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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

PODE JÁ OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 194ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 19-11-2020.‏

 Rádio Angola Unida (RAU): 194º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 19-11-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

-  A consultora Eurasia considerou esta terça-feira (17.11) que a crise económica e o crescente descontentamento popular em Angola vão levar o Governo a aprofundar a luta contra a corrupção, atingindo o antigo vice-Presidente Manuel Vicente. "João Lourenço está a consolidar o controlo no Movimento Popular de Libertação de Angola [MPLA, no poder] através dos seus esforços contra a corrupção e espera ganhar o apoio popular para esta campanha numa altura em que continuam os protestos contra os escândalos de corrupção no seu Governo", escrevem os analistas Darias Jonker e Britanny Hughes. Num comentário aos mais recentes desenvolvimentos no país, estes analistas dizem que "com a acumulação de dívida pública e descontentamento com a economia, João Lourenço vai aumentar os esforços para recuperar os estimados 24 mil milhões de dólares [20,21 mil milhões de euros] que Angola perdeu para a corrupção durante o regime liderado por José Eduardo dos Santos". Para os analistas da Eurasia, o Presidente está a ser pressionado para investigar o antigo vice-Presidente e seu conselheiro para a área petrolífera, Manuel Vicente, e poderá usar a mesma estratégia que usou para revogar a imunidade do antigo ministro Manuel Rabelais. "O Parlamento aprovou a revogação da imunidade judicial de Manuel Rabelais e também no dia 27 de outubro aprovou um novo código penal que vai aumentar as penas para crimes de corrupção, o que pode abrir caminho para a investigação de mais membros da rede de compadrio do antigo Presidente", escrevem os analistas na nota enviada aos clientes, e a que a agência Lusa teve acesso. "A perda de imunidade de Manuel Rabelais abre a porta para Lourenço visar Manuel Vicente, antigo vice-Presidente de Angola e presidente da Sonangol entre 2012 e 2017", apontam, lembrando que o antigo governante "escapou até agora às perseguições por aconselhar Lourenço sobre os meandros da rede de compadrio de dos Santos e por ajudar na reforma do setor petrolífero". No entanto, afirmam os analistas, "continuar a proteger Manuel Vicente pode ser um risco político demasiado grande", já que o antigo líder da Sonangol já está a ser investigado pelas instâncias judiciais pelo seu papel num dos maiores esquemas de corrupção da era do antigo chefe de Estado, o Fundo Internacional da China". Manuel Vicente tem imunidade, enquanto antigo vice-Presidente, até setembro de 2022, mas esta pode ser revertida num processo semelhante ao que foi desencadeado contra Manuel Rabelais, conclui a Eurasia.

 -  A consultora NKC African Economics reviu hoje a estimativa de evolução da inflação em Angola, antevendo uma subida de 22,4% nos preços e uma depreciação de 60% da moeda nacional, o kwanza, este ano. "A moeda nacional permanece vulnerável às mudanças no sentimento global e deverá depreciar-se em mais de 60% em 2020 comparado com o ano passado, o que vai continuar a colocar pressão os preços do consumidor, devido à forte dependência de Angola dos bens importados", escrevem os analistas desta filial africana da britânica Oxford Economics. Num comentário à evolução inflação em Angola, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "a implementação gradual de um IVA de 14%, bem como os antecipados aumentos nas propinas para a educação superior, vão continuar a pressionar a inflação em 2021". Assim, os analistas dizem agora esperar uma inflação média de 22,4% este ano, agravando-se face aos 17,1% registados no ano passado, e prevendo que abrande o crescimento para 20% no próximo ano. Os preços em Angola aumentaram 1,81% entre setembro e outubro, segundo um relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, colocando a inflação acumulada a 12 meses no valor mais alto desde dezembro de 2017. "Apesar das más condições económicas, a inflação continuou a subir em 2020, principalmente devido à queda no preço do petróleo este ano e à liberalização cambia do ano passado, que fez com que o kwanza tenha perdido 25% do seu valor desde o início do ano", apontam os analistas, lembrando que em média, em outubro, foram precisos 645 kwanzas para comprar um dólar, "o pior registo cambial de sempre". Na proposta do Orçamento Geral do Estado angolano para 2021, Luanda estima uma taxa de inflação acumulada anual de 18,27% para o próximo ano. No início de setembro, a agência de 'rating' Fitch previu uma recessão de 4% em Angola e uma subida da inflação para 24% durante este ano. "A contração no setor petrolífero, combinada com a falta de liquidez em dólares, vai manter Angola no quinto ano consecutivo de recessão, com uma contração de 4% e uma aceleração da inflação para 24% este ano, bem acima da média dos países com nota B, de 4,8%", afirmou então a agência, acrescentando que a economia angolana "continua a ser limitada pelo alto nível de dependência de matérias-primas".

 -   Governo reconhece problema e diz estar empenhado em "minimizá-lo". A falta de empregos em Angola afecta particularmente a faixa juvenil que desespera-se ante a situação que tornou-se mais complexa com a pandemia da Covid-19. A ministra da Administração Pública Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, reconheceu recentemente que o desemprego juvenil é uma preocupação do Executivo, que tudo está a fazer para, não acabar, mas pelo menos, minimizar esse défice de emprego. A procura por uma oportunidade de emprego é grande e as ofertas são escassas para não dizer quase nenhumas. A VOA foi a vários Centros de Emprego em Luanda conversar com os jovens que procuram uma oportunidade. “O nosso Governo não está preparado para dar solução aos problemas dos jovens, olhe que neste momento estou aqui a andar com o currículo e ando a bater portas e nada, apesar de estar ainda a me formar, mas as oportunidades são raras, depois estamos num país onde o emprego é muito dependente do Estado e não devia ser assim, o Estado deveria potenciar o surgimento de mais empresas privadas", afirma um dos nossos entrevistados que preferiu o anonimato.Helena, que se identifica apenas com o primeiro nome, tem 33 anos de idade e diz que perdeu o emprego devido à Covid 19. "O emprego está difícil sim, os jovens querem contribuir, mas onde é que está o emprego? O nosso Governo deve ver esta situação que afecta sobretudo os jovens", afirma Helena. Outra jovem que se apresenta como Elizandra diz que a pandemia atrapalhou as coisas e pede ao Presidente para cumprir as promessas feitas. "Estou sem emprego, já meti documentos, com esta pandemia está difícil conseguir um emprego, segundo o Presidente da República iriam ser abertas muitas empresas este ano, até agora não estamos a ver nada”, lamenta, questionando “se no próximo ano, o último do seu reinado, as coisas vão melhorar".

- Angola vai recorrer ao endividamento para cobrir o défice de cerca de 938 mil milhões de kwanzas (1,1 mil milhões de euros) de despesas correntes da proposta de Orçamento Geral do Estado para 2021, disse hoje fonte governamental. Segundo a secretária de Estado do Orçamento e Investimentos Públicos, Aia-Eza da Silva, Angola não vai conseguir pagar as suas despesas com toda a receita que arrecadar. "Então vamos ter que nos endividar, esse orçamento ainda prevê algum nível de endividamento, daí que seja importante que o défice não seja tão elevado, porque nós já estamos com um nível de dívida do PIB [Produto Interno Bruto] acima dos 100%", disse Aia-Eza da Silva, em declarações à rádio pública angolana. A proposta de OGE 2021, com receitas estimadas e despesas fixas em 14,78 biliões de kwanzas (19,3 mil milhões de euros), vai terça-feira à discussão e votação, na generalidade, na Assembleia Nacional. A governante angolana disse que o défice que o orçamento tem neste momento é de aproximadamente 938 mil milhões de kwanzas, "e isso seria o financiamento a ser buscado para o financiamento deste défice, mas esta é só a despesa corrente". "Depois temos a despesa de financiamento - financiar o défice é uma coisa e vamos ter que fazê-lo -, mas depois vamos ter o financiamento do próprio nível de endividamento, que já temos hoje, e aí ainda são outros dinheiros a considerar", salientou. A secretária de Estado do Orçamento e Investimentos Públicos admitiu que o OGE para o exercício económico de 2021 foi "um dos mais difíceis de elaborar nesses últimos anos, porque o clima de incerteza é ainda muito grande". "A nossa produção petrolífera nesse orçamento 20/21 está a decrescer bastante, estamos com uma queda acentuada no PIB petrolífero. Em termos de barris de petróleo, são 1.200 por dia, isto é uma produção bastante reduzida em relação àquilo que seriam os melhores prognósticos sobre este mesmo indicador", frisou. Aia-Eza enalteceu "as perspetivas bastantes animadoras" do setor não petrolífero, contudo, insuficiente para sozinho "puxar o PIB do país". "Daí que a taxa de crescimento do produto para o país seja nula para o próximo ano, o que não é bom, porque nós temos vindo a ver recessões sucessivas no nosso produto de economia nos últimos anos e 2020 seria o ano em que estávamos à espera de uma taxa de crescimento positiva, que deveria se manter para 2021", acrescentou.

 RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola. 

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2020/11/20/angola-afinal-h-dinheiro-de-emprstimo-no-cofre-pblico?fbclid=IwAR3hLOIy7P2GxDdShxGH_Xst73QOdfUscMmyRgvTo_V5n_yZQH4VuYvIfoA

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