“”(…) O governante
português falava durante uma visita ao estaleiro de uma empresa portuguesa
contratada pelo Estado angolano para executar uma ponte nos arredores de
Luanda, no segundo dia da deslocação que está a efetuar a Angola.
No local da obra, a cargo da empresa Tecnovia, e questionado pelos
jornalistas, Rui Machete admitiu que as dificuldades de pagamento do Estado
angolano, provocadas pela quebra na cotação do petróleo no mercado
internacional, é um problema "que toda a gente sabe que vai
acontecer"."Na medida das nossas possibilidades, estamos dispostos a ajudar naquilo que for possível. Nós temos experiência do que é a austeridade e, portanto, reconhecemos que é preciso ajuda", apontou o ministro português.
Num cenário em que o barril de petróleo está hoje cotado a menos de metade dos valores a que Angola exportava há um ano (mais de 100 dólares), tendo o crude sido responsável por 76 por cento das receitas fiscais angolanas de 2013, Rui Machete sublinhou que "há soluções para minimizar o problema", receado pelas empresas nacionais, de atrasos nos pagamentos, através das relações entre os dois países.
"É um problema que não pode ser reconduzido apenas ao Estado. É um problema que Angola vai ter que enfrentar durante um ou dois anos, é preciso dar uma ajuda e para isso é que a solidariedade serve", garantiu, embora sublinhando que nesta altura "as coisas ainda vêm um bocadinho longe".
De acordo com dados do Governo português, mais de 8.800 empresas nacionais trabalhavam em 2013 para o mercado angolano, tendo as trocas comerciais entre os dois países atingido, nos dois sentidos, os 7.500 milhões de euros, no mesmo ano.
As previsíveis dificuldades de Angola têm sido admitidas pelo próprio Governo, com o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a perspetivar um ano de 2015 difícil, devido à quebra nas receitas com o petróleo.
"Há projetos que serão adiados e vão ser reforçados o controlo das despesas do Estado e a disciplina e parcimónia na gestão orçamental e financeira, para que se mantenha a estabilidade", disse o Presidente angolano, na sua mensagem de Ano Novo.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, depois da Nigéria, e tem uma economia fortemente dependente das receitas arrecadas com a exportação petrolífera, que deverá garantir em 2015 mais de 1,8 milhões de barris diários. “” – FONTE : NOTÍCIAS AO MINUTO
Sem comentários:
Enviar um comentário