Rádio Angola Unida (RAU): 146º
Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 12-12-2019
por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- "Ocorreu um corte geral que
interrompeu o fornecimento de energia no sistema norte interligado, que
alimenta dez províncias do país", afirmou a fonte oficial do ministério.
Este corte, cujas causas ainda "estão a ser apuradas" não tem ainda
um tempo previsível de reparação. As causas estão a ser apuradas "para
normalização total do fornecimento de energia às províncias interligadas ao
sistema norte", adiantou o ministério. "Aproveito para recordar que o
sistema elétrico interligado, já inclui dez províncias, entre as quais Luanda,
Bengo, Bié, Malanje, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Uíge e
Zaire", disse a fonte do Ministério da Energia e Águas de Angola.
- O Fundo Monetário Internacional (FMI)
aprovou o pagamento de 247 milhões de
dólares a Angola, no seguimento da aprovação da segunda avaliação do programa
de ajustamento financeiro, num total de 3,7 mil milhões de dólares. No
comunicado, a instituição afirma que a Angola "continua a enfrentar um
ambiente externo deteriorado" e alerta que isso "está a pesar na
perspetiva de evolução da economia". O FMI aprovou também os pedidos do
Governo angolano relativamente a ajustamentos aos critérios de avaliação do
cumprimento do programa, nomeadamente no que diz respeito às reservas
internacionais e à não acumulação de dívidas atrasadas externas, bem como
algumas modificações a três metas indicativas: aumentar os limites da
acumulação de atrasos nos pagamentos atrasados, na dívida pública, e um novo
teto indicativo sobre a emissão de garantias estatais. Para além disso, o Fundo
aceitou ainda que Angola possa ter alterações ao prazo de cumprimento de seis
indicadores estruturais, e cinco novos indicadores relacionados com a
consolidação orçamental e a transparência, e para apoio à reestruturação do
setor financeiro. O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola
disse que as reformas em curso no país "são do Governo angolano e não da
instituição financeira", defendendo que "apesar de difíceis",
estas trarão "resultados positivos".
- O Governo angolano manifestou preocupação
com a "fraca adesão" ao Programa de Apoio ao Crédito (PAC), que
disponibiliza 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) para o setor
produtivo, mas foi concedido "apenas 5%".Angola gastou 1,3 mil
milhões de dólares (1,171 mil milhões de euros) de janeiro a outubro com importação
de bens alimentares, entre arroz, açúcar, leite e cebola, anunciaram as
autoridades, considerando que o país tem capacidade para produzir esses bens. O
sabão, sal, arroz, farinha de trigo, açúcar, carapau, carne de frango, óleo de
palma e de soja, lixívia, alho, batata rena, cebola, água de mesa, cenoura,
mandioca, ovos contam da lista dos 54 produtos elegíveis ao crédito no âmbito
do Prodesi.
- A agência de notação financeira Moody's
desceu o 'rating' do Banco Económico
angolano em dois níveis, mantendo-o abaixo da recomendação de investimento,
motivada pela descida na qualidade dos ativos e pela fraca solvabilidade. Na
nota, que explica a decisão de descer o 'rating' de B3 para Caa1, ambos abaixo
do nível de recomendação de investimento, ou 'lixo', como geralmente se
designa, a Moody's salienta que "o banco não vai ser capaz de restaurar a
sua posição de capital sem um apoio extraordinário, devido à sua baixa
rentabilidade". A perspetiva de evolução, que foi revista de Estável para
Negativa, "reflete o risco de execução do aumento da capitalização do
banco para níveis que permitam a esta entidade financeira garantir um modelo de
negócio mais sustentável". A qualidade dos ativos do banco, considera a
Moody's, é influenciada "pelo nível extremo de crédito malparado, que
subiram 77% em 2018, e o provável incumprimento por parte do Grupo ENSA, que
representa 50% do total dos ativos, e que vai provavelmente resultar numa
perda, o que aumenta o nível de empréstimos incobráveis". Para além do
elevado nível de crédito malparado, que a Moody's diz representar mais de 70%
do total de empréstimos nos próximos 12 meses, a agência salienta também que o
banco opera "num enquadramento legal fraco, principalmente no que diz
respeito a legislação sobre falências e execução de garantias".
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