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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Em Angola aumentou a fome e a pobreza



Segundo o Índice da Fome no Mundo 2010, apresentado pelo relatório anual do Instituto Internacional de Pesquisas de Políticas de Alimentação (IFPRI, na sigla em inglês), da Concern Worldwide e do Welthungerhilfe, Angola está no nível alarmante com 20 pontos.

O índice apresenta os países numa escala de 100 pontos, sendo zero a melhor pontuação - sem fome - e 100 a pior, apesar de nenhum desses dois extremos ser alcançado na prática.

Uma pontuação maior que 20 revela níveis alarmantes de fome num país, e mais de 30 é "extremadamente alarmante".

O índice da fome no mundo é calculado através de três indicadores: a proporção de população subnutrida, o baixo peso infantil e a taxa de mortalidade infantil.

Afeganistão, Angola, Chade e Somália tiveram a maior taxa de mortalidade infantil, com a morte de menores de 5 anos de 20% ou mais em cada um desses países.

Mas segundo Domingos Veloso, o diretor nacional da Agricultura, Pecuária e Florestas do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas de Angola, em declarações a RFI, não concorda com a atribuição do rótulo "alarmante" a Angola e acrescenta que no país a fome tem tido uma evolução positiva; ... pena, não ter fundamentado tal optimismo!

Este aumento do Índice é justificado essencialmente pelo aumento global do preço da alimentação e a recessão económica global.
Interessa é verificar se as políticas sociais e económicas do Executivo Angolano, têm sido eficazes no combate a pobreza para reduzir problemas básicos do cidadão angolano, como a fome « alarmante », porque se é alarmante é porque aumentou ( veja-se o caso da Província do Bengo ou do Cunene e alguns casos na periferia da capital ).

Quando eu afirmo que a pobreza está aumentar em Angola e as consequências, são comprováveis em relatórios internacionais publicados nas últimas semanas, as entidades oficiais alegam o crescimento económico, do PIB, nas infra-estruturas rodoviárias e pouco mais.

Infelizmente, não falam no êxodo das populações rurais para as cidades, principalmente para a capital, porque não conseguem sobreviver no interior profundo de Angola . E se abandonam os campos, não há o cultivo da mandioca, da batata, do tomate, das hortaliças e sem desenvolvimento agrícola, não há combate da fome e a solução mais fácil, passa pela importação de bens alimentares, que podiam ser produzidos, armazenados e distribuídos até ao mercado, para que os agricultores tivessem fonte de rendimento.

É vulgar ouvir o Executivo Angolano divulgar os milhões que investe ou financia em projectos agrícolas. Mas o que é difícil ouvir, é o insucesso desses empreendimentos, porque foram mal dirigidos e planificados, sem serem acompanhados de infra-estruturas sociais, de forma a enraizar as populações nos seus locais de origem.

E o resultado, é a procura nas cidades do litoral e não só, o sustento que não têm no meio rural do país, e que na maioria das vezes, vêem engrossar as fileiras dos pobres nas cidades, constituindo aí família e aumentando o número de pobres e a subnutrição infantil, num país onde as estatísticas, ou não existem ou são falíveis.
Haverá outras medidas a tomar para reduzir a pobreza e a fome em Angola, tais como, uma melhor redistribuição da riqueza, em que poucos têm muito e a maioria quase não têm nada, vivendo no limiar da extrema pobreza; melhorar o sistema de saúde, com um combate eficiente as pandemias e as doenças endémicas, como HIV-SIDA, malária e a tuberculose (que é uma doença social); uma estreita colaboração entre ONG´s e o Executivo com a sociedade civil, porque estas conseguem chegar mais rapidamente aos locais onde existe fome, do que o próprio Executivo que deve apoiar projectos ligados a segurança alimentar sem grande burocracia e com fundos financeiros preparados para esse fim; o aumento de cidadãos famintos e de crianças de rua na capital é um sinal preocupante, que levará o Executivo e o GPL a conjugarem esforços para combaterem este flagelo social, dando isenções fiscais a entidades públicas ou privadas que façam doações alimentares, ou que financiem projectos de segurança alimentar, para que os cidadãos nessas situações possam a longo prazo sair dessa situação.

Não há como reduzir a fome, sem combater a pobreza em Angola!

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