Rádio Angola Unida (RAU): 140º
Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 31-10-2019
por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- A Assembleia Nacional de Angola retirou o
mandato de deputada, pela bancada do partido no poder, MPLA, a Welwitschea dos
Santos, devido ao prolongado tempo de ausência nas reuniões plenárias e de
trabalho. A decisão contou com votos a favor do Movimento Popular de Libertação
de Angola (MPLA), partido maioritário, e da União Nacional para a Independência
Total de Angola (UNITA), o maior grupo parlamentar da oposição.
- O gabinete de estudos do Banco Fomento
Angola disse hoje que as reservas líquidas de Angola em moeda estrangeira
caíram para 10,1 mil milhões de dólares, o valor mais baixo desde pelo menos
2011. No documento, o gabinete de estudos económicos do BFA acrescenta que,
comparando com o final do ano passado, as reservas representam menos 555
milhões de dólares (500 milhões de euros), o que equivale a uma queda mensal de
62 milhões de dólares (55 milhões de euros) nos nove primeiros meses de 2019.
"Considerando os 12 meses até setembro, as reservas caíram 1,9 mil milhões
de dólares [1,7 mil milhões de euros], sendo que o mínimo acordado com o Fundo
Monetário Internacional é de 9,1 mil milhões de dólares [8,2 mil milhões de
euros]", lê-se no relatório semanal, que dá ainda conta que este valor
representa "5,6 meses de importações, abaixo dos 6 meses de meta das
autoridades". Comentando as decisões do Banco Nacional de Angola na semana
passada, permitindo a oscilação livre do kwanza nos leilões de moeda
estrangeira, o BFA nota que "o kwanza desvalorizou-se 6,1% face ao dólar
na semana passada, o que representa uma depreciação acumulada de 35,97% desde o
início do ano". Assim, acrescentam os analistas, o dólar já está a ser
transacionado no mercado paralelo a 610 kwanzas por cada dólar, o que significa
que "a diferença entre a taxa paralela e a oficial situa-se nos
26,2%".
- A consultora Economist Intelligence Unit
(EIU) considerou que a previsão de recessão em Angola este ano mostra "as
dificuldades que a economia enfrenta", e que a estimativa de crescimento
de 1,8% para 2020 "é irrealista". A previsão de recessão económica
neste ano foi assumida pelo Ministério das Finanças numa apresentação aos
líderes empresariais feita há duas semanas, e a que a Lusa teve acesso. Segundo
os dados, que poderão sofrer alterações até à entrega do documento à Assembleia
Nacional, que terá de acontecer até 30 de outubro, o próximo ano ficará marcado
pelo crescimento positivo do setor petrolífero, que está em território negativo
pelo menos desde 2017, tendo registado evoluções negativas de 5,2% em 2017 e de
9,5% no ano passado. O OGE para 2020 comporta receitas estimadas em 15,87
biliões de kwanzas (29,9 mil milhões de euros) e despesas em igual montante no
mesmo período, num cenário que antecipa um crescimento de 1,8% do PIB, com
ênfase o setor petrolífero. No setor produtivo, o destaque vai para a
agricultura e a indústria e no setor social, para a educação, saúde e combate à
pobreza.
- Angola vive uma crise económica e
financeira desde 2014 que conduziu ao aumento do índice de pobreza no país. Nos
últimos quatro anos, o país vive uma recensão económica com uma taxa de
desemprego de 30%, entre estes 60% são jovens. Contudo, cerca de 60% da
população angolana vive no limiar da pobreza. As medidas macro-económicas do
executivo do Presidente angolano João Lourenço não estão a responder às
necessidades sociais básicas e o aumento da fome no país é uma realidade. As
medidas de austeridade de gestão orçamental e a implementação do IVA, desde o
passado 1 de Outubro, provocou um aumento drástico dos produtos de primeira
necessidade, que no entanto teoricamente não são abrangidos pelo IVA. A
desvalorização da moeda nacional, o desemprego e a subida dos preços dos
principais produtos de primeira necessidade duplicaram. Também os protestos
aumentaram nas várias regiões do país. O governo promete medidas punitivas para
os especuladores.
- O presidente da República de Angola, João
Lourenço, exonerou o ministro da Comunicação Social, João Melo, por
"conveniência de serviço", sendo substituído no cargo por Nuno Caldas
Albino, confirmou a Lusa junto de fontes oficiais. João Melo, jornalista de
profissão, tinha sido nomeado em outubro de 2017. Na sua conta do Twitter, João
Melo já se apresenta como "jornalista e escritor". Nuno Caldas
Albino, deputado do MPLA (partido no poder) é licenciado em gestão de empresas
e presidente da 7ª comissão parlamentar (Cultura, Assuntos Religiosos,
Comunicação Social, Juventude e Desportos).
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