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domingo, 21 de setembro de 2014

Preço dos livros dificulta hábito de leitura em Angola



“”(…)  Novas tecnologias e altos preços são algumas das causas apontadas à queda do hábito de leitura entre a juventude angolana.
Mas alguns afirmam que não há contradição entre essas tecnologias e a literatura.
Essas opiniões foram recolhidas no final da 8ª edição da Feira Internacional do Livro e do Disco, realizada sob o lema “Criar Novos factos Culturais”.
Foram sete dias de exposição e venda de livros, discos, concertos musicais, cinema, sessão de autófragos, recital de poesia e palestras a encerrou perspectivando a subvenção do preço dos livros durante o certame.
Agora com os olhos postos na 9ª edição, a organização da Feira Internacional do Livro e do Disco enfrenta o desafio de subvenção do evento, dos livros em particular e da sua tranformação em instituição de utilidade pública.

 Há cerca de um ano que a Coordenação do certame escreveu para as autoridades, porém até o momento aguarda por uma resposta em relação ao assunto.
Jomo Fortunato o Director da Arte Viva, Edições e Eventos Culturais instituição que coordena a realização da feira, está confiante num desfecho favorável sobre a petição.
Durante a edição 2014 da FILD os preços dos livros vendidos variavam entre os  quinhentos aos 10 mil kwanzas, o equivalente a cem dólares americanos. O Director da Arte Viva, Edições e Eventos Culturais reconhece ser um excesso o preço dos livros comercializados durante o maior evento de exposição de obras literárias e musicais em Angola.

De acordo com Jomo Fortunato as reclamações dos feirantes em relação ao preço dos livros fez com que a organização pensasse numa alternativa para as próximas edições. Enquanto não chega a resposta em relação a transformação da Feira Internacional do Livro e do disco em espaço de utilidade pública, a organização do certame pensa em buscar alternativas.
Negociar com os patrocinadores do evento no sentido de serem subvencionadas, sobretudo, as obras académicas, de modo que o seu acesso esteja ao alcance de todos os feirantes é um dos desafios futuros da organização.
Jomo Fortunato entende o baixo custo dos livros pode contribuir para o combate à pobreza que graça ao país.

Francisco de Carvalho é professor de Língua Portuguesa, do II Ciclo do Ensino Secundário. Para o docente a problemática do preço dos livros deve-se a escassez de produção gráfica em Angola e os custos de produção literária no estrangeiro. Francisco defende que se invista mais nas indústrias livreiras locais de modos que o preço dos livros seja mais baixo e os mesmos estejam ao alcance de todos.
O nível de leitura da juventude angola é preocupante. Jomo Fortunato Coordenador Geral da Feira Internacional do Livro e Disco entende que existam vários factores que concorrem para o maior ou menor hábito de leitura.
O crítico musical pensa que a família, a escola e a comunicação social são instituições fundamentais e que podem incentivar a juventude, por isso, advoga a presença constante dos livros no seio familiar.
A definição de um cánone literário, de acordo com o também docente universitário, é outro aspecto importante a ser tido em conta pelo estado quando se pensa em incentivar o gosto pelo livro.

A Feira Internacional do Livro e do Disco que aconteceu de 25 à 31 de Agosto foi organizada com objectivo de promover a circulação do livro  e do disco num só espaço, proporcionando aos seus visitantes as principais referências culturais do domínio da literatura,da música e das culturas internacionais.
Nesta perspectiva o evento que encerrou um dia depois da abertura do FENACULT, Festival Nacional da Cultura-2014, se enquadra também nestas festividades que acontecem de 30 de Agosto a 20 de Setembro.
Em relação a este evento nacional com dimensão artístico-cultural, Jomo Fortunato salienta que o maior evento de manifestação da cultura do povo angolano não se deve resumir apenas no entretenimento.
A Feira Internacional do Livro e do Disco que realizada anualmente em Luanda já criou marca e se tornou tradição na capital angolana.

O certame congregou no CEFOJOR, Centro de Formação de Jornalistas mais de 30 expositores entre editoras de livros e de discos, livrarias, empresas dos mais diversos ramos e alfarrabistas.
Livros de pendor cultural, literário e científico-académicos, jornais, revistas, discos de música e DVDs foram alguns dos muitos bens culturais que estiveram mais próximo dos seus consumidores num único espaço.”” -  FONTE : VOA

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