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sexta-feira, 24 de abril de 2020

PODE JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 164ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 23-04-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 164º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 23-04-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Angola defende um corte massivo da produção para a estabilização dos preços do petróleo no mercado internacional, avança o Jornal de Angola, em referência à reunião de emergência da OPEP+ que junta, esta quinta-feira, por vídeo-conferência os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os 10 produtores não associados liderados pela Rússia, entre outros. A expectativa dos mercados é que possa vir a ser acordado um corte de cerca de 10 milhões de barris por dia, número apontado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a semana passada e secundado pelo presidente russo, Vladimir Putin. “A posição angolana representa uma escolha num espectro em que, em oposição a uma tão elevada redução, que tem subjacente um pesado corte da quota de produção do país, está a prevalência do petróleo barato, um estorvo para as finanças públicas e as reformas tentadas pelo Governo”, refere o jornal angolano. Que lembra que, no último corte da produção de petróleo decidido pela OPEP e aliados, em dezembro, “Angola obteve dos parceiros o privilégio de manter a sua quota de produção em 1,481 milhões de barris por dia”. O jornal refere fontes oficiais para garantir que o país não poderá defender na reunião de hoje “outra coisa que não seja a estabilização dos preços”. Só possível com uma redução drástica da produção, à medida que a pandemia da covid-19 vai paralisando as principais economias mundiais, fazendo com que o excesso de petróleo inunde os mercados e faça cair os preços. A semana passada, o preço do barril chegou a baixar dos 20 dólares, o que, para um país como Angola, onde os custos de produção de petróleo se situam em cerca de 25 dólares, adianta o mesmo jornal, constitui uma “angústia”.
-Em fase de carência de produtos da cesta básica, o Governo angolano lamenta a falta de projetos realistas na cadeia produtiva, mas operadores privados rejeitam o ónus de um problema a afetar milhares de famílias no país. Nem mesmo o programa de apoio ao crédito (PAC), criado para dinamizar a produção interna e abrir caminhos para as exportações, está a desatar o nó que embaraça as autoridades e o sector empresarial privado. A fuba de milho, a base da alimentação dos angolanos, chega a custar 800 kwanzas, contra os 100 kwanzas que o cidadão desembolsava por cada quilograma. Não haverá exemplo mais consistente para ilustrar o que analistas chamam de falência da cadeia de produção, visível nas declarações da comerciante Luísa António, vendedora de produtos diversos num mercado informal. ‘‘Acho que não teria necessidade de estar assim muito elevado, o quilo de milho está caro. Também o feijão, o arroz e o açúcar. As pessoas reclamam, mas por causa da fome acabam por comprar’’, indica a vendedora. Agarrado ao Prodesi, o muito falado programa de incentivo à produção nacional e substituição das importações, o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), tutelado pelo Ministério da Economia, acena com mais de 300 mil milhões de Kwanzas para o crédito. O problema, segundo o diretor do seu gabinete de fiscalização, Bonifácio Sessa, é que o setor privado não apresenta projectos realistas e financiáveis. ‘’Ainda há poucos projetos aprovados. Há necessidade de os bancos comerciais procederem à aprovação de projectos e remeterem ao BDA, que vai dar cobertura a uma certa percentagem’’, explica aquele gestor.

- As Nações Unidas recomendam ao Governo angolano que reforce a proteção social e adote medidas que permitam a continuidade da atividade económica das micro e pequenas empresas e do setor informal, no âmbito da resposta à pandemia de covid-19. Estas ações constam de um conjunto de políticas e recomendações apresentadas num estudo sobre o impacto socioeconómico da pandemia em Angola, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a agência das Nações Unidas para a Habitação (UN Habitat). O estudo salienta que Angola enfrenta uma recessão económica prolongada, volatilidades no preço do petróleo, crescimento da vulnerabilidade fiscal e externa, crescimento da pobreza e do desemprego e acesso limitado aos serviços sociais básicos. Sugere, por isso, “ações imediatas” em termos de resposta e recuperação face à pandemia, incluindo iniciativas para aliviar os impactos negativos sobre os grupos mais vulneráveis, como desempregados e trabalhadores informais – em especial mulheres – e pessoas que vivem em áreas altamente concentradas ou sem acesso a serviços básicos. Em Angola, "a insegurança alimentar aumentou devido à seca nas províncias do sul e o afluxo de refugiados da República Democrática do Congo". "No país de 31,8 milhões (de habitantes), mais de 562 mil (pessoas) foram afetadas. Cerca de 272 mil viviam em situação de crise e 290 mil em emergência. Mais de 8% das crianças com menos de cinco anos sofriam de desnutrição grave e perto de 30% tinha problemas de crescimento", destaca o relatório sobre Angola, apontando que "a melhoria das condições de seca" deveria "ajudar as pastagens e aumentar as perspetivas de produção agrícolas" angolanas.

- O Governo angolano aprovou três acordos de financiamento com instituições multilaterais no valor total de 103,2 milhões de euros para apoiar o projeto de melhoria da resiliência dos pequenos produtores, segundo um despacho presidencial. O diploma, datado de 20 de abril, salienta que os acordos surgem no âmbito da diversificação das fontes de financiamento "para a prossecução de objetivos económicos e sociais e interesse público indispensáveis ao desenvolvimento nacional". Foram aprovados acordo com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) no valor de 26,2 milhões de euros e com a Agência Francesa de Desenvolvimento no total de 40 milhões de euros. Foi igualmente assinado um acordo com o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África (BADEA), num montante de 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) no âmbito da materialização do programa de melhoria da segurança alimentar e nutricional das comunidades-alvo. Este programa está enquadrado no Plano Nacional de Desenvolvimento de Angola 2018-2022.

- O Governo angolano determina a cobrança de até 60% do valor da propina mensal nas instituições privadas de ensino, enquanto durar o estado de emergência devido à covid-19, sendo que as escolas comparticipadas devem cobrar até 25%. Em decreto conjunto a que a Lusa teve hoje acesso, os ministérios das Finanças, Educação e do Ensino Superior, referem que sem prejuízo aos ajustes pertinentes aos calendários escolares, as propinas pagas "devem ser parte integrante do pagamento dos dez meses previstos em cada ano letivo". Os órgãos ministeriais assinalam que "não poderá ser cobrada qualquer prestação adicional" enquanto vigorar o estado de emergência. Segundo o decreto, enquanto durar estado de emergência, cuja segunda fase de 15 dias termina no próximo sábado, as instituições que prestam serviços de educação e ensino "devem criar condições para facilitar os pagamentos por operações bancárias automáticas" para "evitar a aglomeração de pessoas, nos termos recomendados palas autoridades sanitárias". Angola regista 24 casos positivos do novo coronavírus, nomeadamente 16 casos ativos, seis recuperados e dois óbitos. A Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP) angolana defendeu na semana passada o pagamento de propinas", apesar da suspensão das aulas devido à covid-19, considerando que os encarregados de educação são "financiadores do setor" e "garante dos salários dos professores". Em declarações à Lusa, o presidente da ANEP, António Pacavira, considerou que decreto sobre o estado de emergência salvaguarda os empregos dos trabalhadores, incluindo os professores, considerando uma "medida humanista das autoridades", sobretudo pós coronavírus.

- João Lourenço, ordenou esta terça-feira a suspensão da execução dos contratos públicos já celebrados e dos procedimentos de contratação pública sem financiamento assegurado. O Presidente de Angola justifica estas medidas em função da descida do preço do petróleo e do impacto da pandemia de covid-19. Através de um decreto presidencial é explicado que entre a várias ações previstas para atenuar os efeitos deste dois problemas "consta a cativação de 30% das despesas da categoria de bens e serviços, suspensão de parte das despesas de capital que não tenham financiamento garantido e das despesas de apoio ao desenvolvimento que não sejam de caráter prioritário e estrutural". Assim, o decreto presidencial que foi conhecido esta terça-feira, 21 abril, ordena a suspensão "de todos os contratos no âmbito do Programa de Investimento Público cuja fonte de financiamento não se encontre assegurada" assim como de "todos os contratos de caráter não prioritário e estrutural no âmbito das despesas de apoio ao desenvolvimento sem financiamento garantido". De fora desta suspensão ficam os setores da saúde, educação e ação social, bem como os relativos ao abastecimento logístico e saneamento básico, desde que a "fonte de financiamento se encontre previamente assegurada". João Lourenço considera que esta suspensão é fundamental para que o Estado não acumule pagamento atrasados, sendo também uma forma de "evitar a criação de falsas expectativas de pagamento a fornecedores do Estado tendo em conta as limitações atuais de tesouraria".

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.



sexta-feira, 17 de abril de 2020

OUÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 163ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 16-04-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 163º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 16-04-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Dois destacados membros da elite política angolana foram mencionados como suspeitos na transferência de centenas de milhões de dólares para fora de Angola, num documento publicado nesta segunda-feira, 13, pela organização Projeto de Investigação ao Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, na sigla em inglês). O antigo vice-Presidente angolano Manuel Vicente e o general Leopoldino “Dino” Fragoso do Nascimento, antigo chefe de Comunicações da Presidência, no consulado de José Eduardo dos Santos, são as figuras mencionadas no documento. A investigação assinada por Khadija Sharife e Mark Anderson revela que entidades oficiais angolanas e diretores de bancos desviaram centenas de milhões de dólares para fora do país e criaram a sua própria rede bancária através da qual enviaram dinheiro para Portugal e outros países da União Europeia. Essa rede movimentou pelo menos 324 milhões de dólares através dos seus bancos, a maioria proveniente de Angola, e outros 257 milhões foram detetados em companhias europeias com ligações muito próximas a essas entidades, acrescenta a OCCRP. O esquema foi detetado em duas auditorias feitas em Portugal há quatro anos que concluíram terem sido violadas dezenas de leis bancárias portuguesas e da União Europeia, mas, apesar disso, a rede continua a funcionar ainda hoje. “Dois homens que trabalharam muito próximo do antigo Presidente José Eduardo dos Santos parecem ser os arquitectos do sistema”, denuncia a organização, que aponta como suspeitos o então vice-presidente Manuel Vicente e o general Leopoldino “Dino” Nascimento, ex-chefe de Comunicações de Santos. A organização acrescenta que mais de uma dezenas de “entidades de influência” e seus familiares usaram o sistema, incluindo companhias alegadamente associadas a Isabel dos Santos. Muitos desses fundos teriam sido desviados de várias empresas do grupo Sonangol e de outras fontes públicas, entre eles mais de 150 milhões de dólares em empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Angola que, segundo diz a OCCRP, nunca foram pagos. Ainda de acordo com a organização, o grupo exercia controlo sobre os maiores credores de Angola, incluindo o Banco Africano de Investimentos, o Banco Negócios Internacional e o Banco Privado Atlantic, expandindo depois para as sucursais deles no estrangeiro, onde tornaram-se accionistas e clientes. Isso, diz o documento, “permitiu-lhes transferir vastas somas de dinheiro através de uma rede bancária privada com pouco escrutínio.

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Alguns países africanos estão a beneficiar de apoios financeiros do FMI (Fundo Monetário Internacional), a disponibilidade visa suspender por um período de seis meses ou mais os juros da divida dos países eleitos pelo programa, denominado (CCRT) Catastrophe Containment and Relief Trust. O Rwanda e República Democrática do Congo, constam entre os primeiros beneficiários do programa, proporcionado pelo FMI. O credor multilateral, aprovou as isenções de pagamentos de juros para cerca de 25 países do mundo.  Angola é classificada como um país de renda média baixa pelo Banco Mundial, o que torna elegível para este apoio. Entretanto, o governo angolano não se pronunciou quanto a corrente de apelo dos países africanos para o (Debt Relief) alívio da divida, e tanto para uma potencial solicitação a instituição no âmbito do programa em curso. Recentemente, os ministros africanos das finanças apelaram a um alívio de juro no valor de 44 mil milhões USD e ajuda de 100 mil milhões de dólares norte americano aos seus credores internacionais, tal como a China e outros países também pertencentes ao Grupo dos 20 (G20) em meio ao agravamento das consequências económicas por causa da pandemia do novo coronavírus. “Hoje, tenho o prazer de informar que nossa Comissão Executiva aprovou o alívio imediato do serviço da dívida para 25 dos países membros da nossa instituição, sob o programa Catastrophe Containment and Relief Trust (CCRT) como parte da resposta ao surto da COVID-19”. "A linha de apoio fornece subsídios aos membros mais pobres e vulneráveis para cobrir suas obrigações de dívida junto ao FMI por uma fase inicial nos próximos seis meses e os ajudará a canalizar mais de seus escassos recursos financeiros para esforços médicos de emergência e outros serviços de socorro vitais". Referiu em comunicado a Diretora-Geral do FMI, Kristalina Georgieva. Os países africanos que receberão aprovação de alívio dos serviço da dívida são: Benin, Burkina Faso, República Centro-Africana, Chade, Camarões, RDC, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Madagascar, Malawi, Mali, Moçambique, Níger, Rwanda, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa e Togo. Outros seis não africanos tais como: Afeganistão, Haiti, Nepal, Ilhas Salomão, Tajiquistão e Iêmen. A chefe do FMI comunicou que as instituições de Bretton Woods estão a conceder isenções com base na capacidade e apoio de países desenvolvidos, que são seus principais financiadores. “Actualmente, o programa (CCRT) pode fornecer cerca de 500 milhões USD em alívio de serviço de dívida com base em doações, incluindo a recente promessa de 185 milhões USD do Reino Unido e 100 milhões USD fornecidos pelo Japão tratando-se de recursos disponíveis ", afirmou o FMI. "Outros países, incluindo China e Holanda, também estão a avançar com significativas contribuições. Pelo que solicito a outros doadores que nos ajudem a reabastecer os recursos e aumentar ainda mais nossa capacidade de fornecer alívio adicional aos serviços da dívida por dois anos completos aos países membros mais pobres.", comunicou uma das instituições de Bretton Woods. Angola situa-se entre os países mais endividado de África, nesta altura, ocupa a sexta posição, em uma lista liderada pela África do Sul, de acordo o Banco Mundial. A estrutura da divida angolana é enorme, situando-se acima dos 100% do PIB de acordo o FMI, a segunda maior economia mundial a (China) é maior credor, estimado em 20 mil milhões de dólares norte americano do total da divida angolana. Analistas europeus defendem que vai ser difícil a Angola obter novos créditos através da emissão de obrigações do tesouro em euros. E defendem que país devia centrar esforços em obter fundos de emergência do FMI e dialogar com a China para tentar resolver o fosso financeiro que se antecipa para o pagamento de dívidas dado o colapso do preço do petróleo.

- Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Angola (MIREX), distribuído hoje à imprensa, refere que João Lourenço é o 18º chefe de Estado a subscrever a iniciativa denominada "Apelo para Ação". A Etiópia, Itália, Portugal, Ruanda, Mali, Quénia, França, Alemanha, Angola, África do Sul, Holanda, Senegal, Espanha, Egito e República Democrática do Congo, são os países signatários do documento, com apoio ainda da Comissão da União Africana, da Comissão Europeia e do Conselho Europeu. No documento, os signatários referem que o surto da covid-19 e a sua rápida propagação alargaram os sistemas globais de saúde pública para além dos seus limites e causaram danos económicos, sociais e humanitários generalizados, salientando que "este vírus não conhece fronteiras". O apelo sublinha que o combate ao novo coronavírus requer forte liderança internacional, guiada por um sentido de responsabilidade e solidariedade compartilhadas. "Apenas uma vitória global que englobe totalmente o continente africano pode acabar com essa pandemia. Podemos vencer esta batalha, mas para isso precisamos de agir agora, com a racionalização do tempo e dos recursos disponíveis. Caso contrário, a pandemia afetará, de forma severa, particularmente África, prolongando a crise globalmente", realça o documento. De modo particular, os signatários instaram o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Africano de Desenvolvimento, o Novo Banco de Desenvolvimento e outras instituições regionais a fazer uso de todos os instrumentos disponíveis e a revisão das políticas de acesso e as limitações de cotas, para que os países de baixa renda possam se beneficiar totalmente de seu apoio. "Devemos conceder uma moratória imediata em todos os pagamentos de dívida bilateral e multilateral, quer pública ou privada, até que a pandemia termine. Para apoiar esse processo e fornecer liquidez adicional para a compra de produtos básicos e materiais médicos essenciais, o FMI deve decidir imediatamente sobre a alocação de direitos de saque especiais", salienta o apelo. Os chefes de Estado e de Governos exortam ainda que todos os parceiros de desenvolvimento do continente africano circunscrevam os seus orçamentos de ajuda ao desenvolvimento. "Devemos responder ao apelo do secretário-geral da ONU por uma iniciativa humanitária a covid-19, e fornecer alimentos vitais e materiais logísticos às comunidades mais afetadas por confinamentos, distanciamento social e altas taxas de contaminação", adianta a iniciativa.

- A economia de Angola deverá registar uma contracção de 4,1% em 2020, segundo a mais recente previsão da Economist Intelligence Unit (EIU) para o país, que compara com uma anterior de menos 2,6%, em resultado da quebra dos preços do petróleo e os efeitos da pandemia de Covid-19. O documento recorda a luta por quota de mercado entre a Rússia e a Arábia Saudita e a quebra na procura na sequência do novo vírus corona que causou a quebra dos preços do principal produto exportado por Angola, antecipando agora que o barril deverá oscilar em torno de 32 dólares este ano, quando anteriormente se situava à volta de 60 dólares. O Orçamento Geral do Estado para 2020 de Angola foi elaborado tendo por base o preço do barril a 55 dólares, sendo que a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, já anunciou estar a preparar a revisão do documento a fim de o enquadrar na nova realidade, que terá por base o preço do barril a 35 dólares.

- Angola terá de cortar cerca de 18% da produção de petróleo, em média, até abril de 2022, no âmbito do acordo alcançado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), segundo cálculos feitos pela Lusa. No domingo passado, a OPEP e os seus principais parceiros, reunidos no seio da OPEP+, acordaram um corte na produção de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) em maio e junho, para fazer face à queda livre das cotações do barril de petróleo. No âmbito do acordo foi também determinada uma redução de 7,7 milhões de barris entre julho e dezembro de 2020 e 5,8 milhões entre 01 de janeiro de 2021 e 30 de abril de 2022. Segundo destes ajustamentos, que tomam como referência a produção de outubro de 2018 (com exceção de Rússia e Arábia Saudita), Angola deverá produzir nos meses de maio e junho 1.180 milhões de barris por dia (bpd), aplicando 23% de corte face à produção de 2018 (1.528 bpd), de acordo com as tabelas da OPEP. Entre julho e dezembro de 2020, segundo o acordo, a produção de Angola sobe para 1.249 milhões de barris por dia, dado que o corte global passa de 9,7 mpb para 7,7 mpb, refletindo um ajustamento global que passa de 23% para 18%. A previsão de produção revista para Angola para 2020 é de 1.360 milhões de barris por dia. Entre janeiro de 2021 e abril de 2022, os cortes na produção são aliviados para 14% e Angola poderá passar a produzir 1.319 milhões de barris por dia. Em média, a redução na produção no período entre maio de 2020 e abril de 2022 é de 18,3%.


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sexta-feira, 10 de abril de 2020

JÁ PODE OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 162ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 09-04-2020.‏

Rádio Angola Unida (RAU): 162º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 09-04-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- O ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, foi substituído pelo seu secretário de Estado, Téte António, revela uma nota divulgada no início da noite desta segunda-feira, 6, pela Presidência da República. Dias depois de reduzir o Executivo de 28 para 21 ministros, João Lourenço procedeu a uma profunda remodelação que, além de mudanças na diplomacia, leva para o Governo uma cara nova: Adjany Costa, jovem bióloga que venceu um prémio das Nações Unidas para ambientalistas em 2019, assume o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, condecorada pelo Presidente em novembro de 2019. Para outro superministério, o das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, foi nomeado Manuel Gomes da Conceição Homem, que subistitui assim Nuno dos Anjos Caldas Albino. O elenco tem 17 ministros e 24 secretários de Estado. Entre as diferentes alterações estão João Ernesto dos Santos, que assume a Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, e Adão Francisco Correia de Almeida, que passa da Administração e Território e Reforma de Estado para ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República. Diamantino Pedro Azevedo mantém-se no cargo de Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás. Também por conveniência, foram exonerados Marcy Cláudio Lopes, secretário do Presidente da República para os Assuntos Políticos, Constitucionais e Parlamentares do Presidente da República, e Aldemiro Justino Vaz da Conceição, director do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança do Presidente da República

-Em pleno decurso da segunda semana do estado de emergência em Angola, na província da Huíla organizações empresariais e associações industriais alertam para as dificuldades que as empresas podem vir a ter para pagar os salários do mês de Abril. Frente a este cenário, a VOA sabe que o Governo prepara um pacote de medidas. Com os trabalhadores em casa, muitas empresas deixaram de produzir, mas o Governo já avisou que elas estão obrigadas a honrarem os seus compromissos para com os respetivos colaboradores. Paulo Gaspar, presidente de direção da Associação Agropecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), compreende que em nome do bem superior vida o estado de emergência, se impunha, mas antevê um quadro sombrio para as empresas. “Se não houver apoio efetivo, muitas vão fechar e também há aqueles que vão mudar de ramo de negócios, de acordo com as oportunidades que vão aparecer no futuro, mas acredito seriamente que muitas empresas não vão conseguir manter-se, principalmente as pequenas e médias empresas, que estão mais expostas”, garante Gaspar.

- O ministro do Interior angolano avisou que a polícia não vai "distribuir chocolates" a quem desobedecer ao estado de emergência. A declaração caiu mal. Mais de 1,5 mil pessoas já foram presas por desrespeito às medidas. O ministro do Interior Eugénio Laborinho causou polémica na semana passada, quando avisou que a polícia reagirá de forma "adequada" ao comportamento dos cidadãos, mas não vai "distribuir chocolates e rebuçados" perante atos de desobediência ao estado de emergência. Estas declarações do ministro - após a primeira semana do estado de emergência contra a Covid-19 - não caíram bem. Há quem interprete a mensagem do governante como uma espécie de luz verde para a violência policial no país. Muitos cidadãos têm recorrido às redes sociais para manifestar o seu descontentamento pela "musculada" comunicação de Eugénio Laborinho. Apesar de reprovarem o comportamento das pessoas que não cumprem as medidas de confinamento previstas no decreto do estado de emergência, os usuários entendem que a polícia tem o dever de adotar uma atitude mais pedagógica quando confrontada com situações do género por parte dos cidadãos.

- Dezenas de pessoas foram assassinadas por forças de segurança no ano passado nas províncias das Lundas Nortes e Sul, revela a Amnistia Internacional (AI) num relatório sobre direitos humanos na África Susbsariana. A organização considerou também que, apesar de progressos iniciais, a liberdade de expressão e de reunião pacifica em Angola continua ameaçada. No relatório publicado nesta quarta-feira, 8, a AI considera que em Angola houve “desenvolvimentos positivos”, sob a Presidência de João Lourenço mas que “permanecem desafios”. “Os direitos à liberdade de expressão e reunião pacífica permanecem ameaçados. Forças de segurança públicas e privadas envolveram-se em assassinatos extra-judiciais de supostos mineiros ilegais nas províncias da Luda Norte e Lunda Sul”, diz o documento que acrescenta ainda que, “apesar de melhor proteção na legislação”, a comunidade homosexual e transexual continua a fazer face à descriminação. Por outro lado, a enfâse dada à aquisição em grande escala de terra para investimentos privados “coloca em risco vidas e o direito à alimentação”. No que diz respeito às liberdades de expressão, associação e reunião a AI acusa a polícia e forças de segurança de “continuarem a levar a cabo prisões arbitrárias e detenções”, e apresenta como exemplo as prisões em Cabinda de activistas que se manifestavam pacificamente. Outro exemplo foi a repressão em Setembro do ano passado de manifestantes durante uma visita do Presidente Lourenço ao Luena. No que diz respeito à aquisição de terras para “interesses comerciais privados”, a organização alega que isto é feito “com desrespeito completo pelos diretos humanos e sem consultas, compensação e avaliações ambientais e sociais como requerem as leis nacionais”. Como resultado, escreve a AI “Angola continua a falhar em proteger comunidades da aquisição de terras, o que resultou na sua incapacidade de produzir alimentos para subsistencia”, como foi o caso da confiscaçãoo de terras nos Gambos, na provincia da Huíla.

. A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola continua a aguardar que o Tribunal Provincial de Luanda notifique as partes interessadas para dar seguimento ao processo que determinou o arresto dos bens de Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo e do presidente do Banco de Fomento de Angola. O Ministério Público remeteu ao tribunal provincial, no início do mês de Março, a petição inicial para a instauração do processo principal, mas não há, até ao momento, sinais de que a tramitação processual tenha tido algum desenvolvimento. O porta-voz da PGR, Álvaro João, admitiu que os constrangimentos criados com a instauração do estado de emergência pode estar na origem do atraso na tramitação processual. Álvaro João esclareceu que no processo de contestação do arrestado, feito a pedido do Ministério Público, a empresária e filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos e outros cidadãos visados podem ser representados pelos seus respetivos advogados. Quanto ao processo-crime que resultou no mais recente confisco preventivo de 26 por cento das ações detidas por Isabel dos Santos, na companhia de telecomunicações portuguesa NOS, ordenado por um tribunal de Lisboa, o porta-voz da PGR confirmou que a ação responde a um pedido da justiça angolana.

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quinta-feira, 2 de abril de 2020

JÁ PODE OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 161ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 02-04-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 161º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 02-04-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- A agência de notação financeira Moody's colocou Angola como um dos três países emergentes endividados que estão mais vulneráveis à turbulência nos mercados financeiros devido à crise económica criada pela pandemia da covid-19. Numa nota em que colocam Angola, a par do sultanato de Omã e do reino do Bahrein, na lista dos mais vulneráveis a esta aversão ao risco por parte dos investidores em tempos de incerteza, os analistas apontam que "os países que precisam de aceder aos mercados financeiros para refinanciar a dívida em moeda externa, e, mais genericamente, que se endividam fortemente nos investidores estrangeiros privados, devem encontrar condições proibitivas, pelo menos a curto prazo". Na análise a este tipo de países, em que se destaca Angola, com um rácio de dívida pública face ao PIB acima dos 100% e com uma forte dependência dos mercados para financiamento e do petróleo para as receitas fiscais, a Moody's alerta que "se o ambiente de aversão ao risco se mantiver durante um longo período, as métricas de crédito como a vulnerabilidade externa, a dívida e a sustentabilidade da dívida também devem deteriorar-se significativamente". Para a Moody's, "os países emissores de dívida com avaliação abaixo da recomendação de investimento, e com um grande montante de dívida em moeda externa a credores privados, como o Bahrein, Omã e Angola, estão particularmente vulneráveis", já que "ainda que o acesso a financiamento dos parceiros para o desenvolvimento possa mitigar este risco, os recursos são limitados".

- O Presidente de Angola João Lourenço apelou esta quarta-feira aos seus compatriotas para que fiquem em casa, devido ao novo coronavírus, e sigam o exemplo de “auto disciplina” dos jovens angolanos que se encontram na China. Numa mensagem divulgada através da sua conta na rede social Twitter, João Lourenço felicitou os jovens angolanos que partilharam a sua experiência na China na televisão pública angolana, considerando-os exemplo de um caso de sucesso que deve ser seguido. Vossa autodisciplina foi o segredo da vitória da vida, sobre a desgraça”, enalteceu o chefe do executivo angolano, cinco dias depois de Angola declarar o estado de emergência devido à pandemia de Covid-19, que inclui medidas de isolamento social.

- Os angolanos parecem estar a ignorar as ordens do Governo para permanecerem em casa caso não haja necessidade urgente de saírem à rua e as autoridades policiais prometem endurecer as suas ações para forçá-los a cumprirem o estado de emergência em vigor desde sábado, 28. “Os angolanos são muito teimosos, eu vi um jovem que foi batido às 10 horas e às 11 horas ele já estava outra vez na rua”, disse um luandense à VOA. “Acredito que é também falta de conhecimento do assunto, talvez muitos desconhecem quo a doença é perigosa”, acrescentou, Frente a várias denúncia semelhantes, o comandante geral da Policia Nacional (PN), comissário-chefe Paulo Gaspar de Almeida, prometeu prender quem não cumprir as orientações dos agentes da ordem. “Quem desobedecer vai para cadeia, não devem sair de casa, devem manter-se em casa, só em caso de força maior (é que devem saír)”, disse o Almeida. No Sumbe a situação é idêntica.

- Segundo um decreto do Ministério do Comércio, estabelecimentos de venda de bens e serviços essenciais terão um horário único de funcionamento com abertura às 8 e encerramento às 16h. Supermercados e outras lojas que vendam bens alimentares só poderão funcionar entre as 8h e as 16h enquanto durar o estado de emergência em Angola devido à Covid-19, segundo um decreto do Ministério do Comércio. Angola declarou estado de emergência devido à pandemia de Covid-19 por um período de 15 dias, prorrogável, entre as 0h da passada sexta-feira e as 23h59 de 11 de abril, impondo restrições à movimentação de pessoas e à abertura de lojas e restaurantes. Segundo o diploma, a que a Lusa teve acesso, os estabelecimentos de venda de bens e serviços essenciais às populações, grossistas ou retalhistas terão um horário único de funcionamento com abertura às 8h e encerramento às 16h. No que diz respeito ao comércio de mercado e ambulante individual só poderão ser vendidos bens alimentares, produtos de higiene, limpeza e cosméticos e gás de cozinha, respeitando uma distância mínima de um metro entre vendedor e comprador. São proibidos os mercados informais de rua que impliquem concentração de pessoas, podendo os permitidos funcionar entre as 6h e as 13h.No caso de incumprimento das regras estabelecidas e “indícios de alto risco de contaminação comunitária”, as autoridades podem obrigar ao encerramento dos mercados e suspender a venda ambulante. Vários mercados em Luanda e no resto do país foram obrigados nos últimos dias a encerrar por não cumprirem as medidas sanitárias.

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