Translate

Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

FMI "Dificuldades no BESA não desestabilizam sistema bancário"



“”(…)  "Não se espera que as dificuldades financeiras no BESA desestabilizem o sistema bancário angolano. A exposição dos outros bancos ao BESA, no mercado interbancário, é limitada e os empréstimos são apoiados por uma garantia do Governo", lê-se no relatório, a que a Lusa teve acesso.
Ainda assim, a referida garantia soberana emitida pelo Estado angolano a favor do BESA, no valor de 5,7 mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros), seria entretanto revogada, como também recorda o FMI, face às medidas de saneamento adotadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
"A intervenção do BNA, através da nomeação de novos gestores e garantindo aos depositantes que estão protegidos, defende o resto do sistema bancário. Até à semana que terminou a 31 de julho de 2014 não havia sinais de stress no mercado interbancário [angolano]", salienta o Fundo.

Para sublinhar o peso daquele banco no sistema bancário nacional, detido a 55,71 por cento pelo BES português, o FMI recorda que o BESA era, no final de 2012, o segundo maior banco em Angola, em termos de ativos. Tinha então uma quota de 17% dos ativos, mas represenva apenas 8,75% do total de depósitos.
"Como resultado dessa estrutura de balanço, o banco era mais dependente do mercado de financiamento por grosso do que outros bancos angolanos", refere ainda o relatório.

Em conferência de imprensa realizada a 04 de agosto, em Luanda, o Governador do BNA, José de Lima Massano, anunciou a adoção de "medidas extraordinárias de saneamento" do BESA, visando "a reposição dos termos de sustentabilidade financeira e operacional do banco".
"Não contemplando, para já, a intervenção do Estado desse banco ou o envolvimento de quaisquer fundos públicos", esclareceu na altura o Governador.
Na origem desta decisão, disse, esteve a "degradação da carteira de créditos" do BESA, o que "afetou os níveis de liquidez e de solvabilidade" daquele banco e levou à emissão, pelo Estado angolano, de uma garantia soberana, que entretanto será revogada.
Medidas que visam "garantir a proteção dos depositantes e o cumprimento das demais responsabilidades do BESA", assim como "assegurar a contínua estabilidade do sistema financeiro nacional".

Sobre a economia angolana, o relatório final do FMI reafirma uma previsão de crescimento de 3,9% em 2014, revista em baixa e que compara com os 5,9% do ano anterior, justificada com uma "quebra temporária" na produção de petróleo e a "desaceleração" do setor agrícola.
Apesar de também admitir uma subida da produção de petróleo - representa mais de 90% das receitas fiscais de Angola - no segundo semestre de 2014, o FMI estima um défice nas contas públicas para este ano a rondar os 4% do Produto Interno Bruto, o que acontecerá pela primeira vez desde 2010.”” – FONTE : NOTÍCIAS  AO  MINUTO

Sem comentários: