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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

General angolano Bento "Kangamba" diz confiar na Justiça portuguesa



“”(…)"Eu confio pela Justiça portuguesa porque não sou criminoso. Só quem tem de ter medo da polícia portuguesa e da Justiça portuguesa é o criminoso", afirma Bento dos Santos "Kangamba", apresentando-se como um empresário em Angola e com casas, para a família, em Portugal.
Assegura que nunca foi notificado por Portugal da prática de qualquer crime, citando por várias vezes alegadas acusações de fraude fiscal e branqueamento de capitais, ou que tenha sido constituído arguido.
"Agora espero eu que a polícia e a Justiça portuguesa provem os crimes, aquilo que falaram de mim. Não tenho qualquer problema com Portugal, não tenho medo de nenhum juiz ou de procurador. Quando se diz que o fulano é `y` tem que provar", aponta, numa entrevista feita sem qualquer restrição sobre os temas a abordar.

Questionado pela Lusa sobre algum receio em voltar a Portugal, perante a investigação em curso, "Kangamba" desvalorizou: "Não tenho receio porque eu não tenho [cometi] crime. E se for notificado para ir ao juiz posso ir normalmente, sem problema nenhum. Só se tivesse crime é que teria medo".
Em causa estão buscas realizadas a 15 de outubro às propriedades de Bento dos Santos "Kangamba" em Portugal, no âmbito de investigações do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por suspeitas de branqueamento de capitais, alegadamente relacionadas com a atividade do militar angolano em território português.
Na mesma entrevista à Lusa, em Luanda, a primeira vez em que se diz referir a estas suspeitas para tentar "acabar com a especulação e as calúnias", o general de três estrelas nega que tenham sido apreendidos, nas duas casas que confirma possuir "há mais de três anos", oito milhões de euros em dinheiro, como foi noticiado.
"É mentira. Nunca tive esse dinheiro em casa, mas podia ter", diz, reconhecendo que não é "pobre".

De acordo com o próprio Bento "Kangamba", nestas duas casas, ambas seladas pelas autoridades e às quais espera reaver o acesso já na próxima semana, foram encontrados 1,7 milhões de euros e 900 mil euros. Dinheiro que, diz, servia para "pagar aos trabalhadores e colaboradores mais próximos" em Portugal.
Sobre este dinheiro, admite que possa ter cometido uma irregularidade ao não o declarar à entrada no país, o que garante ter acontecido há vários anos, mas assegura que é proveniente dos seus rendimentos e não de atividades ilícitas.
"Não sabia a lei de Portugal, mas isso não é crime. Pagam-se os impostos", assegura.
O mesmo diz sobre as casas e outros bens em Portugal, cuja origem estará a ser investigada pelas autoridades nacionais.
"O dinheiro com que se comprou casa em Portugal é limpo, é normal. Não tem prolema nenhum. O dinheiro é meu, não é roubado, é a minha herança. Não é crime ter o dinheiro em casa", assegura.
Embora insatisfeito com as acusações de que diz estar a ser alvo de Portugal, rejeita colocar a responsabilidade em "todos os portugueses" ou reagir da mesma forma.
Ainda assim, afirma: "Temos de saber de onde está a sair este fogo".

Nesta entrevista à Lusa, o general angolano chega mesmo a comparar o seu caso à detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates, pela "condenação" que diz já ter acontecido na "praça pública", nos dois casos.
"A Justiça que trabalhe, que investigue. Quando o engenheiro Sócrates for julgado e condenado as pessoas que falem (...) Eu estou a ser condenado pelos portugueses, que nem me conhecem. Quando eu nunca fiz mal aos portugueses", afirma, insatisfeito com as notícias publicadas em Portugal.
"Não fiz nenhum negócio para branquear dinheiro em Portugal, em primeiro lugar. Em segundo lugar, tudo o que lá está é limpo e honesto. As casas foram compradas e paguei imposto. Pago água e luz, não tenho nada atrasado. Não tenho como esconder", remata.
“” – FONTE . RTP / Lusa

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