Rádio Angola Unida (RAU): 161º
Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 02-04-2020
por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- A agência de notação financeira Moody's
colocou Angola como um dos três países emergentes endividados que estão mais
vulneráveis à turbulência nos mercados financeiros devido à crise económica
criada pela pandemia da covid-19. Numa nota em que colocam Angola, a par do
sultanato de Omã e do reino do Bahrein, na lista dos mais vulneráveis a esta
aversão ao risco por parte dos investidores em tempos de incerteza, os
analistas apontam que "os países que precisam de aceder aos mercados
financeiros para refinanciar a dívida em moeda externa, e, mais genericamente,
que se endividam fortemente nos investidores estrangeiros privados, devem
encontrar condições proibitivas, pelo menos a curto prazo". Na análise a
este tipo de países, em que se destaca Angola, com um rácio de dívida pública
face ao PIB acima dos 100% e com uma forte dependência dos mercados para
financiamento e do petróleo para as receitas fiscais, a Moody's alerta que
"se o ambiente de aversão ao risco se mantiver durante um longo período,
as métricas de crédito como a vulnerabilidade externa, a dívida e a sustentabilidade
da dívida também devem deteriorar-se significativamente". Para a Moody's,
"os países emissores de dívida com avaliação abaixo da recomendação de
investimento, e com um grande montante de dívida em moeda externa a credores
privados, como o Bahrein, Omã e Angola, estão particularmente
vulneráveis", já que "ainda que o acesso a financiamento dos
parceiros para o desenvolvimento possa mitigar este risco, os recursos são
limitados".
- O Presidente de Angola João Lourenço apelou
esta quarta-feira aos seus compatriotas para que fiquem em casa, devido ao novo
coronavírus, e sigam o exemplo de “auto disciplina” dos jovens angolanos que se
encontram na China. Numa mensagem divulgada através da sua conta na rede social
Twitter, João Lourenço felicitou os jovens angolanos que partilharam a sua
experiência na China na televisão pública angolana, considerando-os exemplo de
um caso de sucesso que deve ser seguido. Vossa autodisciplina foi o segredo da
vitória da vida, sobre a desgraça”, enalteceu o chefe do executivo angolano,
cinco dias depois de Angola declarar o estado de emergência devido à pandemia
de Covid-19, que inclui medidas de isolamento social.
- Os angolanos parecem estar a ignorar as
ordens do Governo para permanecerem em casa caso não haja necessidade urgente
de saírem à rua e as autoridades policiais prometem endurecer as suas ações
para forçá-los a cumprirem o estado de emergência em vigor desde sábado, 28.
“Os angolanos são muito teimosos, eu vi um jovem que foi batido às 10 horas e
às 11 horas ele já estava outra vez na rua”, disse um luandense à VOA.
“Acredito que é também falta de conhecimento do assunto, talvez muitos
desconhecem quo a doença é perigosa”, acrescentou, Frente a várias denúncia
semelhantes, o comandante geral da Policia Nacional (PN), comissário-chefe
Paulo Gaspar de Almeida, prometeu prender quem não cumprir as orientações dos
agentes da ordem. “Quem desobedecer vai para cadeia, não devem sair de casa,
devem manter-se em casa, só em caso de força maior (é que devem saír)”, disse o
Almeida. No Sumbe a situação é idêntica.
- Segundo um decreto do Ministério do
Comércio, estabelecimentos de venda de bens e serviços essenciais terão um
horário único de funcionamento com abertura às 8 e encerramento às 16h.
Supermercados e outras lojas que vendam bens alimentares só poderão funcionar
entre as 8h e as 16h enquanto durar o estado de emergência em Angola devido à
Covid-19, segundo um decreto do Ministério do Comércio. Angola declarou estado
de emergência devido à pandemia de Covid-19 por um período de 15 dias,
prorrogável, entre as 0h da passada sexta-feira e as 23h59 de 11 de abril,
impondo restrições à movimentação de pessoas e à abertura de lojas e
restaurantes. Segundo o diploma, a que a Lusa teve acesso, os estabelecimentos
de venda de bens e serviços essenciais às populações, grossistas ou retalhistas
terão um horário único de funcionamento com abertura às 8h e encerramento às
16h. No que diz respeito ao comércio de mercado e ambulante individual só
poderão ser vendidos bens alimentares, produtos de higiene, limpeza e
cosméticos e gás de cozinha, respeitando uma distância mínima de um metro entre
vendedor e comprador. São proibidos os mercados informais de rua que impliquem
concentração de pessoas, podendo os permitidos funcionar entre as 6h e as
13h.No caso de incumprimento das regras estabelecidas e “indícios de alto risco
de contaminação comunitária”, as autoridades podem obrigar ao encerramento dos
mercados e suspender a venda ambulante. Vários mercados em Luanda e no resto do
país foram obrigados nos últimos dias a encerrar por não cumprirem as medidas
sanitárias.
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Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
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