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Uma sucessão
de problemas acabou por trazer dificuldades à Escom, sociedade do Grupo
Espírito Santo em Portugal. O relato foi feito pelo presidente Hélder Bataglia.
A Escom,
empresa com serviços em Angola detida em 67% pelo Grupo Espírito Santo e em 33%
pelo empresário Hélder Bataglia, enfrenta neste momento dificuldades. Não foi
vendida até porque, a dado momento, deparou-se com vários problemas. Que,
segundo o sócio e administrador, são geológicos.
Na comissão
parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, Bataglia optou por não fazer
uma intervenção inicial. Foi em resposta à deputada bloquista Mariana Mortágua
que percorreu o caminho vivido pela Escom, constituída em 1993.
Em Angola,
houve vários negócios da Escom – que herda o nome de Espírito Santo Comercial,
segundo havia relatado outro administrador da mesma, Luís Horta e Costa – que
correram mal.
Em 1997,
entraram numa parceria com a Parmalat para a área da distribuição. A Parmalat
faliu. "Um grande contratempo. Ficámos amputados".
Também havia
o negócio da aviação civil que, segundo Bataglia, foi um "sucesso"
durante os tempos de guerra em Angola. "Com o tempo de paz, a empresa não
fazia sentido". O transporte de carga poderia passar a ser feito por
estradas, não precisava de ser feito por via aérea.
Outro
problema ocorreu na operação das pescas. "Descontinuámos devido a um ponto
de vista ecológico". A culpa foi das focas. Luís Horta e Costa já tinha
relatado esta questão: "tínhamos um problema porque, sempre que tínhamos
os peixes prontos, apareciam as focas a comê-los".
Avançou-se,
depois, para "sectores ainda mais estratégicos", como a mineração,
onde havia parceiros. A Alrosa era um deles, com a qual se fizeram estudos que
prometiam boas perspectivas. Contudo, a sociedade encontrou um "problema
geológico na mina ao chegarem aos 150 metros, chegámos a uma rocha
estruturante, impossível de ultrapassar".
Também a
ligação à BHP verificou um contratempo: houve um acidente com um helicóptero
que vitimou várias pessoas, que obrigou a um reconhecimento de perdas da
operação por parte da parceira. Neste caso, as nem todas as prospecções de concessões
foram aproveitadas.
A Escom,
ligada à prospecção de diamantes e que também assessorou o consórcio alemão que
vendeu submarinos ao Estado português, continuou com várias actividades e
esteve para ser vendida à Sonangol em 2010 – o que nunca se concretizou até
2015, embora ainda não tenha sido explicado porquê. Neste momento, disse
Bataglia, a empresa precisa de capitalização para prosseguir o seu trabalho -
dado que o sócio majoritário está falido e desde 2005 já vinha dito à Escom que
não a podia capitalizar.
“” – FONTE :
JORNAL DE NEGÓCIOS
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