esta semana no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, não sendo ainda conhecidos os fundamentos do processo. A empresária angolana Isabel dos Santos avançou com um processo cautelar contra o Banco de Portugal devido à sua participação no EuroBic, que se encontra arrestada devido ao Luanda Leaks. A notícia, avançada este sábado pelo semanário “Expresso”, dá conta de que a ação cautelar deu entrada esta semana no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, não sendo ainda conhecidos os fundamentos do processo. Segundo o “Expresso”, o EuroBic (no qual a empresária angolana é dona de 43,5%) e as duas entidades, através das quais Isabel dos Santos detém participações no banco (25% pela Santoro Financial e 17,5% pela Finisantoro Holding) surgem como contra-interessados da ação cautelar que Isabel dos Santos apresentou no tribunal de Lisboa. Quer isto dizer que o processo cautelar que visa “impedir uma decisão do supervisor” bancário. Desconhece-se, no entanto, os fundamentos que terão levado à contenda jurídica contra uma decisão do Banco de Portugal. Isabel dos Santos tem a sua posição arrestada, apesar de ser a acionista maioritária do EuroBic. O restante capital está nas mãos do seu sócio Fernando Teles (37%) e de outros investidores, como Sebastião Lavrador, um ex-governador do Banco Nacional de Angola.

 - O Governo angolano lançou um concurso para a recuperação da frota de helicópteros da Polícia Nacional, composta por mais de 20 aeronaves e que "está paralisada na totalidade", anunciou hoje o Ministério do Interior. "Toda a frota de helicópteros da Polícia Nacional está em terra, paralisada na totalidade, por isso é que o concurso é recuperação da frota, por isso colocámos em concurso a frota para entenderem que é o conjunto de aeronaves, equipamentos de manutenção, pilotos, mecânicos e assistentes", afirmou hoje o diretor nacional de Infraestruturas e Equipamentos do ministério, Carlos Albino. Em declarações à Lusa, o responsável disse esperar por um grande número de empresas no concurso agora lançado para recuperação da frota de helicópteros da polícia angolana, porque antes mesmo do concurso cinco empresas já haviam manifestado interesse. "Significa que haverá uma adesão desejável e, se calhar, vai superar a expetativa, agora se estarão ou não habilitadas, isto vamos aferir depois, mas a princípio a expetativa é boa", realçou. O Ministério do Interior angolano lançou na segunda-feira um concurso limitado por prévia qualificação para recuperação/reabilitação da frota de helicópteros da Polícia Nacional, fora do território angolano, no valor de 28,4 mil milhões de kwanzas (35,2 milhões de euros). Em despacho assinado pelo ministro do Interior angolano, Eugénio Laborinho, o órgão ministerial informa que o concurso terá como prazo de execução seis meses e que os candidatos devem ter como "requisitos mínimos" três anos de atividade comprovada. O concurso, que implica a celebração de um contrato público, determina também que os candidatos devem ter também como "requisitos mínimos um relatório financeiro dos últimos três anos de atividade".

 RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.

 Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2021/01/08/angola-manifestaes-juvenis-vs-promessas-polticas?fbclid=IwAR2aZ19kOsLo9GIp4ES-zTwbI6-uaVV8Odm-l1eI2kLtGkvE0332pxAsUy0