Organizações contestam julgamento contra jornalista angolano Rafael Marques
“”(…) Em comunicado, as organizações
recordam que o único "crime" do jornalista foi "ter levado a
cabo uma investigação e publicado um livro em 2011 sobre as violações dos
direitos humanos relacionados com a exploração dos diamantes em Angola".
Por isso, não compreendem as razões que levam Rafael Marques a responder a
acusações de "denúncia caluniosa, por ter exposto abusos contra os
direitos humanos na região diamantífera da Lunda-Norte", segundo
informação veiculada pelo próprio jornalista.
Os queixosos são sete generais, liderados pelo ministro de Estado e chefe da
Casa de Segurança do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias
Júnior, conhecido como "Kopelipa", e os representantes de duas
empresas diamantíferas.
Em causa está o livro "Diamantes de sangue: tortura e corrupção em
Angola", da autoria de Rafael Marques e publicado em Portugal em setembro
de 2011.
A obra relata, em detalhe, mais de 500 casos de tortura e 100 casos de
homicídios perpetrados em 18 meses nos municípios do Cuango e Xá-Muteba.
Segundo depoimentos de vítimas e testemunhas, tais atos foram cometidos por
guardas da empresa privada de segurança Teleservice, ao serviço da Sociedade
Mineira do Cuango, e por militares das Forças Armadas Angolanas.
Recordando que Angola ocupa a 124.ª posição, entre 180 países, na
classificação mundial da liberdade de imprensa relativa a 2014, as 17
organizações lançaram hoje um apelo aos relatores especiais da Comissão
Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e aos seus homólogos das Nações
Unidas para a liberdade de expressão e para a proteção dos defensores dos
direitos humanos.
As organizações instam "os relatores a intervir junto do governo
angolano para que este ponha termo às ações judiciais contra o jornalista, por
constituírem uma violação do direito à livre expressão". “” – FONTE : RTP
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