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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

OIÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 241ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 18-11-2021.‏

 Rádio Angola Unida (RAU): 241º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 18-11-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Julgamento de oficiais da Casa de Segurança poderá revelar detalhes sobre como os acusados tiveram acesso a dezenas milhões de dólares encontrados em malas. Um dos maiores escândalos financeiros a abalar o Governo angolano poderá em breve ter o seu desfecho em tribunal com possíveis revelações sobre como um major da Casa de Segurança do Presidente tinha em seu poder dezenas de milhões de dólares quando foi preso no aeroporto de Luanda em Maio deste ano. O porta-voz da Procuradoria-Geral da República, Álvaro João, confirmou na manhã desta terça-feira, 16, à VOA a formalização da acusação do “Caso Lussaty”, cujo processo será agora remetido ao tribunal para julgamento. O major Pedro Lussaty foi preso no aeroporto com malas com 10 milhões de dólares e quantro milhões de Euros. Em consequência, o Presidente da República substituiu seis oficiais generais na Casa de Segurança da Presidência da República, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ter aberto um processo-crime contra oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) afectos à Casa de Segurança. Uma semana depois, João Lourenço afastou também o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião. O porta-voz da PGR disse que o processo já foi formalmente terminado e “todos os acusados e seus advogados foram informados da acusação e posteriormente após algum formalismo legal o processo será submetido ao juízo para efeito de julgamento”. Álvaro João sublinhou que até a PGR remeter o processo ao tribunal serão necessários 10 dias. No total são 24 implicados. Pesam sobre os acusados, na sua maioria oficiais superiores, oficiais generais e civis, acusações de crimes de peculato, recebimento indevido de capitais, associação criminosa e branqueamento de capitais e podem ser condenados a penas de até 20 anos de prisão. O major Pedro Lussaty, principal figura deste processo foi detido no âmbito da “Operação Caranguejo”, levado a cabo pelo Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) dirigido pelo general Fernando Garcia Miala e no momento da operação foram apreendidos milhões de dólares, euros, kwanzas, carros de luxos e outros bens. Lussaty poderá servir de bode expiatório. O jornalista Ilídio Manuel considera que a ser levado à justiça Pedro Lussaty poderá ser o único a pagar pelos crimes dos verdadeiros implicados no roubo do dinheiro público por ser “o elo mais fraco na cadeia”. Aquele analista político também admite que, mesmo que venham a ser condenadas altas figuras das Forças Armadas e dos serviços de Inteligência Militar, estas poderão aguardar pelo recurso em segunda instância por “tempo indeterminado”. "O recurso das sentenças tem sido uma das formas de se fazer com que se evitemdeterminadas punições”, afirmou. Pedro Lussaty ,de 43 anos, na altura da detenção, estava ligado à área das Finanças da Banda Musical da Presidência da República.

- O Governo angolano anunciou que vai continuar o corte nas regalias para titulares de cargos políticos e outros gestores públicos, numa decisão que alguns veem como manobra eleitoralista, mas que traz a público benefícios impensáveis para a população angolana. A ministra das Finanças, Vera Daves, afirmou que o Executivo não tem dinheiro para gastar com estas regalias que vão ser eliminadas no orçamento para 2022. Os cortes envolvem subsídios de manutenção de residências, suspensão de atribuição de veículos e apoio às residências de titulares de cargos políticos, magistrados e outros gestores públicos, suspensão de subsídio de instalação e de estímulo, redução do número de empregadas para os mesmos titulares e suspensão de atribuição de bilhetes de viagens destes titulares, incluindo deputados e cônjuges. Especialistas olham para estas medidas comal gum cepticismo. Eduardo Nkossi, especialista em finanças públicas, diz que estes cortes já deviam ter sido feitos há mais tempo, enquanto no que diz respeito à falta de dinheiro, o professor universitário coloca reticências. "Cortes em regalias são nromais que assim seja, mas a ministra tinha que se referir a outros gastos previstos neste ano eleitoral, que demonstram maior percentagem de gastos na perspectiva propagandística do partido no poder”, disse. Nkossi consideroupropósito que “é só ver o uso que se dá aos meios de comunicação social que são públicos em benefício do partido-Estado, são meios usados para propaganda eleitoral do partido governante". Outro economista, David Kissadila, também entende que estas medidas pecam por ser tardias e por terem uma tendência eleitoralista. "Por isso vê-se agora a incidência na construção de hospitais, o problema das vacinas, processos de admissão de professores e médicos”, apontou. “É aí onde se nota que este Executivo só actua com propósitos eleitoralistas”, acrescentou Kissadila para quem “estes anúncios visam contentar as populações”. Aquele economista lembrou que as pessoas ligadas ao poder “sempre beneficiaram e ostentaram estas regalias em detrimento da população"

- “Povo não come jardins”, diz habitante ao criticar planos de embelezamento da cidade. Empresários na cidade angolana do Soyo acusam o Governo de não lhes pagar o que deve, ao mesmo tempo que a situação económica nessa zona se deteriora com cidadãos a manifestarem desespero face aos problemas que têm que enfrentar para sobreviver. Os empresários dizem que responderam ao apelo do Executivo local para apoiar no combate à Covid 19, mas que a contrapartida do Estado tarda em chegar. Fotunato Isak, disse à VOA, que “os agentes económicos aqui choram com as dívidas do Estado que até agora não paga as suas hospedarias, hotéis que foram ocupados no quadro das quarentenas da Covid-19”. “Alguns até decidiram avançar com processos em tribunal contra as administrações, pelos seus espaços ocupados e até hoje não pagaram" acrescentou. Isaak disse ainda que a siuação económica para o cidadão comum se está deteriorar. "O dinheiro que dizem do programa Kwenda, nós aqui não vimos, também dizem que o preço da cesta básica baixou, tudo mentira, não baixou nada”, afirmou, acrescentando que “há total ausência do estado nesta transição da Covid-19, a situação aqui das populações vai agravando, o desemprego sempre em alta". Hamilton Lemos, outro habitante da vil,a disse que “a saúde aqui é débil, a situação sócio económica das pessoas está doente. “O Soyo produz tanta riqueza mas o seu povo não vê nada", lamentou Lemos para quem os programas de prevenção da Covid são uma lástima. No município com mais de 250 mil habitantes há um só posto de vacinação contra a Covid-19. "As pessoas das outras comunas têm de madrugar para conseguir uma vacina e ainda sofrem, são assaltadas pelos marginais, na quinta-feira aconteceu no meu bairro”, contou. Raúl Paulo, também residente no Soyo, afirmoun que as coisas se agravaram desde que começou a pandemia, em Março do ano passado, alguns que sobreviviam antes das suas lavras, agora nem isso podem mais."As pessoas aqui ficam em jejum dias e dias por não terem uns cem kwanzas para comer,” disse.“Aqueles que viviam da agricultura nas suas lavras, o Executivo ocupou estas lavras para colocar os seus projectos, a população aqui ficou numa miséria extrema", afirmou Paulo para quem “o Governo aqui só se ocupa em arranjar a cidade com jardins, etc., mas o povo não come jardim, o povo quer saúde, o povo precisa de emprego, pelo menos um mínimo para sobreviver"

-  Oito meses após ter sido reinaugurada pelo Presidente angolano João Lourenço os 130 trabalhadores da fábrica têxtil de Benguela dizem que náo recebem salários há vários meses e que a produção está paralizada devido à falta de algodão. Os seguranças, sem salários há sete meses, são os mais prejudicados, ao passo que o pessoal técnico reclama dois, três e quatro meses de salários em atraso. Em nome do colectivo, o sindicalista Waldemar António diz que a nova gestora da fábrica, a empresa Baobab, do Zimbabwe, vem dando sinais de falta de credibilidade. “Nós estamos paralisados há um mês, primeiro porque não pagam, é irregular, e também por causa da situação contratual”, disse afirmando que “até agora não temos contracto de trabalho, e em reuniões com a direcção, assim que chegaram, muitos disseram que a Baobab entrou num concurso público às escuras". "Isto assim é complicado para uma empresa nova, que quer crescer", acrescentou. O coordenador técnico e chefe da produção, João David, diz que não entra em detalhes sobre a situação da empresa, mas salienta que os salários e a falta de algodão devem ser resolvidos nos próximos dias. “Sou apenas coordenador e supervisor da área técnica. As respostas devem ser dadas pelo Conselho de Administração, são razões administrativas que provocam atrasos", disse o responsável. Nos termos do contrato de gestão, a Baobab vai gerir a antiga África Têxtil durante 12 anos, produzindo algodão em Angola, devendo posteriormente adquirir a unidade. Com capacidade instalada para produzir milhares de toneladas de bens têxteis, como tecidos, fios de algodão e toalhas, fruto de um financiamento de 480 milhões de dólares americanos, a fábrica tem planos chegar aos 1200 funcionários.

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2021/11/18/angola-pra-onde-ir-o-corte-das-regalias-de-titulares-de-cargos-polticos?fbclid=IwAR09cUf19DS8kOkJ11IJcMq_TGlG5dj7ek49SkOsq_FS4dDq66QAw4zKjAE

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