Rádio Angola Unida (RAU): 150º
Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 16-1-2020
por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:
- Isabel dos Santos admitiu ser candidata à
presidência de Angola em entrevista à RTP. A empresária, que diz “estar a ser
perseguida pela Justiça”, diz que fará “tudo” o que tiver de fazer “para
defender e prestar os serviços à minha terra, ao meu país, Angola”, e isso
inclui uma candidatura presidencial ao cargo que o pai, José Eduardo dos
Santos, ocupou durante 38 anos. O Presidente José Eduardo dos Santos ganhou
três eleições democráticas em Angola e, durante todo o seu legado, foi um homem
muito amado”, defendeu Isabel dos Santos. “Se formos ver as eleições que ele
ganhou, foram eleições com 80%. É uma pessoa muito respeitada. Eu, como todos
os outros angolanos, com a chegada do presidente João Lourenço, acreditámos que
seria uma nova era e uma nova Angola. Mas hoje, o que denoto é que não é. Não é
uma nova era, não é uma nova Angola. O que se está a fazer hoje em angola são
processos seletivos e que têm a ver com a luta de poder do MPLA.”
- O ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos
Santos, pode enfrentar um processo-crime movido pelas autoridades
norte-americanas pelo seu alegado envolvimento em actos de corrupção. De acordo
com o semanário Novo Jornal, o ministério angolano das Relações Exteriores
descarta o envolvimento do executivo do Presidente João Lourenço na possível
tomada de decisão das autoridades norte-americanas. A notícia, que está a
merecer comentários de vários sectores da sociedade civil angolana, surge
depois do arresto das contas e acções empresariais de Isabel dos Santos, filha
do ex-Presidente, e do seu marido, por alegadas dívidas ao Estado angolano. No
combate à corrupção, João Lourenço tem solicitado a cooperação de outros
Estados com vista ao repatriamento de dinheiro público desviado para o exterior
do país por altas figuras durante o regime de José Eduardo dos Santos.
- Ex-ministro das Finanças disse em tribunal
que foi afastado da operação de transferência dos 500 milhões de dólares do
Banco Nacional de Angola para o estrangeiro e que não viu nenhum decreto
presidencial a autorizá-la. Archer Mangueira, que à altura dos factos era
ministro das Finanças de Angola, respondeu esta terça-feira (13.01) como
declarante na nona sessão de julgamento, que arrancou a 9 de dezembro de 2019,
em que são arguidos o antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA),
Valter Filipe, o ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno
"Zenu" dos Santos, e outros dois coarguidos. No interrogatório,
durante várias horas, Archer Mangueira disse que participou na primeira fase do
processo, tendo depois sido afastado, para voltar a tomar parte na terceira fase,
a de recuperação dos valores. O antigo ministro declarou que tomou contacto com
o processo através do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que
o indigitou para liderar as negociações com os promotores da iniciativa, que
terminaria na criação de um fundo de investimento estratégico para projetos
estruturantes, no valor de 30 mil milhões de dólares (27 mil milhões de euros).
- Estudantes universitários sentem-se traídos
pelo Presidente angolano, que quer assinar um decreto para pôr fim ao sistema
de ensino gratuito nas universidades públicas. É "um erro grave"
cobrar propinas, dizem os jovens. O Governo de João Lourenço pretende cobrar
uma "taxa de participação" nas universidades públicas angolanas,
porque o Estado está sem condições para continuar a suportar exclusivamente
todas as despesas nesta área de formação. A medida vai entrar em vigor num
período em que muitos angolanos estão a perder os postos de trabalho. Devido à
situação financeira de muitas famílias, estudantes ouvidos pela DW África garantem
que não têm condições para suportarem os estudos e que o Governo "está a
cometer um erro grave ao cobrar propinas nas universidades públicas". Se o
Governo avançar com a medida, Paulo Timóteo, que quer estudar Língua Portuguesa
na Universidade Agostinho Neto (UAN), é um dos que não poderá prosseguir os
estudos. "Ao implementar a cobrança de propinas, o próprio Governo já está
a cometer crime. Não estou em condições de pagar as propinas porque não
trabalho e com isso não consigo pagar os estudos", explica. Segundo a
Associação dos Estudantes da UAN, a comparticipação financeira no ensino
superior público poderá deixar fora das salas de aulas cerca de 12 mil
angolanos.
RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao
serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate
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Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são
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Perguntas e sugestões podem ser enviadas para
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