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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

OUÇA JÁ A RÁDIO ANGOLA UNIDA (RAU): A 204ª Edição do programa “7 dias de informação em Angola “ em 18-2-2021

 Rádio Angola Unida (RAU): 204º Edição do programa "7 dias de informação em Angola" apresentado no dia 18-2-2021 por Serafim de Oliveira com análises e comentários de Carlos Lopes:

- O presidente de Angola, João Lourenço, está a ser investigado há cerca de um ano por procuradores norte-americanos. A informação é avançada pelo semanário Expresso, que cita um relatório da Pangea Risk, uma consultora especializada em análise de informação para gestão de risco sobre negócios em África e no Médio Oriente. A investigação em curso "pode diminuir a capacidade de Angola manter acesso a financiamento multilateral e reestruturar com sucesso o pesado farto de dívida" diz o relatório da Pangea Risk citado pelo Expresso. O mesmo documento adianta que os procuradores norte-americanos" têm estado a compilar durante quase um ano provas de violação das leis e regulamentos dos EUA pelo presidente João Lourenço, a sua família e parceiros de negócio". Segundo o mesmo documento, além de João Lourenço estão na mira das autoridades norte-americanas a primeira-dama angolana, Ana Afonso Dias Lourenço (acionista da agência de comunicação Orion), o advogado Carlos Feijó, o ministro da Energia, João Baptista Borges, o antigo vice-presidente Manuel Vicente, e os empresários Carlos Cunha e Valdomiro Minoru Dondo. O relatório da Pangea Rik referido pelo Expresso explica que "a família [de João Lourenço] está a ser investigada por numerosas violações do FCPA, transações bancárias ilegais, fraudes bancárias para a compra de imóveis nos Estados Unidos, e uma conspiração para defraudar o Departamento de Justiça dos EUA pela família Lourenço". A informação obtida pela consultora e avançada pelo Expresso "foi corroborada por várias fontes internacionais nos media, já que novos indícios de alegadas irregularidades caíram no domínio público", indica a própria empresa. A consultora avança que parte das suspeitas está relacionada com subornos que terão sido pagos pela construtora brasileira Odebrecht a empresas controladas por João Lourenço, a sua mulher e parceiros de negócio próximos. O relatório enumera também empresas públicas e privadas de algum modo ligadas ao círculo mais próximo de João Lourenço, incluindo neste núcleo as construtoras Angoprojectos, Sotal, Engetech, Locomague e Omatapalo, a estatal Simportex, os bancos Sol e BAI, a imobiliária Imogestin, a Companhia de Cervejas de Angola e a agência de comunicação Orion. A Pangea Risk conta ainda o caso da Squire Patton Boggs, a empresa de lóbi norte-americana contratada pelo Governo angolano em 2019, informação que foi detalhada pelo Negócios na edição do Radar África de 20 de janeiro de 2020. A Squire recebeu 10,4 milhões de dólares, sendo que destes, 625 mil dólares canalizados para um consultor extremo, a ERME Capital. "A ERME Capital foi criada no início de 2019 e desde então recebeu mais de 4 milhões de dólares de fundos provenientes do governo de Angola. Isabel dos Santos alegou que a empresa foi usada para financiar a campanha mediática contra si e os negócios da sua família. A ERME Capital é administrada por Pedro Pinto Ferreira e Maria Mergner, que são amigos do ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente", diz o relatório da Pangea. Refira-se que a Pangea Risk tem entre os seus clientes o Afreximbank, o Banco Africano de Desenvolvimento, a petrolífera Chevron, as francesas Axa e BNP Paribas, o Banco Europeu de Investimento, entre outras importantes instituições da alta finança.

 -  Empresas próximas da empresária receberam 20 milhões de dólares da Sonangol dias antes da demissão dela. Cerca de 20 milhões de dólares pagos pela petrolífera angolana Sonangol por consultoria foram parar a empresas ligadas à empresária Isabel dos Santos, enquanto era presidente do Conselho de Administração da maior empresa do país. O contrato que obrigou a Sonangol a pagar os serviços de consultoria, passados e futuros, foi assinado dias antes da filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos ser afastada da empresa. O dinheiro saiu de um montante de 131 milhões de dólares que a companhia offshore Ironsea/Matter, sediada no Dubai e usada como intermediária nos pagamentos de serviços de consultoria à Sonangol, recebeu da empresa. Além dos 20 milhões que depois foram parar a empresas ligadas a Santos, 68 milhões de dólares destinaram-se a outras consultoras internacionais: BCG (31,2 milhões), PwC (21,4) e McKinsey (15,4). Ainda foram pagos 5,3 milhões de dólares ao escritório de advogados Vieira de Almeida. Estas revelações foram feitas pelo jornal português Expresso na sua edição desta sexta-feira, 12 Fevereiro, e a estação televisiva de Portugal SIC apresentará uma reportagem alargada na sua emissão da noite. No bolo de 20 milhões de dólares que foram distribuídos pela Matter por várias pequenas consultoras e empresas em Portugal, destacam-se aquelas que têm relações directas com Isabel dos Santos: houve 1,9 milhão de dólares transferidos para a Fidequity e para a Santoro, sendo que ambas pertencem à empresária e ambas, mais uma vez, eram dirigidas por Mário Leite da Silva. Outros 3,4 milhões de dólares foram transferidos para a sucursal portuguesa da YouCall, uma empresa angolana de recursos humanos em que Isabel dos Santos detinha uma quota de 70% e Paula Oliveira os restantes 30%. Esse valor faz parte de um total de 6,2 milhões de dólares pagos pela Matter a três companhias ligadas à accionista portuguesa da companhia offshore do Dubai. As outras duas, a SDO Consultores e a PCFCNO, são controladas apenas por Paula Oliveira e receberam 1,1 milhão e 1,7 milhão de dólares, respectivamente. A PCFCNO, que teve direito à maior fatia, representa o nome completo da empresária, Paula Cristina Fidalgo Carvalho das Neves Oliveira, e é uma empresa com apenas um funcionário e que foi incorporada na ilha da Madeira em Agosto de 2017, três meses antes de receber o dinheiro do Dubai. A investigação revela ainda que também foram pagos através do Dubai 11,5 milhões à Odkas, uma outra consultora sediada na Madeira e que é detida em 49% pela mulher de Mário Leite da Silva, tendo prestado serviços relacionados com o software de gestão (SAP) da Sonangol. Neste emaranhado financeiro, boa parte do dinheiro da Sonangol saiu de uma conta da petrolífera no Eurobic em Lisboa, passou pela conta da Matter no Dubai e voltou depois para a capital portuguesa, tendo sido distribuída por uma série de contas em diversos bancos. Na altura, Isabel dos Santos disse ter preferido recorrer a uma empresa intermediária no Dubai, porque dessa forma poupou dinheiro à Sonangol. O Expresso e a SIC revelam que o contrato entre a Matter e a Sonangol “foi forjado em Londres, na subsidiária britânica da petrolífera angolana, a 10 de Novembro de 2017, cinco dias antes de Isabel dos Santos ter sido despedida da Sonangol pelo então recém-nomeado Presidente angolano João Lourenço”. O contrato obrigava a Sonangol a pagar à Matter todos os serviços de consultoria passados e futuros fornecidos à petrolífera, sem limites de valor. Este contrato, bem como as transferências bancárias e outros factos, incluindo quase 58 milhões de dólares transferidos para o Dubai a 16 de Novembro de 2017, no dia a seguir ao afastamento da filha de José Eduardo dos Santos, levaram o Ministério Público angolano a constituir como arguidos Isabel dos Santos, o marido Sindika Dokolo, falecido em Outubro passado, o gestor Mário Leite da Silva, amiga Paula Oliveira e um antigo funcionário da PwC, Sarju Raikundalia, que se tornou administrador financeiro da Sonangol e que foi quem protagonizou o contrato em Londres.

- Um encontro marcado para este sábado no Bengo deveria reunir à mesma mesa jovens e autoridades para falar do "Direito à Manifestação", mas a polícia não compareceu. Os ativistas decidiram sair às ruas nos próximos meses. Os problemas são conhecidos: o elevado custo de vida, a não realização das eleições autárquicas e a permanência do MPLA no poder. O que tarda a chegar são as soluções, razão pela qual uma série de manifestações deverá acontecer nos próximos meses na província angolana do Bengo. A informação foi avançada, este sábado (13.02) à DW África, pelo coordenador provincial do Movimento Revolucionário, Jaime MC, que entende que o lugar dos ativistas é na rua. "Sairemos às ruas, é lá onde devemos ficar, não devíamos ter saído. Nós somos homens das ruas”, afirmou. Várias províncias de Angola têm sido palco de manifestações nos últimos meses, mas não o Bengo. Um facto que fica a dever-se, explica o ativista, à indisponibilidade, por diferentes motivos, dos vários organizadores. "Parámos de sair às ruas porque eu fui atropelado pela polícia durante uma manifestação (realizada no meio do ano passado). Fui jogado para uma cadeia, não tive assistência médica, nem acesso a medicamentos. Depois fui condenado a um mês de prisão com os meus companheiros Cheque Hata, Piriquito e Mbozo Lima", explica Jaime MC, acrescentando que o movimento está de volta para mostrar "que aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes". Também o jovem e ativista MC Life diz estar preparado para participar nas próximas reivindicações. "O ativismo é algo que nos identifica, é algo que começamos a fazer muito cedo e por isso estamos preparados para participar em qualquer ação com ele relacionada".

 -  Jurista classifica de grave violação da lei impedir que o advogado e familiares tenham contacto com o preso O jurista angolano Agostinho Canando classifica de grave e uma violação da lei a decisão das autoridades angolanas proibirem familiares e o advogado de terem acesso ao dirigente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, detido há oito dias. É preocupante para alguns o facto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e a Procuradoria Geral da República (PGR) dizerem desconhecer o seu paradeiro. “O contacto directo entre eles não deve ser inviabilizado e já constitui uma violação”, disse Canando para quem não saber o paradeiro de Zecamutchima “dá claramente um sinal de que todos os direitos tem sido violados”. O advogado Salvador Freire disse por seu turno que nunca mais teve contacto com o seu cliente desde que este foi preso desconhecendo precisamente onde se encontra. A única informação que lhe é prestada é dada pelo piquete do local onde foi detido quando lá se apresentou, que diz apenas que ele continua detido no local. “Não posso dar uma informação exacta porque nós não temos contacto físico com Zecamutchima, apenas o piquete vem-nos dizer que está aqui, mas não sabemos ao certo se está aí ou não”, disse. Salvador Freire disse que na altura da detençao foi informado que Zecamutchima poderia ser levado para a Lunda Norte para ser interrogado e que se isso acontecer tenciona deslocar-se a essa província para defender o seu cliente. A Voz da América já contactou o Procurador Álvaro João, porta-voz da PGR, que disse não ter qualquer informação sobre o paradeiro de José Mateus Zecamutchima. Manuel Aleluia porta-voz do SIC-Geral disse também não ter informações.

 - O Sindicato dos Professores, SINPROF, protestou contra uma ordem do governo de Luanda obrigando os professores a participarem numa campanha de limpeza da cidade que decorreu segunda-feira. O lixo tem vindo a aumentar por toda a cidade depois de no mês passado o governo da província de Luanda, ter rescindido o contracto com cerca de seis empresas de saneamento básico. Desde então, muitas destas empresas retiraram os seus contentores nas ruas da capital e os citadinos vem deitando o lixo em qualquer lugar. O Governo local convocou a população para participar da limpeza nesta segunda-feira e os professores foram coagidos a aparecer. Segundo o SINPROF a ordem prometia punir quem não participou. Admar Jinduma, secretário-geral do SINPROF, condenou a ordem do governo afirmando que os professores não são responsáveis pela incompetência do governo. “Não estamos no tempo do Sábado Vermelho, onde as pessoas eram convocadas para esse tipo de campanha”, disse. “Se o governo é incompetente essa responsabilidade não pode ser atribuída aos professores”, acrescentou. Jinduma entende que o governo deve melhorar os seus mecanismos de governação para a recolha de lixo em Luanda. “Há modelos e exemplos pelo mundo, entendemos que o governo de Luanda deve aprimorar seus mecanismos para o efeito”, disse. Joana Lina Ramos Baptista Cândido, Governadora Provincial de Luanda, que participou da limpeza de cidade disse que a limpeza vai continuar.

 -  O elevado índice de pobreza das famílias na província de Malanje afecta centenas de crianças que todos os anos têm que ser assistidas no Hospital Provincial Materno Infantil sofrendo de má-nutrição. Os municípios com muitas ocorrências de má-nutrição são os de Malanje, Calandula, Cangandala, Kiwaba-Nzoji e Mucari. A chefe de seção de nutrição do Hospital Provincial Materno Infantil local,Claudete Umbumba, fez notar a pobreza dessas crianças afirmando que “são crianças carentes ... vêem às vezes sem nada, nem roupa, nem alimentação, nem valores [dinheiro] para poder fazer tudo que nós pedimos”. Umumba disse que muitas vezes as famílias não têm os meios paracomprar medicamentos necessários “mas nós temos que fazer esforçode ajudar, pedimos à farmácia que nos abastece e assim medicamos essas crianças”. Segundo as estatísticas do hospital quatro a cinco crianças menores de oito anos de idade desnutridas são assistidas todos os dias na sala de nutrição do hospital. O supervisor do programa provincial de nutrição do departamento de saúde pública e controlo de endemias do Gabinete Provincial da Saúde, Pedro Botelho da Gama, confirmou a morte de quatro crianças malnutridas em 2020, menos quatro comparativamente ao igual período do ano anterior. 

- A inflação em Angola subiu 24,4% em janeiro face ao período homólogo do ano passado, registando um aumento de 1,5% face à subida dos preços registada em dezembro, divulgou o Instituto Nacional de Estatística angolano. “A variação homóloga situa-se em 24,41%, registando um acréscimo de 6,46 pontos percentuais com relação à observada em igual período do ano anterior”, lê-se na nota hoje divulgada em Luanda. “Comparando a variação homóloga atual com a registada no mês anterior (dezembro de 2020) verifica-se uma diminuição de 0,68 pontos percentuais”, acrescenta-se ainda no texto. Durante o mês de janeiro, “as províncias que registaram maior aumento nos preços foram Luanda com 1,94%, Cuanza Norte com 1,93%, Lunda Sul com 1,78% e Bié com 1,69%”, ao passo que as províncias com menor aumento de preços foram Cuando Cubango e Moxico com 1,46% cada, Cunene com 1,45%, Cuanza Sul com 1,41% e Cabinda com 1,26%. Olhando para a decomposição das classes que influenciaram o aumento dos preços, o INE afirma que a “classe ‘Alimentação e Bebidas não Alcoólicas’ foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços com 1,11 pontos percentuais durante o mês de Janeiro, seguida dos ‘Bens e Serviços Diversos’, com 0,08 pontos percentuais, ‘Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção’, com 0,06 pontos percentuais e ‘Habitação, Água, Eletricidade e Combustíveis’, com 0,05 pontos”. 

RAU – Rádio Angola Unida - Uma rádio ao serviço dos angolanos, que não têm voz em defesa dos Direitos Humanos e Combate a Corrupção, em prol de um Estado Democrático e de Direito, apostando no Desenvolvimento sustentável e na dignidade do povo soberano de Angola. 

Os programas da Rádio Angola Unida (RAU) são apresentados e produzidos em Washington D.C.

Perguntas e sugestões podem ser enviadas para Prof.kiluangenyc@yahoo.com.

PARA OUVIR: https://www.blogtalkradio.com/profkiluangenyc/2021/02/19/angolaisabel-dos-santos-e-os-contos-de-consultoriaquando-as-comadres-se-zangam?fbclid=IwAR0WpcYebrU8c0tna6M7TXVqCERkXTro-Mj6pgsVQ7rn_kA7Kkn5bz1XIT8

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