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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Aniversário do Angola sempre – parte 1

Neste mês, o blog Angola sempre faz quatro anos de existência e neste sentido, irá abordar no mesmo artigo de opinião vários temas da actualidade angolana.

Assim, começo por abordar a economia angolana, que em 2010 vai recuperar com diversos projectos estruturais em andamento, destacando a construção do novo aeroporto de Luanda no município de Viana, que vai consumir biliões de dólares ao erário público. A resolução 96/09, que aprova o projecto de construção do novo Aeroporto Internacional de Luanda, foi publicada do Diário da República de 19 de Novembro último I Série nº 219. O envolvimento de empresas nacionais é desejável em parceria com as grandes empresas estrangeiras, que têm a experiência acumulada neste tipo de projectos, bem como, a criação de postos de trabalho. Será que este objectivo de parceria será abrangente ou ficará nas mãos dos mesmas empresas?!

As receitas petrolíferas em 2009 foram menores, em virtude da baixa de 34 milhões 262 mil e 822 barris, tendo a produção ficado pelos 601 milhões 492 mil e 344 barris, de Janeiro a Novembro. A queima de gás continuou com as consequências ambientais que toda gente conhece, apesar das promessas do Ministro da tutela, de as evitar no futuro.

Em relação ao BNA, o seu Governador promete reduzir a dolarização na economia angolana e garantindo o cumprimento «escrupuloso» da lei cambial este ano. Está previsto a criação da central de informação e risco de crédito e assegura a estabilidade nas reservas internacionais e controlo de preços. O PIB em 2009 terá crescido 4,9% e superior a taxa de crescimento da população angolana, que foi de 3%. Aponta para 2010, uma taxa de inflação não superior a 11,5%.
Portugal continua a ser o maior fornecedor de bens para Angola, seguido da China e dos Estados Unidos.

O Conselho de Ministros angolano no mês de Janeiro informou, após a reunião extraordinária da comissão permanente, que foram aprovados 39 projectos de investimentos, no valor de 7 mil milhões de dólares (5 mil milhões de euros). Dos 5 mil milhões, cerca de 60% são aplicados nos sectores do comércio imobiliário, hotelaria e telecomunicações, sendo o ago-alimentar e o agro-pecuário os sectores que menos propostas de investimento receberam.

Nesta reunião do Conselho de Ministros, foi feito o balanço parcial do grau de reestruturação do sistema de logística e distribuição de produtos essenciais à população, PRESILD, do qual faz parte a maior rede de Supermercados de Angola, Nosso Super, tendo sido recomendado que se proceda a um balanço exaustivo para corrigir erros detectados e decidir sobre o futuro deste programa.

… mas quais erros?!...e qual o futuro da rede de Supermercados Nosso Super?!

Convém relembrar que o Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População (Presild) conta com 52 infra-estruturas, onde foi investido 731 milhões de dólares, prevendo-se que venha atingir mais de mil milhões de dólares. O projecto inclui neste momento mais de 30 lojas da rede “Nosso Super”, 14 lojas Poupa Lá, quatro mercados municipais reabilitados e três entrepostos de conservação de produtos agrícolas.

Em 2010, projecta-se a inauguração dos mercados de grande, média e pequena dimensão, e que a médio prazo sejam construídas 258 infra-estruturas.

Até 2012, serão construídos oito centros de logística e distribuição e um mercado abastecedor. Em construção estão dois CLODE, o CLODE de Luanda, localizado em Viana e o do Huambo.

Os CLODE têm como objectivo armazenarem as mercadorias dos comerciantes grossistas que operam no mercado urbano e poderão ter postos de abastecimento de combustíveis e hotéis. Também está-se a desenvolver seis entrepostos logísticos, que vão apoiar a rede de lojas Poupa Lá, Polícia Nacional, Forças Armadas e os órgãos do Ministério do Interior.

Vou retomar os «erros detectados» no PRESILD e focalizar a rede de Supermercados Nosso Super, onde paira um «mujimbo», de que será um dos próximos negócios da Senhora Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola e a rede de distribuição portuguesa CONTINENTE da SONAE.

Se o negócio da distribuição da SONAE no Brasil, «tropeçou» mas continuaram de pé, em Angola se «tropeçarem» podem cair ao comprido e nunca mais se levantarem.
O Eng. Belmiro Azevedo foi durante alguns anos o Homem mais rico de Portugal, até o Sr. Amorim associar-se a Senhora Isabel dos Santos .

Parece que o Eng. Belmiro Azevedo e a SONAE, querem recuperar o terreno perdido, aliviando o erário público Angolano do peso que representa actualmente a rede de Supermercados Nosso Super. O Nosso Super no âmbito do PRESILD é um projecto global, com uma escola de comércio e gestão para os futuros proprietários angolanos, emprega milhares de pessoas, consumiu milhões de dólares e dá prejuízo, o que prova, que o sector público angolano, fora do petróleo e dos diamantes, não é um bom exemplo de gestão.

A ideia, que em Angola os negócios para terem sucesso e lucro garantido, têm que meter “gente do topo”, ganha cada vez mais adeptos, mesmo naqueles, que davam a entender que nunca iam investir em Angola, por causa da corrupção e do risco endémico do país no investimento a médio e longo prazo.

No âmbito da política partidária e do lado do maior partido da oposição, a UNITA, já começou o processo de reorganização interna do partido. Altos dirigentes e militantes descontentes com o Dr. Samakuva e a sua actual Direcção, pretendem um Congresso no fim do mandato em 2011, de forma a elegerem um Presidente e uma nova Direcção que surja como verdadeira alternativa ao Eng. Eduardo dos Santos e ao MPLA, nas eleições gerais prometidas para 2012. Os eleitores Angolanos acreditam na capacidade da UNITA em apostar numa nova liderança, que não ande a reboque dos acontecimentos, mas que seja proactiva na mudança oligárquica em Angola. Os mais velhos e os mais novos e um novo programa político partidário adaptado a realidade e a ânsia de mudança dos Angolanos, são ingredientes essenciais para uma campanha eleitoral vitoriosa nas eleições gerais em 2012 em Angola.

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