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sábado, 31 de janeiro de 2015

As focas e as rochas que contribuíram para o colapso da Escom



“”(…)  Uma sucessão de problemas acabou por trazer dificuldades à Escom, sociedade do Grupo Espírito Santo em Portugal. O relato foi feito pelo presidente Hélder Bataglia.
A Escom, empresa com serviços em Angola detida em 67% pelo Grupo Espírito Santo e em 33% pelo empresário Hélder Bataglia, enfrenta neste momento dificuldades. Não foi vendida até porque, a dado momento, deparou-se com vários problemas. Que, segundo o sócio e administrador, são geológicos.

Na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, Bataglia optou por não fazer uma intervenção inicial. Foi em resposta à deputada bloquista Mariana Mortágua que percorreu o caminho vivido pela Escom, constituída em 1993.

Em Angola, houve vários negócios da Escom – que herda o nome de Espírito Santo Comercial, segundo havia relatado outro administrador da mesma, Luís Horta e Costa – que correram mal.

Em 1997, entraram numa parceria com a Parmalat para a área da distribuição. A Parmalat faliu. "Um grande contratempo. Ficámos amputados".

Também havia o negócio da aviação civil que, segundo Bataglia, foi um "sucesso" durante os tempos de guerra em Angola. "Com o tempo de paz, a empresa não fazia sentido". O transporte de carga poderia passar a ser feito por estradas, não precisava de ser feito por via aérea.

Outro problema ocorreu na operação das pescas. "Descontinuámos devido a um ponto de vista ecológico". A culpa foi das focas. Luís Horta e Costa já tinha relatado esta questão: "tínhamos um problema porque, sempre que tínhamos os peixes prontos, apareciam as focas a comê-los".

Avançou-se, depois, para "sectores ainda mais estratégicos", como a mineração, onde havia parceiros. A Alrosa era um deles, com a qual se fizeram estudos que prometiam boas perspectivas. Contudo, a sociedade encontrou um "problema geológico na mina ao chegarem aos 150 metros, chegámos a uma rocha estruturante, impossível de ultrapassar".

Também a ligação à BHP verificou um contratempo: houve um acidente com um helicóptero que vitimou várias pessoas, que obrigou a um reconhecimento de perdas da operação por parte da parceira. Neste caso, as nem todas as prospecções de concessões foram aproveitadas.

A Escom, ligada à prospecção de diamantes e que também assessorou o consórcio alemão que vendeu submarinos ao Estado português, continuou com várias actividades e esteve para ser vendida à Sonangol em 2010 – o que nunca se concretizou até 2015, embora ainda não tenha sido explicado porquê. Neste momento, disse Bataglia, a empresa precisa de capitalização para prosseguir o seu trabalho - dado que o sócio majoritário está falido e desde 2005 já vinha dito à Escom que não a podia capitalizar. 
“” – FONTE : JORNAL  DE  NEGÓCIOS

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