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domingo, 28 de setembro de 2008

Os estilhaços da derrota eleitoral da UNITA, podem atingir o seu resultado nas presidenciais em 2009

O presidente da UNITA declarou o seguinte: « quero deixar bem claro que assumo, pessoalmente, plena responsabilidade dos resultados alcançados pela UNITA.»; no seu discurso de abertura da 4ª reunião ordinária do Comité Permanente do partido.

No dia 19 de Setembro do corrente ano, o ponto 6 do Comunicado do Comité Permanente da UNITA refere o seguinte: « O Comité Permanente louva o desempenho e reafirma a confiança ao Presidente Isaás Samakuva na condução dos destinos do Partido.».

A “ bajulação “ ao Presidente da UNITA através do “ louvor “ é no mínimo confrangedor para alguns dirigentes que participaram nesta reunião, onde houve uma discussão viva e saudável, no sentido de serem apuradas responsabilidades internas na « derrocada » eleitoral do partido e que o Comunicado não traduz o que se passou.

A partir daqui, começa haver dentro e fora do partido, uma quantidade apreciável de conjunturas perniciosas à pretendida coesão interna e a imagem da mesma, que se queria passar para o exterior, sem sucesso.

Resulta desta situação perturbadora a possibilidade da UNITA ir para o próximo pleito eleitoral em 2009, com uma equipa derrotada e sem uma estratégia eleitoral digna de registo.

Entre os muitos erros que foram cometidos, permito-me a salientar um, o atraso que houve por parte de alguns dirigentes da UNITA em irem para o interior, para os tais « bastiões », antes mesmo de saber-se a data certa das eleições legislativas em Angola.
O seu principal adversário político, o MPLA, soube aproveitar esta lacuna grave, uma brecha quase « oferecida » pelo seu concorrente, enquanto aqueles dirigentes da UNITA se mantiveram « acantonados » voluntariamente na capital e nas sedes Provinciais.

Hoje, o MPLA está outra vez na estrada, com a suas « passeatas de vitória », de Província em Província, de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, enquanto que os mesmos dirigentes da UNITA continuam instalados nos sítios habituais, sem a preocupação de deslocarem-se aos Comités locais e Provinciais e junto aos militantes saber o que se passou, o que se pode mudar, para que nas próximas eleições se possa “descolar” dos 10% para uma percentagem mais de acordo com a implantação do partido no país.

A UNITA que tanto propagou a “ MUDANÇA “ ela própria está em sérias dificuldades de mudar o que está mal, e quem fez um péssimo trabalho eleitoral, não assume nem larga o « poleiro ».
O Presidente do partido terá sérias dificuldades de convencer o eleitorado, num espaço de tempo tão curto, que o projecto político apresentado aos Angolanos em 2008, ainda tem cabimento, porque a referida derrota eleitoral foi um percalço, que não tem que se repetir nas eleições para Presidência da República de Angola.

Cabe apenas ao Presidente da UNITA querer mudar algumas pessoas da sua Direcção, a estratégia e a forma de actuar junto ao eleitorado, para que os « estilhaços » desta derrota, não atinjam negativamente o resultado da próxima eleição, onde ele é, pelos estatutos do Partido, o candidato a Presidente de Angola.

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