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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Transferência do mercado Roque Santeiro para o Panguila

Depois de alguns adiamentos, o Governo Provincial de Luanda desencadeou hoje e até domingo, a deslocação do maior mercado à céu aberto de Angola, para um local mais apropriado, em termos de logística, de preservação da saúde pública e condições de exercício comercial, para os vendedores e seus clientes.

Apesar de uma acessibilidade duvidosa e de fracas perspectivas de rentabilidade, tendo em consideração que haverá perda de clientela tradicional do Roque, o Panguila é o novo mercado para cerca de oito mil vendedores.

No entanto, muito podia ter sido feito, para melhorar esta transição do mercado. A começar pelo levantamento dos vendedores e comerciantes que estatisticamente não foram rigorosamente apurados e por isso, nem todos vão ter lugar no mercado do Panguila.

Pelo que, é uma preocupação do GPL encontrar rapidamente locais alternativos para aqueles que não vão ficar no Panguila e que necessitam de sobreviver, porque ser vendedor de mercado, é o seu modo de vida e de sobrevivência familiar.

Caso contrário, milhares de vendedores do mercado do Roque, vão ser vendedores de rua na cidade de Luanda, com todas as consequências que isso provoca.
Esta mudança, não é do agrado da maioria dos vendedores do Roque, que estão preocupados pela diminuição dos seus rendimentos, aumento das despesas de deslocação entre as suas residências até ao Panguila.

No mesmo dia, em que os combustíveis aumentaram inesperadamente (a gasolina de 40Kz passou para 60Kz), algo que irá criar uma «bola de neve» nos aumentos de produtos da cesta básica, gás butano e outros artigos essenciais. Para maioria da população que tem uma renda baixa e sem aumentos salariais a curto prazo, a vida será mais difícil a partir de hoje.

A esperança está naqueles que no terreno desocupado do Roque, vão criar riqueza com a construção e o negócio imobiliário.

Lembrou-me daquele mamã que lamentava-se ter de sair do Roque para o Panguila, e que mais tarde, iriam pedir-lhe para sair de lá para outro lado, e mais outro lado,… e interrogava-se, como cidadã Angolana, se não tinha o direito de viver e trabalhar no sítio que gostaria, na sua terra: Angola!

Hoje, em Moçambique os pobres também protestaram, mas de uma forma violenta e anárquica, pelo aumento dos preços dos combustíveis, do pão e outros artigos essenciais para a sobrevivência humana.

Felizmente, que em Angola acreditamos no diálogo para a resolução dos nossos problemas e para conseguir-se uma vida digna para a maioria da população, que vive na pobreza.

Mas cabe ao executivo Angolano a preocupação de criar as condições mínimas para que o povo continue a acreditar nas promessas de uma vida melhor.

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