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sexta-feira, 22 de maio de 2020

JÁ PODE OUVIR A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 168ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 21-05-2020.‏


Rádio Angola Unida (RAU): 168º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 21-05-2020 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- Empresários angolanos alertam que os seus negócios estão à beira do abismo, com despedimentos em massa à vista, mas não apenas por causa da Covid-19. É que, lembram, a crise empresarial dura há quase cinco anos. Rui Santos considera que o setor empresarial vai sair muito penalizado desta situção se o Estado não agir. “E não é apenas por causa da Covid-19, mas a crise nas empresas já tem cinco anos e o setor não vai sobreviver sem as ajudas do Estado, em termos de empréstimos bancários com juros baixos que permitam às empresas remontar os seus planos de negócios e reiniciar o seu trabalho", diz Santos, lembrando que “as empresas estão sem recursos e sem recursos não têm outra opção, que não sejam os despedimentos que vão acontecer". Por seu lado, o empresário Carlos Padre vai mais longe e alerta o Executivo para o que chama de distorções enormes da economia nacional que levam as empresas ao abismo. "A Covid-19 só veio destapar o que já estava mal, sobretudo as micro, pequenas e médias empresas, e há enormes distorções que causam danos ao funcionamento das empresas”, explica Padre que, além de pedir ao Executivo que tenha noção desta realidade, diz recear que “a falência das empresas leve o país a situações de instabilidade social”. Aquele empresário alerta que “com o nível de desemprego que temos, há um barril de pólvora com um rastilho curto que precisamos resolver já para evitar convulsões sociais”, no momento em que, segundo diz, aumenta também o número de pessoas em torno de contentores de lixo, principalmente nas áreas onde vive uma certa classe média.

 - Como a elite angolana criou uma rede privada de bancos para transferir as suas fortunas para a União Europeia. Um grupo de destacados responsáveis do Governo de Angola e banqueiros canalizou centenas de milhões de dólares para fora do país com reduzida supervisão, criando a sua própria rede privativa de bancos através dos quais transferiu o dinheiro para Portugal e outros países da União Europeia, revela uma investigação do Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP, um consórcio de jornalismo constituído por centros de investigação em vários continentes). Através dos seus bancos, a rede canalizou pelo menos 324 milhões de dólares, a maioria dos quais teve origem em Angola. Outros 257 milhões de dólares foram encontrados na posse de empresas europeias com ligações próximas a estes destacados responsáveis. O esquema foi documentado em 2016 pelo Banco de Portugal em dois relatórios de auditoria que não tinham ainda sido tornados públicos. Nestes relatórios, os bancos que o grupo criou e usou foram descritos como tendo violado dezenas de normas bancárias.

- O primeiro lote de material médico transportado pela companhia de bandeira angolana TAAG depois de o Governo ter dispensado, na semana passada, o serviço da Ethiopian Airlines, contratada inicialmente para o transporte da carga, já se encontra em Luanda. Um avião da companhia angolana proveniente da China, aterrizou no domingo, 17, na capital do país com 30 toneladas de materiais diversos de biossegurança e de outros meios de prevenção e combate à pandemia. A interrupção unilateral do contrato com a Ethiopian Airlines deveu-se ao fato daquela companhia ter sido utilizada “por entidades privadas alheias ao contrato, de parte da capacidade das aeronaves fretadas por Angola, para trazer os meios”, disse, na altura, a Comissão Multissectorial para a Prevenção e Combate à Covid-19. Este órgão não revelou, entretanto, a identidade das figuras envolvidas no “esquema”, mas o Presidente da República mandou instaurar uma sindicância para aferir o envolvimento da comissão ou não no negócio. João Lourenço não só ordenou a suspensão do contrato com a Ethiopian Airlines e a sua substituição pela companhia nacional, como também mandou confiscar as mercadorias transportadas a custo zero. O jornalista Alexandre Solombe diz que o “escândalo resulta da luta pela oportunidade de negócio, por parte de alguma figuras dentro da comissão multissectorial”, aproveitando-se dos esforço do Governo para combater a pandemia. Por seu turno, o analista Ilídio Manuel acrescenta que o resultado deste inquérito tem de ser divulgado por se tratar de “um teste à governação de João Lourenço”.

-  "As perspetivas económicas de Angola continuam fracas, com a recessão a dever prolongar-se pelo quinto ano consecutivo em 2020", lê-se na análise que os peritos da unidade de análise da revista económica britânica The Economist fazem ao segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana. No texto, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas da EIU escrevem que antecipam uma recessão de 4,1% este ano e um regresso ao crescimento, ainda que ligeiro, no próximo ano, que estimam ser de 0,1%. "As exportações de petróleo vão continuar a cair, enquanto o fluxo de investimentos vai continuar a ser fraco, já que o preço do petróleo continua baixo", afirmam, acrescentando que entre 2022 e 2024 a previsão aponta para um crescimento médio de 4,3%, "impulsionado por uma recuperação na agricultura, minas, construção, manufatura e serviços". A produção de petróleo, estima a EIU, ficou-se pelos 1,39 milhões de barris diários, abaixo do limite acordado com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que apontava para uma produção de 1,48 milhões. "A produção de petróleo vai continuar a cair este ano devido aos campos em maturação e à falta de investimento", salientam, apontando também que o limite de produção ao abrigo do acordo com a OPEP desceu para 1,18 milhões por dia em maio e junho, e depois subindo para 1,25 milhões diários na segunda metade do ano. "As exportações vão cair fortemente e a receita reduzida do petróleo vai limitar a capacidade do Governo para aumentar significativamente a despesa e providenciar a rede de segurança social necessária durante o período de confinamento", concluem os analistas.

- Empresa portuguesa abriu ação contra Angola e a General Electric em Nova Iorque. Reclama 550 milhões de dólares. É uma espécie de David contra Golias. A Aenergy, empresa portuguesa que até ao ano passado empregava 250 trabalhadores, avançou com um processo em Nova Iorque contra a República de Angola e contra a gigante norte-americana de turbinas General Electric (GE), com uma capitalização bolsista equivalente a €46 mil milhões. Na ação, a que o Expresso teve acesso, a empresa reclama mais de 550 milhões de dólares (€507 milhões) de indemnização. Em causa está um diferendo entre a Aenergy, fundada em 2012 pelo empresário português Ricardo Machado, e o Governo angolano em torno do fornecimento de turbinas da GE para várias centrais elétricas em Angola. O diferendo, que o Expresso já havia revelado em novembro do ano passado, culminou no afastamento da Aenergy dos contratos que vigoravam desde 2017.

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola.

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.




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