Rádio Angola Unida (RAU): 143º
Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 20-11-2019
por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- Adalberto da Costa Júnior foi hoje eleito
por 1.111 delegados ao XIII Congresso da UNITA como novo presidente do partido
conquistando 594 votos, num total de cerca de 54%, segundo a presidente da
comissão eleitoral, Amélia Judite Ernesto. Em segundo lugar ficou Alcides
Simões Sakala, com 422 votos (34%), e a larga distância os restantes
candidatos, Abílio Kamalata Numa, com 68 votos, Raul Danda, com 17, e José
Pedro Katchiungo, com 10. Apesar da derrota, o tom dos candidatos perdedores
foi de alegria e celebração prometendo ajudar o novo presidente a levar a UNITA
até ao poder, mas deixando também palavras de apreço ao presidente cessante,
Isaías Samakuva. José Pedro Katchiungo,
que saudou Adalberto da Costa Júnior pela "vitória significativa",
elogiou Samakuva pela "forma inteligente e perspicaz como conduziu o
partido", e pediu ao novo presidente que se inspire nos pensamos do
fundador da UNITA, Jonas Savimbi, sublinhando que "este projeto foi criado
para servir os angolanos discriminados". Raul Danda mostrou-se "feliz
e honrado" por ter participado "neste exercício", mostrando a
Angola e ao mundo que a UNITA é um partido "que vive em democracia e faz
democracia". Garantiu ainda que "daqui para a frente acabou a
corrida" e que, a partir de agora, a nova corrida faz-se com todos juntos.
Partimos todos e chegamos todos, como irmãos", salientou, e dirigindo-se
para Adalberto da Costa Júnior afirmou: "Estamos todos para através de si
podermos ajudá-lo a erguer a UNITA". Com "vivas" a Angola,
África, ao presidente cessante Samakuva e ao novo líder Adalberto da Costa
Júnior, Abilio Kamalata Numa garantiu que, a partir de agora, "somos todos
militantes e prontos a servir" a causa do partido. A Direção do Partido
está formada:
Arleth Chimbinda - Primeira Vice-presidente
da UNITA;
Simao Albino Dembo - Segundo Vice-presidente
da UNITA;
Alvaro Daniel - Secretário Geral da UNITA
Mwata Virgilio Samussongo - Primeiro
Secretário Geral Adjunto da UNITA
Lazaro Kakunha - Secretário Geral Adjunto
para as Autarquias;
Liberty Chiyaka - Presidente do Grupo
Parlamentar
- "Há meses que o FMI fala dos salários
dos funcionários públicos e defende o fim dos subsídios, e provavelmente vão
tentar, com base no que fizeram noutros países, preservar ao máximo os gastos
de cariz social", disse John Ashbourne, o analista que segue a economia de
Angola na Capital Economics, em entrevista à Lusa, a partir de Londres, a sede
da desta consultora. Isto depois de a consultora ter previsto que Angola
continue em recessão em 2020. O analista apontou que "o objetivo do FMI
será forçar cortes nos subsídios regressivos, como a gasolina, e reduzir o
emprego no Estado, mas serão medidas em toda a linha, porque não há o risco de
um problema de dívida insustentável, devido à estrutura do endividamento".
"Mas ter um rácio de dívida acima dos 100% coloca Angola numa categoria à
parte, juntamente com Moçambique, entre os países mais endividados, o que não é
um sítio confortável para se estar", acrescentou. Não existe, continuou, a
opção de combater o fraco crescimento económico e a elevada dívida pública
"com base no aumento das receitas, isso é muito improvável, por isso o
ajustamento terá de ser feito com base em cortes na despesa, e isso obriga a um
significativo ajustamento orçamental", concluiu. O analista da Capital
Economics considerou que "para quem quer investir em África, Angola
dificilmente estará no topo da lista" e que "para quem procura
mercados em crescimento nesse lado do mundo, Angola não virá à cabeça".
- A Fitch Ratings atribui à futura emissão de
títulos em dólares o 'rating' previsível de B", lê-se numa informação
enviada aos investidores, que dá conta que a nota final "está dependente
da receção dos documentos finais e da sua conformidade com a informação já
recebida". O Governo de Angola prepara-se para angariar até 3 mil milhões
de dólares nos mercados internacionais ainda este ano, ou no princípio de 2020,
tendo já reunido com investidores em Nova Iorque na semana passada. Em julho, a Fitch manteve o 'rating' de
Angola em B e reviu a perspetiva de evolução da economia de estável para
negativa, o que deixa antever uma degradação desta nota num prazo de 12 a 18
meses. A equipa do Ministério das Finanças reuniu-se com vários investidores na
semana passada em Nova Iorque, numa operação que será apoiada pelo Deutsche
Bank, ICBC e Standard Chartered. A autorização presidencial para esta emissão
foi publicada a 07 de novembro, e nela pode ler-se que "é autorizada a
ministra das Finanças, no âmbito do programa global de médio prazo para a
emissão de títulos de dívida soberana, a emitir títulos de dívida soberana nos
mercados internacionais sob a forma de Eurobonds, até ao montante de 3 mil
milhões de dólares ou o equivalente em outros moedas, em uma ou mais
séries". A ministra das Finanças de Angola, Vera Daves, disse que no
princípio do próximo ano o rácio de dívida pública face ao PIB deverá passar os
100% e o rácio da dívida face às receitas deverá aumentar para 114%.
- A Assembleia Nacional de Angola aprovou
hoje a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020 com 119 votos
favoráveis, 46 contra e nove abstenções. O OGE prevê para 2020 uma despesa de 15,97
biliões de kwanzas (31,3 mil milhões de euros), um aumento de 53,5%
relativamente ao OGE2019 revisto, e receitas aproximadamente no mesmo valor. O
documento tem como pressupostos um preço médio do barril do petróleo bruto de
55 dólares (49,6 euros), uma taxa de inflação de 25% e um crescimento real do
produto interno bruto (PIB) de 1,8%. As projeções fiscais apontam para a
criação em 2020 de um saldo global superavitário de 1,2% do PIB e de um saldo
primário igualmente superavitário de 7,1% do PIB. O setor social vai absorver a
maior fatia da despesa orçamentada (40,7%, mais 27,6% do que no ano anterior),
destacando-se o crescimento da proteção ambiental, habitação e serviços
comunitários e a saúde. Já o setor económico vai absorver 11% da despesa fiscal,
menos 28,8% de dotação orçamental do que no anterior Orçamento Geral do Estado.
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Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
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